Contratos futuros de ethereum e solana estreiam segunda-feira na bolsa

Os novos derivativos pegam carona no sucesso do horizonte de bitcoin (BTC), lançado em abril do ano pretérito.

Nesta sexta-feira (13), o mercado de criptos sofreu com a aversão a risco, provocada pelo conflito entre Israel e Irã, e teve uma queda generalizada.

No início da noite, o ethereum, token da maior rede blockchain do mundo, era negociado a US$ 2.500, somando US$ 307 bilhões em capitalização de mercado. No Brasil, é cotado a R$ 14.100. A máxima histórica chegou a US$ 4.900, registrada em novembro de 2021.

Solana é o token concorrente direto de ethereum e se tornou uma das queridinhas do mercado brasílio, mesmo registrando maior volatilidade que a rival. Hoje, vale US$ 147 e R$ 800. Sua capitalização de mercado está em US$ 77 bilhões. Seu recorde de preço bateu nos US$ 300, em janeiro deste ano, na esteira do sucesso das memecoins.

Gonçalves destaca que o contrato horizonte de bitcoin está negociando, em junho, R$ 15 bilhões de volume médio quotidiano, com 300 milénio contratos comprados e vendidos por dia. “Em 21 de maio, tivemos nosso recorde, com 432 milénio contratos negociados, totalizando R$ 26,5 bilhões”, afirma.

A expectativa é que os futuros de ethereum e solana tenham volumes menores, mas ainda expressivos, acompanhando um pouco a fatia que esses ativos digitais possuem no mercado de criptos à vista.

Na toada desses lançamentos, a B3 revelou planos de lançar opções de criptomoedas no quarto trimestre deste ano.

“Estamos vendo se vamos lançar só opções de bitcoin ou bitcoin, ethereum e solana. Serão opções sobre os ETFs [fundos negociados em bolsa] e sobre os futuros”, explica Felipe Gonçalves, superintendente de produtos da B3.

ETFs com exposição direta a ethereum são negociados na bolsa brasileira desde agosto de 2021. Os de solana (até agora os únicos do mundo) estrearam em agosto do ano pretérito.

“O que aprendemos ao longo desses anos é que essa é uma demanda importante tanto do mercado tradicional quanto do mercado cripto: ter alternativas de exposição a criptoativos negociadas em um envolvente de bolsa”, diz Gonçalves.

De entendimento com o superintendente da B3, ter derivativos das moedas digitais é importante para que investidores sofisticados possam gerar operações estruturadas, até mesmo protegendo suas carteiras do desempenho da volatilidade dos ETFs.

“Já existem clientes que querem fazer estratégias entre criptos. Operar bitcoin para um lado e ethereum para outro, por exemplo. É uma demanda que já existe dos clientes e complementa o que já temos. O investidor institucional é mais sofisticado e faz esse tipo de estratégia de hedge”, afirma.

Gonçalves declarou também não ter terror de uma provável competição no setor. Hoje, somente a B3 tem autorização para operar futuros de criptomoedas no Brasil, mesmo que diversas corretoras criptonativas negociem nascente tipo de ativo internacionalmente.

A Binance, por exemplo, já sofreu uma “stop order”, suspensão de oferta, da Percentagem de Valores Mobiliários (CVM) por ofertar derivativos de moedas digitais.

“Temos que ter condições boas de liquidez e segurança. Já atuamos com a cabeça de que temos que ter o mercado com condições excelentes com ou sem concorrência”, garante.

A B3 diz que pode expandir a oferta de futuros para outras criptomoedas além de BTC, ETH e SOL, mas que o objetivo é permanecer dentro do top 5 ou top 10 em valor de mercado. “Hoje não queremos ter centenas de moedas, mas top 5 e top 10 fazem sentido.”

Com informações do Valor PRO, serviço de notícia em tempo real do Valor Econômico.