Dólar à vista fecha em queda com política fiscal dos EUA no foco

A sucursal de classificação de risco diminuiu a nota do crédito soberano do país de “AAA” para “AA1”. A justificativa foi o aumento da dívida e dos juros a níveis que “são significativamente mais altos do que os de soberanos com classificação semelhante”.

Apesar de a sucursal ter afirmado que os Estados Unidos não correm risco de serem rebaixados novamente no pequeno prazo, a mudança impacta o mercado, principalmente o dólar. Isso porque o rebaixamento é um sinal de que o governo americano não é mais tão confiável quanto já foi, o que pode provocar uma fuga de capital de lá, ainda que moderada.

Bruno Shahini, técnico em investimentos da Nomad, comenta que, apesar de simbólico e com efeitos práticos limitados, quebra uma tradição observada desde 1919. A fraqueza do dólar no exterior, porém, beneficiou o real, que também encontrou suporte em falas do presidente do Banco Meão sobre responsabilidade fiscal e manutenção dos juros em patamar ressaltado por mais tempo, segundo o técnico.

Em paralelo, a possibilidade de estímulos adicionais na China e os sinais de recuperação da atividade econômica no país asiático contribuem para melhorar a percepção sobre ativos emergentes, incluindo o Brasil. “A valorização do real pode lucrar tração suplementar nas próximas semanas, caso os desfechos das negociações comerciais entre China e EUA mantenham sinais positivos, favorecendo a ingresso de recursos em mercados emergentes”, pontua Shahini.