Desaprovação ao governo Lula chega ao maior índice do procuração, diz pesquisa Genial/Quaest
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A desaprovação ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) chegou em maio a 57%, o maior índice desde o início do terceiro procuração, segundo pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quinta-feira (4). Na rodada anterior, em março, o percentual era de 56%. Já a aprovação registrada agora é de 40%, na presença de 41% no outro levantamento, que já tinha sido o pior na série histórica.
É importante lembrar que sinais de uma crescente desaprovação ao governo atual tendem a aumentar o gosto por risco no Brasil. Isso porque cresce a expectativa de uma verosímil troca de governo e, na visão de muitos investidores, essa eventual mudança traria uma gestão mais comprometida com a responsabilidade fiscal.
Aliás, há a percepção de que, diante da queda na popularidade, o próprio governo atual também pode adotar medidas mais assertivas de ajuste nas contas públicas para melhorar sua posição na disputa eleitoral. Por isso o mercado financeiro monitora de perto esse tipo de levantamento.
O que mais a pesquisa mostrou?
As variações da última pesquisa se deram dentro da margem de erro, que é de dois pontos percentuais para mais ou para menos. Desde janeiro, a desaprovação cresceu 8 pontos percentuais, e a aprovação caiu 7. A novidade edição da pesquisa bimestral ouviu 2.004 entrevistados entre quinta-feira passada (29) e domingo (1º).
A avaliação negativa do governo Lula também oscilou para cima e atingiu o pico na série histórica da pesquisa, chegando a 43%, na presença de 41% em março. A positiva foi de 27% para 26%. A regular era de 29% e agora é de 28%. Para 61%, o Brasil está na direção errada, supra do patamar de 56% em março e do de 50% em janeiro. São 32% os que acham que o país está na direção certa, na presença de 36% e 39% nas duas rodadas anteriores, respectivamente.
Pela primeira vez, a desaprovação do governo Lula superou a aprovação entre os católicos, na proporção de 53% a 49%. Em março, os resultados estavam empatados, em 49%. O segmento, até logo, demonstrava maior escora do que o de evangélicos, que sempre foi mais avesso ao presidente. Na novidade rodada, a desaprovação no segundo grupo ficou em 66% (na presença de 67% na pesquisa anterior) e a aprovação foi de 30% (eram 29%).
A pesquisa traz ainda resultados ruins para o governo na base tradicional de escora a Lula. O governo dele é inabilitado por 54% das mulheres, por 47% dos que têm até o ensino fundamental e por 49% dos que ganham até dois salários mínimos. Nos três estratos, a tendência foi de subida, com variações dentro da margem de erro.
No recorte por regiões, Lula só tem aprovação maior que reprovação no Nordeste, com 54% favoráveis a seu governo e 44% contrários. No Sudeste, a região mais populosa, a reprovação bate 64%, um recorde. No Sul, 62%. No Núcleo-Oeste, 55%.
Melhora na economia e paradoxo
Embora os números confirmem a crise de popularidade de Lula, a pesquisa mostra uma melhora na percepção econômica. A opinião de que a economia do Brasil piorou totaliza 48%, 8 pontos percentuais aquém do registrado em março, que era de 56%. Para 18%, a economia melhorou (eram 16%). E 30% consideram que ela ficou do mesmo jeito (eram 26%).
Também há qualquer consolação nos percentuais de aprovação entre pessoas que conhecem novos projetos oficiais do governo. No caso da proposta de isenção de Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 milénio mensais, 56% dos entrevistados dizem que ouviram falar da iniciativa e 45% aprovam a medida. Em relação à proposta do novo Vale-Gás, 59% tomaram conhecimento e 49% aprovam a ação.
Em relatório distribuído com a pesquisa, o investigador político e CEO da Quaest, Felipe Nunes, avaliou o quadro uma vez que um paradoxo e atribuiu a incongruência à “ampla repercussão de notícias negativas”. Segundo ele, casos uma vez que o escândalo das fraudes nos benefícios do Instituto Vernáculo do Seguro Social (INSS) reduzem o efeito positivo de outras áreas. De conciliação com a pesquisa, 50% das pessoas têm visto notícias mais negativas sobre o governo do que positivas. Uma parcela de 51% responde que não ouviu nenhuma notícia positiva sobre a gestão.
Para 56%, o atual governo Lula está pior que os dois primeiros mandatos dele na Presidência. Na confrontação com o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), 44% acham que a gestão Lula é pior que a do predecessor. E 45% dos entrevistados consideram que o governo Lula 3 está pior do que esperavam.
Escândalo do INSS e aumento do IOF
Uma parcela de 82% confirmou ter ficado sabendo do escândalo no INSS, sendo que 31% pensam que o principal responsável pelos desvios é o governo Lula e 14% afirmam que foi o próprio INSS. Para 8%, o maior culpado foi o governo Bolsonaro, mesmo percentual dos que acreditam que foram as entidades que fraudaram a assinatura dos aposentados. A parcela dos que não sabem ou não responderam é de 26%.
A exórdio de uma percentagem parlamentar de interrogatório (CPI) para investigar o caso do INSS é defendida por 50%, enquanto 43% concordam com a teoria de que a apuração da Polícia Federalista é suficiente, e que a oposição só quer desgastar o governo.
Para 52%, a prioridade do governo Lula deveria ser entregar o quantia desviado somente com os recursos que forem bloqueados das entidades investigadas, enquanto 41% acham que o quantia deve ser devolvido mesmo que seja necessário usar verba pública.
Sobre as mudanças no IOF, o percentual dos que ficaram sabendo dos reajustes é menor do que o daqueles que desconhecem a informação (39% e 58%, respectivamente). Para 41%, o governo acertou ao voltar detrás na decisão de aumentar o imposto para aplicações de investimento em fundos, enquanto 36% acham que errou.
Já em relação à manutenção do aumento do IOF para compra de dólares para pessoas físicas e remessa de quantia para contas no exterior, 50% avaliam que o governo errou com a decisão, e 28% dizem que acertou.
Violência e devassidão entre maiores preocupações
A violência se manteve no topo das principais preocupações do brasílico em relação ao país atual, com 30% das menções. A lista prossegue com questões sociais (22%), em segundo lugar, e economia (19%), em terceiro.
A quarta posição teve uma mudança na confrontação com a pesquisa de março. Antes, aparecia saúde, com 12%. Agora, é a devassidão, citada por 13% (antes, era citada por 10%). Na novidade rodada, saúde tem 10% das menções, ficando em quinto lugar — as variações entre os levantamentos ficaram dentro da margem de erro. Na sexta colocação, está ensino, com 6%.
Contém informações do Valor PRO, serviço de notícias em tempo real do Valor Econômico
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