CPI: Inflação ao consumidor nos EUA surpreende e cai em março. E daí?
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O índice de preços ao consumidor (CPI, na {sigla} em inglês) dos Estados Unidos caiu 0,1% em março, de convénio com o que divulgou nesta quinta-feira (10) o Escritório de Estatísticas Trabalhistas (BLS, na {sigla} em inglês). O número surpeeendeu analistas, que esperavam subida de 0,1%. No mês anterior, o indicador havia avançado 0,2%. Nos últimos 12 meses, desacelerou de 2,8% no mês anterior para 2,4%.
Já o núcleo da inflação, que exclui itens voláteis uma vez que mantimentos e vontade, registrou subida de 0,1%, inferior das expectativas de analistas, que esperavam subida de 0,3%, e também da subida de 0,2% de fevereiro. Nos últimos 12 meses, o núcleo do indicador desacelerou de 3,12% para 2,81%, o menor aumento de 12 meses desde março de 2021. Esses preços são mais sensíveis à política de juros.
O movimento foi influenciado principalmente pela queda nos preços de vontade, com destaque para a gasolina, que teve retração de 6,3%. Vale realçar que o índice ainda não refletiu integralmente os efeitos das novas tarifas comerciais impostas no mês pretérito.
Mais ou menos inflação aproxima ou distancia o Banco Mediano americano (Federalista Reserve, o Fed) de conseguir a meta de 2% ao ano. Portanto, em tese, adia ou antecipa o ciclo de quedas das taxas.
Leste é o primeiro de dois dados importantes sobre a inflação que devem ser anunciados nesta semana. O índice de preços a produtores (PPI, na {sigla} em inglês) será divulgado nesta sexta-feira (11), também às 9h30. Ambos ajudam os investidores a calibrarem qual deve ser o rumo dos juros nos Estados Unidos, pois permitem projetar o PCE, a medida de inflação preferida do Fed.
Antes do oferecido de hoje, a aposta na ininterrupção da pausa nos cortes na reunião de maio era majoritária. A partir daí, o mercado projetava três cortes de juros no ano: em junho, julho e setembro e se dividia sobre um quarto namoro em dezembro. Analistas apontam que o recuo do presidente americano Donald Trump sobre as tarifas adicionais que seriam impostas a maioria de seus parceiros comerciais não afastou todas as preocupações com uma desaceleração mais prolongada da economia americana por conta das incertezas sobre as tarifas.
Para Gustavo Sung, economista-chefe da mansão de análises Suno, os dados vieram melhores que o esperado. Além da desaceleração do índice referto e do núcleo, outra boa notícia foi a firmeza dos preços de aluguéis, componente de maior peso do grupo habitação. No reunido dos últimos 12 meses, se manteve em 4,4%.
“Os números divulgados trazem consolação ao banco mediano norte-americano, principalmente posteriormente um início de ano marcado por uma inflação mais potente do que o esperado. No entanto, a principal incerteza segue relacionada aos efeitos das novas tarifas comerciais dos EUA sobre a dinâmica de preços. O impacto do choque tarifário deve principiar a se refletir com mais perspicuidade nos índices de inflação a partir do segundo semestre”.
Dan Siluk, gerente de portfólio da gestora Janus Henderson, aponta que os dados do CPI sugerem um abrandecimento das pressões sobre os preços, apesar das preocupações com os potenciais impactos inflacionários da recente implementação de tarifas e das negociações em curso pelo governo.
“Permanecemos cautelosos em relação aos dados atuais de inflação, visto que esses números refletem um período anterior à implementação das tarifas recentes. Portanto, esperamos que possa possuir maior vai e vem nas leituras de inflação nos próximos meses, particularmente do lado dos bens (impactados pelas tarifas)”.
Ontem, o presidente Donald Trump anunciou a suspensão, por 90 dias, das tarifas aplicadas a uma série de países, estabelecendo uma alíquota universal de 10%, com exceção da China, que permanece sujeita a uma tarifa de 125%. A medida oferece notório consolação no curtíssimo prazo, mas as incertezas continuam, ressalta Sung. “Mesmo com a trégua temporária, a inflação norte-americana deve seguir em um patamar mais ressaltado ao longo de 2025. Assim, acreditamos que o banco mediano terá menos espaço para trinchar juros”.
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