Conferência Anual do BC: porquê a transparência na informação influencia a economia?
Política monetária não é feita somente de números, gráficos e decisões técnicas. Ela também é feita de palavras — e da forma porquê elas chegam ao público. Essa foi a mensagem médio da palestra magna de Michael McMahon, professor de Economia de Oxford, em 15/05, durante o segundo dia da Conferência Anual do Banco Medial.
Com base em sua experiência acadêmica e atuação junto a bancos centrais europeus, McMahon compartilhou 15 lições essenciais sobre informação de política monetária, analisando erros passados, avanços recentes e caminhos para o horizonte. Segundo ele, a transparência e a transparência no oração influenciam diretamente as expectativas dos agentes econômicos — e, por consequência, a eficiência das políticas.
A palestra foi transmitida ao vivo pelo YouTube e está gravada na plataforma. Assista à íntegra: Conferência Anual do BC (15/05) – Palestra Magna – Português.
Dois públicos, duas linguagens
“Política monetária é 98% conversa e 2% ação”, citou o economista, mencionando uma fala de Ben Bernanke, ex-presidente do Federalista Reserve (Fed) dos EUA e ganhador do Prêmio Nobel de Economia. Para ele, as palavras dos Bancos Centrais moldam tanto os mercados quanto a crédito pública.
Segundo ele, ao simplificar a linguagem, temos políticas mais efetivas.
"Num banco médio, nós usamos palavras que muitas pessoas não compreendem nas ruas. Essa linguagem é importante, e ela tem um significado preciso. Mas, uma vez que falamos com uma audiência mais ampla, precisamos ter atenção em porquê vamos ser entendidos", disse Michael McMahon, professor de Economia de Oxford.
O professor alerta ainda que a política monetária precisa funcionar para ambos os públicos, mas a informação raramente é pensada para isso.
Em uma hora e meia de apresentação, o palestrante mostrou porquê é fluente nas duas línguas: a voltada ao mercado e a destinada ao cidadão geral. Sua fala destaca a relevância de ter transparência, honestidade sobre as incertezas e investimento em ensino econômica.
Teoria versus verdade
McMahon cita o exemplo do protótipo novo-keynesiano — busto teórico que orienta a atividade de grande secção dos bancos centrais ao volta do mundo. O professor salienta porquê esse protótipo assume “expectativas racionais” e “informação completa”, pressupondo que famílias, empresas e o próprio Banco Medial compreendem todos os dados da economia de forma idêntica e formam previsões ótimas. Segundo ele, na prática, ninguém tem toda a informação e mesmo com os mesmos dados, analistas podem chegar a conclusões diferentes. Ou seja, há um hiato entre teoria e prática, o que reforça a relevância da informação para a credibilidade das políticas monetárias.
Incerteza e credibilidade
O acadêmico citou trabalhos com o Banco Medial da Irlanda, destacando porquê a percepção de erros na política econômica, mesmo que somente do ponto de vista do mercado, altera prêmios de risco e encarece o crédito de longo prazo. O BC irlandês passou, em vários momentos, uma imagem de saúde financeira, que foi seguida por uma grande crise.
Neste caso, a inflação não é um problema tão grande quanto a imprecisão na informação. “As palavras podem mudar a avaliação do mercado da verosimilhança desses erros e, ao fazerem isso, elas mudam o prêmio de risco”, disse ele, demonstrando porquê um erro percebido pelo — mercado, ainda que injusto — já afeta as expectativas.
McMahon contou ainda que, depois a Covid-19, quando o Fed norte-americano manteve a orientação de juros baixos, a inflação começou a subir. O mercado passou a duvidar do compromisso do Banco Medial, e o prêmio de risco aumentou significativamente.
"Se você for um instituidor de políticas, é impossível expelir todas as incertezas, mas você não quer ser a natividade delas”, concluiu. Para ele, a informação do Banco Medial precisa refletir a incerteza real. É preciso consentir que os banqueiros centrais não sabem tudo.
O repto da informação com o público
McMahon mergulhou em um de seus principais temas de pesquisa: porquê conversar política monetária ao público universal. Uma grande prelecção de sua curso é que não se deve subestimar a capacidade do cidadão geral de compreender a economia.
“Eu achava que não havia esperança de explicar as coisas de forma que as pessoas pudessem se engajar, mas eu estava falso. As evidências da pesquisa mostraram que podemos nos fazer entender”, refletiu, reforçando que basta falar numa linguagem atingível e oferecer ensino financeira.
Em um experimento controlado, o pesquisador constatou que somente 47% das pessoas inicialmente acreditavam que um aumento na taxa de juros reduziria a inflação, enquanto quase 40% achavam o contrário: que a inflação aumentaria com juros mais altos. Em seguida uma simples mediação educativa — com um vídeo de quatro a cinco minutos —, a compreensão correta sobre a relação entre aumento de juros versus inflação subiu para 67%.
A pesquisa demonstra porquê, com um pouco de informação, os cidadãos são capazes de entender conceitos econômicos. O ensino de princípios da economia para a população em universal assume, portanto, um papel fundamental. McMahon também aconselha evitar jargões, para tornar a mensagem mais humana.
Controle da narrativa
Saber falar com o grande público é, portanto, ter controle sobre a história que está sendo contada. Nesse sentido, o economista defendeu que os bancos centrais ocupem o espaço narrativo antes que o façam por eles. “Se você não assumir a narrativa, outra pessoa vai fazer isso. E essa outra narrativa pode ser mais viral, incorreta e até perigosa”.
Ele ressaltou a relevância do relacionamento com a mídia porquê via importante de engajamento com o público e de tradução das mensagens técnicas. Uma vez que exemplo, afirmou que, quando a opinião pública sobre os bancos centrais decai, isso gera suspicácia em universal, afetando a independência das instituições. Ocupar o pedestal popular com uma informação eficiente tem, portanto, impacto direto nas políticas macroeconômicas.
E finaliza com uma semelhança: “É porquê ser um cirurgião cardíaco”. “Sabemos que há riscos, que às vezes as coisas dão falso, mas ainda fazemos a cirurgia porque confiamos no médico”. Ou seja, para ele, as pessoas não precisam entender cada pormenor da política monetária, mas precisam incumbir na atuação do Banco Medial.
15 lições da política monetária
O professor estruturou sua fala em torno de 15 lições. “Fiz uma palestra similar há um ano e, naquela estação eu tinha 13 lições. Mas estamos aprendendo coisas novas. Há novas lições, novas ideias e quando eu tenho mais respostas, mais lições. Logo, se vocês voltarem a falar comigo daqui 10 anos, talvez tenhamos 30 lições para informação dos bancos centrais”.
McMahon encerrou sua apresentação com um tom otimista, elogiando o Pix. “Ele (o pagamento momentâneo) é útil, melhora as coisas, ajuda. Logo, recebam o reconhecimento por isso, mas também por estarem lutando contra a inflação, estabilizando recessões, tornando-as menos severas”, orientou.
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