Concentração em ativos isentos de IR é problemática, diz diretor da Bradesco Asset
À medida em que novas resoluções do CMN (Juízo Monetário Vernáculo) limitaram a emissão de letras e recebíveis isentos de Imposto de Renda e o governo federalista decretou o término do diferimento tributário de fundos exclusivos, investidores migraram para a única classe de investimento que se manteve isenta de imposto: fundos de crédito privado que alocam em debêntures incentivadas,. atualmente isentas de alíquota da Imposto de Renda (IR). Segundo Bruno Funchal, diretor-executivo da gestora Bradesco Asset Management, hoje os investidores estão concentrados nessa classe de ativos, o que tornou-se um problema no mercado financeiro.
O CEO da gestora do Bradesco afirma que a transmigração dos investidores para ativos incentivados gerou uma distorção de preços no mercado. “Debêntures chegaram a ser emitidas com taxa de 1 ponto percentual inferior das oferecidas por títulos do Tesouro, mesmo com maior risco”, comentou Funchal em tela de evento da Associação Brasileira de Planejamento Financeiro (Planejar).
Em um primeiro momento, o término diferimento fiscal em fundos exclusivos beneficiou os fundos de previdência, além das classes de ativos incentivadas. Funchal diz que investidores pularam de uma classe de ativo para as duas outras, tentando fugir da arrecadação federalista.
Quando o governo “inibiu o uso de fundos de previdência para planejamento sucessório” e obteve vitória do Supremo Tribual Federalista (STF) para metamorfosear a MP do IOF em lei, investidores começaram a mirar somente nos fundos de ativos incentivados, porquê as debêntures de infraestrutura, isentas de IR.
Isso gerou a distorção nos preços das debêntures incentivadas, por exemplo, diz Funchal. “Tudo porque o mercê tributário ainda compensa comprar esse título emitido com taxa menor que a do título do Tesouro.”
“O governo foi fechando as portas e o investidor foi se movimentando. Isso gerou uma distorção no mercado. E a MP 1303 buscava tentar fechar essas distorções”, diz o gestor ao se referir à medida provisória de selecção ao IOF, que buscava aumentar a arrecadação por meio de mudanças no IR sobre aplicações financeiras. Para ele, o governo não esgotou as tentativas de derrubar a isenção nos títulos incentivados.
Funchal orienta que a concentração nos fundos e ativos incentivados é prejudicial para o investidor, porque ele recebe um ativo com taxas menores que a renda fixa do Tesouro, ao passo em que os riscos da operação são os de crédito privado. “Qualquer concentração é um problema e cabe orientar o investidor para variar”, completou o diretor-executivo da Bradesco Asset
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