Com volatilidade cambial e taxa de juros em alta, veja em quais ações de transportes e bens de capital apostar
Análise do BTG mostra, entre outros pontos, os efeitos de um cenário de real fraco e alta da taxa básica de juros (Selic) de 1% a 2% sobre o lucro líquido projetado para 2025/2026 O Boletim Focus, relatório divulgado semanalmente pelo Banco Central e que concentra as expectativas de economistas para os principais indicadores econômicos do Brasil, divulgado hoje (13) mostra que a expectativa para o dólar ao fim de 2025 foi mantida em R$ 6. Se a alta se estender, as empresas de bens de capital tendem a se beneficiar desse cenário. Por outro lado, algumas empresas do setor de transporte são particularmente vulneráveis a um real mais fraco, na avaliação do BTG.
Ao testar as suposições de câmbio a R$ 6 e R$ 6,50, o banco avalia que empresas com receitas e custos em moeda estrangeiras, como WEG, Embraer, Marcopolo e Tupy, se destacam devido à significativa parcela de suas receitas provenientes de exportações ou operações internacionais.
Por outro lado, as implicações de uma desvalorização permanente do real podem ser mais acentuadas especialmente para Azul e Gol. “Para as companhias aéreas brasileiras, a maior parte (83%) das vendas é em real, enquanto aproximadamente 50% dos custos em caixa (principalmente combustível) são em dólar”, pontuam Lucas Marquiori, Fernanda Recchia e Marcel Zambello.
A desvalorização do real sobre o Ebitda (lucros antes dos juros, tributos, depreciação e amortização) e o lucro líquido também foram analisadas dos especialistas. Considerando todos os fatores citados, as ações preferidas do BTG para passar por tal cenário são Weg e Marcopolo, já que são menos afetadas devido aos seus baixos níveis de alavancagem.
A equipe lembra que a Weg está sendo negociada a 28 vezes múltiplo de preço-lucro projetado para 2025 com um real de R$ 6,50, enquanto o momento de curto prazo permanece forte. Além disso, conforme a equipe, a posição líquida de caixa indica que a empresa poderia se beneficiar levemente de um aumento da Selic. A Marco Polo também apresenta um valuation atrativo (avaliação de preço de mercado), com desempenho resiliente mesmo diante de taxas de juros mais altas.
As duas empresas são as principais escolhas do BTG para 2025, juntamente com Rumo e Grupo GPS dentre as opções dos setores de transporte, bens de capital e infraestrutura.
A equipe também calculou os efeitos de um cenário de real fraco e alta da taxa básica de juros (Selic) de 1% a 2% sobre o lucro líquido projetado para 2025/2026 para setores como infraestrutura e locação. O exercício mostrou que o efeito seria uma redução média do lucro líquido de 4% e 9% em 2025, respectivamente. As empresas mais impactadas são Simpar (-27% para 1%), Ecorodovias (-15%), Movida (-13%) e CCR (-12%).
Sobre a CCR, os especialistas acrescentam que, para além do ambiente macroeconômico instável, os investidores estão cautelosos já que há a percepção de que a concorrência se tornou mais forte do que o esperado inicialmente nos leilões de 2024. Ainda assim, o banco tem a recomendação de compra, pelo preço-alvo de R$ 18, dada as sinalizações da nova gestão sobre o processo de reciclagem de capital e as melhorias de eficiência ao longo do ano passado, o que sustenta a visão positiva sobre a empresa no longo prazo.
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