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Com juros de até 160% ao ano, consignado CLT tem disparada em taxas; vale a pena esse empréstimo?

Com juros de até 160% ao ano, consignado CLT tem disparada em taxas; vale a pena esse empréstimo?

Com juros de até 160% ao ano, consignado CLT tem disparada em taxas; vale a pena esse empréstimo?

Com juros de até 160% ao ano, consignado CLT tem disparada em taxas; vale a pena esse empréstimo?

O crédito consignado ao trabalhador com carteira assinada, ou CLT, vem esbarrando em juros altos e inadimplência acelerada entre brasileiros, mistura perfeita que leva à emprego de taxas de até 160% ao ano sobre empréstimos do tipo. O patamar está presente entre instituições cadastradas no Banco Medial e que oferecem a risco ao trabalhador.

Dados da gestora de investimentos Opportunity mostram que os juros do consignado privado saltaram com a geração do programa Crédito ao Trabalhador, feito pelo governo para permitir a contratação de consignado CLT fora de convênio das empresas com bancos.

O consignado para o trabalhador da iniciativa privada já existia antes da medida, mas as taxas médias estavam mais próximas de 40% ao ano.

Quase cinco meses depois do lançamento do Crédito ao Trabalhador, o consignado CLT tem taxa média de juros anual de 53%, segundo dados do BC, equivalente a 3,5% ao mês. Isso corresponde a mais de três vezes a Selic, taxa básica de juros que está em 15% ao ano. E, ainda, cinco vezes a taxa nominal de 10%, descontando a inflação.

Enquanto a Selic subiu de elevador no Brasil, o consignado CLT decolou. Inclusive, voa hoje com juros mais altos que o registrado no consignado pessoal, de 49% ao ano.

A disparada vem, em secção, pela surpresa negativa dos bancos com o trabalhador brasílico na hora de oferecer crédito com garantia. É o que aponta Rafael Baldi, diretor-adjunto de produtos da Federação Brasileira de Bancos (Febraban).

O Crédito ao Trabalhador movimentou R$ 23 bilhões em crédito, dentro da carteira de R$ 55 bilhões do consignado privado.

Um economista associado às instituições financeiras relata que o score de crédito do trabalhador vem se provando um repto para oferecer o resultado.

A princípio, diz ele, bancos calculavam que o risco de tardança ou inadimplência do trabalhador era menor. Mesmo que não fosse supino, era esperada também uma “convergência no risco”, à medida em que o desemprego está próximo da mínima histórica.

Ainda mais porque o Crédito ao Trabalhador, porquê disse o governo, estava sendo criando principalmente para as pessoas poderem trocar dívidas caras por mais baratas.

O repto enfrentado por bancos na modalidade, segundo Baldi, é de desencontro na escrituração do resultado para o cliente. Muitas informações cadastradas no eSocial, portal do Ministério do Trabalhado onde o empregador cadastra funcionários, não estão casando com os bancos de dados das instituições financeiras.

“Algumas empresas ainda têm dúvidas em porquê seguir com escriturações, e estamos enfrentando problemas sistêmicos que são comuns”, descreveu o diretor da Febraban.

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Taxa média do consignado privado salta em seguida programa Crédito do Trabalhador — Foto: Imagem: Opportunity

Inadimplência aumenta e especialistas criticam Crédito ao Trabalhador

Desde o lançamento do crédito ao trabalhador, em março, a inadimplência na carteira de consignado privado saltou de 3,62% para 3,73%.

Para Ione Amorim, pesquisadora do Instituto de Resguardo ao Consumidor (IDEC), a percepção da novidade risco ensejo pelo governo “é a pior possível”.

A profissional conta que há mais instabilidade nas ocupações de vagas com carteira assinada que o previsto, o que leva as taxas de juros sobre o consignado CLT a dispararem, mesmo com a garantia de 10% sobre o FGTS, desconto de 35% em folha e, em alguns casos, recta de 100% da multa rescisória em demissões sem justa desculpa.

Em tese, a tripla garantia levaria a juros mais baixos, diz a pesquisadora. “O risco é muito menor do que crédito pessoal.”

A duração do ocupação no Brasil é de dois anos em média. É alguma coisa que os trabalhadores precisam saber antes de contratar o crédito, porque podem tolerar retirada sobre o valor ao sacarem o FGTS muito mais cedo que o esperado”, comenta Amorim.

Amorim aponta que já há reclamações contra fintechs e bancos que oferecem o consignado CLT. No site do BC, há reclamações contra os bancos Caixa Econômica Federalista, Inter, e Safra, e as fintechs Agibank e Parati.

Reclamações sobre crédito consignado privado atingem bancos

Reclamações surgiram junto com a subida dos juros. Segundo levantamento do Idec, nessas cinco instituições, as taxas sobre o consignado saíram de 28% ao ano em novembro de 2024, em média, para 51% ao término de julho.

“Bancos médios tendem a ter juros mais elevados”, sugere Amorim.

No entanto, a maioria das reclamações até agora tem a ver com o percentual sumo do salário que o banco pode inferir na folha de pagamento, espargido porquê margem consignável do crédito. A pesquisadora do IDEC considera que os bancos e fintechs vem segurando esse percentual em um determinado patamar para prevenir endividamento, o que acaba prejudicando o cliente.

“Muitas pessoas relatam que tomaram o consignado sem autorizarem a operação de vestuário”, afirma.

Uma pesquisa da Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin) mostrou que 50% dos brasileiros que tomaram crédito consignado no protótipo do Crédito ao Trabalhador honram as parcelas com os bancos, mas com dificuldades. “Mais da metade dessa parcela não vai conseguir remunerar totalmente o consignado”, diz Reinaldo Domingos, presidente da entidade.

Domingos acredita que o Crédito ao Trabalhador, no protótipo em que foi sancionado, tornou-se predatório sobre o salário do trabalhador. “Ele vai pegar moeda novo por meio de entendimento com empresa de crédito para quitar a dívida. Nos próximos anos, vai ter dedução de 35% sobre o salário. Se ele não estava conseguindo sobreviver com 100% do pagamento, porquê vai viver com o empréstimo?”, indaga o educador financeiro.

“É uma situação extremamente nociva para o trabalhador, que não está consciente para a tomada de crédito.”

Vale a pena tomar crédito consignado agora?

Juros altos, crédito restrito e dores de cabeça na contratação: os fatores por enquanto jogam contra quem pensa em realizar os sonhos a partir do crédito consignado para o trabalhador.

Amorim começa justamente pelo engodo da risco: o FGTS. Para ela, não vale a pena usar o saque natalício do Fundo de Garantia se o consumidor contratou um empréstimo consignado. “Ele compromete 10% do moeda do Fundo e antecipa o recurso em meio a taxa de juros subida“, pondera.

A pesquisadora do IDEC também defende usar a calculadora do Banco Medial para confrontar taxas entre empréstimos. Se houver diferença no valor da calculadora para o valor simulado nos sites dos bancos ou da Carteira de Trabalhho e Previdência Social (CTPS), “é provável que exista uma cobrança extra ocultada pelo banco“, diz Amorim.

Domingos, da Abefin, alerta para surpresas do lado do patrão. Quando um trabalhador contrata o consignado, a empresa onde ele trabalha fica sabendo do empréstimo pela dedução em folha. O impacto é em porquê a empresa vê o trabalhador. “Com dedução em seu lucro mensal, ele realmente pode ir detrás de um segundo ocupação, fazer bicos. A saúde mental entra na conta, junto com a produtividade”, adverte o presidente da Associação.

gettyimages-1222778351 Com juros de até 160% ao ano, consignado CLT tem disparada em taxas; vale a pena esse empréstimo?
Com juros de até 160% ao ano, consignado CLT tem disparada em taxas; vale a pena pegar esse empréstimo? — Foto: Foto: GettyImages

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