Controle de gastos e recomposição fiscal podem ajudar a resolver dívida pública em 5 anos, diz secretário da Herdade

Em evento na sede do BNDES, no Rio, Durigan afirmou que a dívida pública é um “tema que incomoda”, mas que deve ser resolvido de forma gradual.

“A gente tem que ir resolvendo as questões com gradualismo, que é o que a gente tem feito e tem oferecido patente (…). Não é um trabalho que você faça numa canetada, numa medida. É um trabalho que vai perguntar um tempo. [É um trabalho que] demanda que você vá ajustando o orçamento, que você vá começando a fazer um superávit, que você melhore a situação dos país, que os juros caiam e que a gente tenha mais normalidade institucional”, continuou Durigan, completando:

“Não adianta a gente fazer um baita esforço e ter quebradeira institucional.”

O secretário não citou diretamente os atritos entre o Poder Executivo e o Legislativo. Hoje, um dos principais embates se dá a saudação do aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), medida proposta pela Herdade e dos quais decreto foi derrubado pelo Congresso na semana passada.

Mais cedo, em evento em São Paulo, Durigan afirmou que a medida do IOF “talvez não tenha sido a melhor saída”.

Já no Rio, Durigan criticou a subida da taxa de juros e afirmou que, com esse cenário, “fica difícil ter uma saúde fiscal positiva”.

“Agora, com essa taxa de juros, teria que fazer um resultado primordial que não é hoje viável nem factível”, disse.

Ainda sobre a dívida pública, o secretário afirmou que é verosímil chegar a uma situação melhor dentro de cinco anos, independentemente da eleição presidencial de 2026.

“No ano que vem, se tiver perpetuidade ou mesmo transição [entre presidentes], se conseguir mostrar o que foi feito e o que precisa seguir, com a tórax fiscal respeitado, controle de gasto e com desvelo na recomposição fiscal, a gente com certeza consegue, em um período de agora até cinco anos, ter uma situação da dívida melhor”, afirmou.

Teor publicado originalmente no Valor PRO, serviço de informação em tempo real do Valor Econômico.