Depois de queda em conjunto, frigoríficos fecham em caminhos mistos. Entenda o motivo
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As ações de empresas de frigoríficos, que tiveram queda em conjunto durante boa secção do pregão desta sexta-feira (2), em reação a uma combinação de notícias negativas que aumentaram a aversão ao setor e pesam sobre os papéis das exportadoras brasileiras, fecharam em caminhos mistos.
No fechamento, as ações da Minerva (BEEF3), que cederam mais de 2% em secção do pregão, encerraram com subida de 1,69%, negociadas a R$ 6,01, enquanto as da JBS (JBSS3) caíram 1,45%, a R$ 43,44 e as da BRF (BRFS3) recuaram 1,06%, a R$ 22,46. Os papéis da Marfrig (MRFG3), que também operaram no campo negativo, fecharam com ligeiro subida de 0,51%, a R$ 21,59.
Conforme explica Ângelo Belitardo Neto, da Hike Capital, um dos principais fatores que prejudica o desempenho dos papéis hoje é a confirmação de um surto de gripe aviária nos Estados Unidos, o que gera receios sobre restrições à exportação e, consequentemente, queda na demanda global por proteínas, principalmente aves.
“Aliás, houve o vencimento dos registrados de exportação de mais de milénio frigoríficos americanos para a China, o que afeta diretamente empresas brasileiras com operação nos EUA, porquê JBS e Marfrig, ampliando as incertezas sobre o fluxo de vendas externas”, explica o técnico.
Em paralelo aos problemas externos, o aumento recente dos custos de produção, com subida nos preços do milho, forçoso na alimento de aves, e também da arroba do boi, tende a pressionar as margens de lucro das empresas do setor.
Adenauer Rockenmeyer, economista e mandatário do Corecon-SP, lembra que a pressão inflacionária no Brasil também afeta o consumo interno de proteína bicho, contribuindo para a queda da demanda. “Demanda menor, custos maiores e lucratividade reduzida tornam esse setor menos atrativo para os investidores, que não enxergam uma rentabilidade futura tão promissora”, pondera.
Neto destaca, ainda, um movimento de rotação de setores na bolsa, com a saída de capital de exportadoras para empresas mais expostas ao mercado doméstico. “A valorização do real frente ao dólar tem acentuado ainda mais as perdas das companhias do segmento de frigorífico, levando os investidores a ajustarem suas posições”, diz.
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