Dólar dispara e vai a R$ 5,43 em seguida indicação de Flávio Bolsonaro uma vez que pré-candidato

• O dólar à vista saltou 2,31%, a R$ 5,4328, em seguida máxima do dia de R$ 5,48, na maior disparada desde 10 de outubro. O movimento levou o real a apresentar o pior desempenho entre as moedas de mercados emergentes no dia. Na semana, a moeda americana subiu 1,83%.
• No mercado global, o dólar perdia fôlego contra uma cesta de moedas de economias importantes. O índice DXY, que compara a mote americana com pares uma vez que o euro e o iene, caía 0,09%, aos 98,98 pontos.

O presidente vernáculo do PL (Partido Liberal), Valdemar Costa Neto, confirmou ao Valor que Flávio Bolsonaro recebeu aval do pai para ser o pré-candidato do partido à Presidência da República em 2026, possivelmente contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que tentará a reeleição. Na avaliação do ex-presidente, o senador ganharia musculatura política a partir de viagens pelo país e com o suporte de governadores aliados, uma vez que Tarcísio de Freitas (Republicanos), em São Paulo, e Cláudio Castro (PL), no Rio de Janeiro.

Apesar de integrantes do entorno apontarem Flávio uma vez que um nome de perfil mais moderado dentro da família, a reação do mercado financeiro foi negativa. Isso porque a nomeação de Flávio tira dos holofotes possíveis candidatos de centro-direita, preferidos pelo mercado porque têm maior chance de vencer Lula no pleito.

Entre gestores e operadores na Faria Lima, a leitura preponderante é que o nome preposto do mercado para simbolizar a direita em 2026 segue sendo Tarcísio de Freitas, visto uma vez que um candidato com maior capacidade de ampliar alianças e, em tese, com mais chances de enfrentar o presidente Lula.

Outrossim, os investidores avaliam que um eventual cenário de troca de governo estaria mais muito precificado com um nome associado a uma agenda fiscal mais previsível e responsável, o que ajuda a explicar a procura por proteção no câmbio e a disparada do dólar nesta tarde.

No campo de indicadores, o índice de preços de gastos com consumo (PCE) dos Estados Unidos subiu 0,3% em setembro, conforme esperado, enquanto o núcleo avançou 0,2% no mês. Na verificação anual, tanto o PCE referto quanto o núcleo ficaram em 2,8%, com o núcleo levemente inferior da projeção de mercado.

O mercado segue esperançoso de que o Federalista Reserve (Fed, o banco médio americano) deve trinchar os juros na próxima reunião. Segundo os contratos futuros de Fed Funds, a verosimilhança de redução de 0,25 ponto segue em torno de 90%, de convenção com dados do CME Group.

*Com informações do Valor PRO, serviço de informações em tempo real do Valor.