Porquê analistas enfrentam a temporada de balanços para transcrever dados para o investidor?
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Imagine que você é um chef de cozinha e precisa preparar vários pratos sofisticados ao mesmo tempo. Os pedidos chegam em ritmo veloz, cada um com suas particularidades, e você precisa coordenar sua equipe e prepará-los de maneira rápida e também impecável. Parece difícil, manifesto? Isso é mais ou menos o que acontece com os analistas de empresas durante a temporada de balanços. O problema é que um só oferecido divulgado inexacto pode ser capaz de motivar uma “indigestão financeira” no mercado. E, de uns anos pra cá, esse trabalho que já parecia multíplice ganhou um novo substância: conseguir “transcrever” todos aqueles números para o investidor pessoa física da melhor maneira provável.
Segundo esses profissionais, durante o período de divulgações, há dias em que eles precisam dar conta de dois, três, quatro resultados (e muitas vezes ao mesmo tempo). O trabalho a partir daí é relativamente simples, mas longe de ser fácil: a companhia divulga o balanço e um relatório trazendo seus principais pontos (também chamado de “release”) e os analistas de bancos, corretoras e casas de análises fazem uma leitura atenta desses documentos e produzem seus próprios materiais para vulgarizar aos seus clientes. A realização disso, no entanto, não é zero rudimentar e cada equipe se prepara de um jeito.
Na XP, por exemplo, há um planejamento estruturado que começa antes mesmo da temporada de balanços. “Perto do final do trimestre, soltamos um documento trazendo nossas expectativas dos resultados que virão. Conversamos com as empresas para pegar atualizações mais recentes, ver as tendências que devemos considerar e fazemos um planejamento do que esperar”, explica Danniela Eiger, líder de varejo na extensão de estudo da XP. Quando os números começam a ser divulgados, o trabalho se intensifica. No entanto, segundo a crítico, o trajo de os analistas já terem mapeado os pontos mais relevantes de cada empresa anteriormente facilita a estudo.
Na Empiricus, o processo tem uma dinâmica um pouco dissemelhante. A crítico Larissa Quaresma afirma que não deixa zero “pré-pronto” porque entende que “cada balanço é único e cada trimestre conta uma história dissemelhante”. Ela explica que o primeiro olhar tende a ser mais superficial, com os analistas verificando os principais indicadores e, a partir disso, decidindo quais resultados precisam de uma estudo mais aprofundada. Segundo Quaresma, um dos maiores desafios está em enxergar os detalhes escondidos entre os números. “Muitas vezes, um resultado parece óptimo à primeira vista, mas um efeito contábil ou um evento não recorrente pode mudar completamente a versão. O trabalho do crítico é separar o que é sonido do que realmente importa”, explica.
Segundo os especialistas, em dias de muitos balanços simultâneos, há toda uma preparação para conseguir dar conta de tudo. Na XP, por exemplo, caso vários resultados saiam ao mesmo tempo, a prioridade é investigar primeiro a companhia de maior relevância, seja pelo tamanho, liquidez ou por estar em maior debate no mercado. Na Empiricus, a estratégia é focar primeiro nos que trouxeram surpresas relevantes, mormente as negativas. Já no caso do BTG Pactual, o sigilo é relatar com equipes setoriais experientes e muito estruturadas e dividir o time de forma a tapulhar a divulgação de resultados e conferências mesmo quando eles acontecem simultaneamente.
Marco Saravalle, diretor de certificação e instrução da Associação dos Analistas e Profissionais do Mercado de Capitais (Apimec), por sua vez, afirma que a orientação tende a ser pela companhia mais relevante para os investidores “Se a Petrobras e a Prio divulgam seus números ao mesmo tempo, a primeira tende a ser analisada primeiro, pois tem maior impacto e demanda entre os clientes”, afirma.
E se é complicado para os analistas, para o investidor pessoa física, nem se fala. Com o desenvolvimento da participação dos investidores de varejo na bolsa (dados mais recentes da B3 mostram mais de 5 milhões de CPFs cadastrados), o trabalho desses profissionais torna-se ainda mais necessário. Nesse caso, a missão é “transcrever” a informação para esse público, não só tornando-a mais atingível uma vez que destacando os principais pontos de atenção de modo a dar autonomia pra os clientes tomarem suas decisões.
Segundo os especialistas, com o aumento de investidores pessoa física em bolsa, cresceu também o chegada à informação sobre o mercado financeiro. Hoje, esse público encontra informação por diferentes meios, que vão desde as redes sociais de bancos, corretoras e casas de análises até relatórios e newsletters voltados especificamente para o investidor de varejo. Mas esse volume de teor traz um novo repto: filtrar o que realmente importa e prometer que a notícia seja clara e útil.
“Às vezes, o importante não é o número em si, mas o que ele diz sobre os próximos passos da empresa, por exemplo. Portanto é forçoso para o crítico olhar para tendências e fatores estruturais”, destaca Larissa Quaresma.
Carlos Sequeira, superintendente da extensão de estudo e pesquisa do BTG Pactual para América Latina, afirma que o sigilo é identificar no resultado os pontos fundamentais. “A teoria é transformar a serra de informações que recebemos em relatórios curtos, com as informações que de trajo são relevantes. E, ou por outra, dar uma visão clara para o investidor da nossa visão a tapume daquele resultado e uma vez que isso muda, ou não, a nossa visão sobre o ativo”, diz.
E se a temporada de balanços é caótica para os investidores e analistas, não é dissemelhante para as empresas, mormente a extensão de relações com investidores (RI) que é a responsável por coordenar a divulgação desses resultados. A missão, nesse caso, é prometer que o balanço seja divulgado da maneira correta e, evidente, atraia a atenção do mercado.
“A extensão de Relações com Investidores precisa ter conhecimento profundo do contexto e das nuances do que aconteceu durante o período, a término de preparar uma mensagem que seja ao mesmo tempo informativa e que aborde as expectativas ou preocupações do mercado”, afirma Renata Oliva Battiferro, presidente do recomendação de governo do Instituto Brasílio de Relações com Investidores (IBRI).
Battiferro explica que há ainda uma rodada prévia de conversas com os analistas formadores de opinião (chamados no mercado de “sell side”) que acontece tapume de 15 dias antes da data agendada para a divulgação dos resultados. “Esse contato tem uma vez que objetivo alinhar as expectativas dos analistas, esclarecer dúvidas sobre a companhia e, muitas vezes, passar orientações sobre pontos que podem ser críticos na versão dos números financeiros”, afirma. “Essa interação é estratégica, pois os analistas serão os responsáveis por disseminar suas opiniões e previsões sobre o desempenho da empresa para o mercado”, completa.
Por término, é importante lembrar que, para o investidor pessoa física, escoltar a temporada de balanços pode parecer uma tarefa desafiadora, mas algumas estratégias podem facilitar esse processo. Focar nas empresas que fazem secção do seu portfólio, priorizar fontes confiáveis de informação e observar não unicamente os números, mas também as tendências apontadas pelos analistas algumas das principais dicas.
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