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Depois de subir quase 70% em 2024, ação 'fora do radar' dos investidores continua atrativa?

Depois de subir quase 70% em 2024, ação 'fora do radar' dos investidores continua atrativa?

Depois de subir quase 70% em 2024, ação 'fora do radar' dos investidores continua atrativa?

Depois de subir quase 70% em 2024, ação 'fora do radar' dos investidores continua atrativa?

Quando a maioria das empresas brasileiras listadas em bolsa sofria com a volatilidade da reta final de 2024, uma ação que costuma permanecer de fora do radar de muitos investidores navegou mares muito mais calmos e teve ganhos de 69%. Impulsionada por uma importante negociação envolvendo o seu horizonte, a Santos Brasil ainda é capaz de entregar resultados aos investidores em 2025, segundo os analistas. O tamanho do retorno, no entanto, divide as avaliações.

Em janeiro, os volumes totais da Santos Brasil atingiram 125 milénio contêineres, progresso de 12% ano a ano, continuando o possante desempenho do ano pretérito, diz a XP. Os volumes de armazenagem foram 56% maiores na mesma base de conferência.

Para além do desempenho no Tecon Santos, um dos maiores terminais de contêineres da América Latina, os investidores analisam quais os frutos podem colher desde que a empresa anunciou, em setembro pretérito, um congraçamento apanhado pelo grupo CMA CGM para compra de quase 48% da Santos Brasil. A fatia, até portanto, era detida pela Opportunity. Pelo congraçamento, o grupo gaulês se comprometeu a remunerar R$ 15,30 por ação, o que representou um prêmio de 20%, ou seja, um valor suplementar pago sobre a última cotação da Santos Brasil antes da negociação.

O valor do prêmio foi considerado positivo pelos analistas.

Gregório Nissel, sócio da Rubik Capital, diz que o processo de venda e o prêmio associado ao preço das ações da Santos Brasil “atraíram investidores interessados em oportunidades de arbitragem e em retornos de médio prazo, mormente devido ao potencial de valorização suplementar atrelado à integração com a CMA CGM”.

Alexandre Pletes, director de renda variável da Faz Capital, lembra que a partir de 2023 os preços dos papéis da companhia iniciaram um processo de recuperação, mas ainda assim eram negociados a exclusivamente sete vezes o preço sobre o lucro (P/L) no primeiro semestre de 2024.

Pela negociação, a CMA CGM também fará uma oferta pública (OPA) para comprar as ações dos acionistas minoritários nas mesmas condições oferecidas à Opportunity. A peroração desta lanço é esperada para o segundo trimestre de 2025 e depende da aprovação do Parecer Administrativo de Resguardo Econômica (Cade).

O J.P. Morgan considerou a proposta aos minoritários positiva e uma boa prática de governança. Todavia, em janeiro, o banco rebaixou a recomendação de compra para neutro e reduziu o preço-alvo de R$ 17 para R$ 14 por entender que o potencial de valorização é restringido até a peroração da OPA. Ou seja, os papéis devem continuar a ser negociados em risco com o preço do congraçamento, de R$ 15,30.

Se a definição de quanto a ação vale até a peroração da OPA pode limitar os ganhos, por outro lado ela foi importante para preservar os investidores na reta final de 2024, quando as incertezas sobre o cenário fiscal do Brasil pesaram sobre as ações da maioria das empresas da bolsa brasileira, pontua Matheus Sant’anna, comentador da XP.

A XP reiterou a classificação de compra para a ação e divulgou um relatório em que projeta que, mesmo no cenário mais conservador, em que os vendedores (o Opportunity) assumirão certas obrigações legais (equivalente a R$ 0,21 por ação), o retorno potencial para os investidores pode ser equivalente a 165% do CDI se a transação for concluída até o final de março (cenário base do operação).

É um ativo único no Brasil. Tem um terminal eficiente em Santos, se beneficia por estar perto do meio consumidor e produtor, o que faz ter volumes de movimentação de trouxa sempre intensos. A empresa entrega possante geração de caixa, tem baixa alavancagem e mantém o Ebitda (resultado antes de juros, impostos, desdoiro e amortização, na {sigla} em inglês) crescendo”, diz Sant’anna.

Pletes, da Faz Capital, nota que depois de setembro de 2024 a empresa não sustentou o patamar de R$ 15,30 em muitas sessões da bolsa, levando a empresa a permanecer de fora dos rankings mensais das dez ações de maiores valorizações dentro do Ibovespa. Ainda assim, cita que a empresa é sólida e sua ação “atende investidores que entendem que os lucros não vão se concretizar no limitado prazo”. Ela também não tem concorrentes diretos no setor aquaviário e demonstra níveis ajustados em suas margens [diferença entre a receita total e os custos de produção e venda]. “

Nissel, sócio da Rubik Capital, acrescenta que o setor de terminais aquaviários tem se demonstrado “um dos mais fortes dentro do segmento logístico, dada sua relevância estratégica no transacção exterior brasílio. As oportunidades incluem investimentos em modernização de terminais, aumento na capacidade de operação e espeque estatal por meio de políticas de licença”.

Outro ponto é que, com a ingressão da CMA CGM no ativo, o terminal da Santos Brasil se torna vinculado a uma empresa global de navegação, uma tendência que tem desenvolvido no segmento de contêineres nos últimos anos. A Rubik Capital observa que a empresa poder atrair maiores volumes de tráfico marítimo ao mesmo tempo que demonstra “clara capacidade de manter os altos volumes de operações em 2025/2026, sustentada por investimentos significativos em expansão de infraestrutura“.

Vale lembrar que a operação da Santos Brasil passou por um “teste de queima” em 2024, quando a capacidade portuária no Brasil “desapareceu”, afirma Sant’anna, da XP.

Com o porto de Navegantes (SC) com capacidade reduzida por conta de obras de expansão, o de Itajaí (SC) em meio a um imbróglio de licença e gestão desde 2022, e a operação da BTP (Brasil Terminal Portuário), em Santos (SP) paralisada no transcursão do primeiro semestre por um incidente causado por vento, a Santos Brasil foi a única com capacidade de movimentação de contêineres naquele momento.

A empresa trabalha com subida demanda em relação à capacidade operacional, mas sem permanecer ‘lotada’, e conseguiu atender o mercado quando um pouco inesperado aconteceu. Isso levou todos os analistas a revisarem as estimativas para a Santos Brasil”, resume.

Para o Itaú BBA, a companhia passou por uma transformação significativa nos últimos anos e é uma opção de compra importante num envolvente de incremento econômico mais insignificante e inflação mais subida.

Veja tudo sobre os balanços e outros indicadores financeiros, além de todas as notícias sobre a empresa, no Valor Empresas 360.

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Tecon Santos – Santos Brasil — Foto: Divulgação/Santos Brasil

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