É hora de gabar risco nas carteiras e investir lá fora – mas não nos EUA, segundo o Itaú
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“Demoramos demais a reduzir o risco na nossa carteira. Fizemos isso só em fevereiro do ano pretérito, quando a inflação começou a subir e o mundo já estava avesso aos emergentes. A boa notícia é que o proclamação da Deepseek colocou em xeque a tese do excepcionalismo americano [que defendia que a economia dos Estados Unidos cresceria em ritmo acelerado mesmo com juros elevados] e entendemos que o investidores globais estariam novamente mais inclinados a tomar risco nos emergentes e no resto do mundo porquê um todo. Por isso, montamos todas as posições em ativos de risco de novo, bolsas, títulos prefixados, enfim”, defende Nicholas McCarthy, estrategista-chefe de soluções do Itaú Unibanco.
Não significa que a equipe veja um cenário negativo para alocação no mercado americano. Em evento organizado pelo Itaú nesta terça (10), em São Paulo, o executivo explicou que os especialistas do banco também não enxergam recessão abalando a economia dos EUA neste ano, mas exclusivamente uma desaceleração da atividade americana. “Por isso, estamos sempre pró risco lá.”
Para o Itaú, os tarifaços de Donald Trump podem trazer pequenos choques inflacionários pontuais nos EUA, sem mudar a trajetória de estabilização dos preços na economia americana no horizonte relevante. Esse cenário indica que o Federalista Reserve (Fed, o banco mediano dos EUA) talvez tenha menos espaço para trinchar juros nascente ano do que o mercado enxerga atualmente. Para a equipe, o cenário de alívios nas taxas pode até ser em secção prorrogado para o ano que vem.
O importante nesse quadro é, na verdade, o efeito deflacionário do tarifaço no resto do mundo, de mercados desenvolvidos a emergentes, pondera McCarthy.
“Não é que achamos que bolsas dos EUA vão desabar, exclusivamente acreditamos que o resto do mundo vai performar melhor. Assim, usamos a posição de 10% a 11% do caixa que fizemos no termo do ano pretérito para montar essas novas posições. Montamos uma posição vendida [estratégia que aposta na queda] de 3% em dólar DXY [índice que mede a força da moeda americana contra outras moedas de mercados desenvolvidos] em todas as carteiras e compramos 3% de risco nos mercados emergentes, o que inclui China, Índia, Coreia e até um pouquinho de Brasil, mas muito pouquinho“, explica o estrategista-chefe de soluções do Itaú Unibanco.
Nas carteiras globais do Itaú, 30% da renda variável já está alocada em bolsas que não a dos EUA, ainda que os índices americanos seja, historicamente, os ativos mais rentáveis do mundo. Mas, hoje, a equipe de alocação do banco enxerga mais introdução para ganhos de capitais em bolsas europeias, na japonesa, em títulos de renda fixa de outras economias que não a americana e também em ativos dos mercados emergentes.
“Somos mais otimistas com as bolsas nos próximos seis meses a um ano e meio. Na renda fixa, os preços ainda são bons, mas porquê não parece ter espaço para cortes no limitado prazo, acreditamos que não há tanto espaço para ganhos de capital nessa classe”, diz.
Brasil no radar – mas não protagonista
Sobre os ruídos que tomaram o mercado lugar nas últimas semanas, principalmente com a retomada da romance fiscal, McCarthy pondera que o governo brasílio sempre cumpre as metas fiscais. “O problema é que só cumpre a meta no termo do ano. Isso inibe investimentos no mercado no curso. É difícil para os gestores apostarem num mercado que inspira esse tipo de instabilidade. Ainda que, lá no termo, o Brasil cumpra as metas fiscais.”
A equipe avalia que a inflação segue pressionada por cá, e as expectativas estão desancoradas, o que confirma o IPCA supra da meta neste ano. Caso o índice fique perto dos 5% em 2025 e, se a projeção para 2026 desabar para 4%, haveria espaço para o BC inaugurar a discutir cortes na Selic para o ano que vem.
Mas o desempenho dos ativos domésticos ainda está muito atrelado ao envolvente global, na avaliação do executivo. A crítica estruturada do real só se confirmará se o mesmo intercorrer com outras moedas. “As moedas costumam marchar juntas”, conclui.
Já a bolsa brasileira, mesmo com ativos ainda sendo negociados com tapume de 22% de desconto de em relação à média histórica, acaba perdendo o protagonismo para outras bolsas emergentes também baratas, porquê a China, ou a da Índia, que é mais variada e entregou retornos ainda maiores que as americanas no último ano.
“As nossas ações estão realmente muito baratas, mesmo depois da estirada deste primícias de ano. Em relação às bolsas desenvolvidas, o desconto da brasileira é de 58%. Por isso, somos uma das melhores bolsas para nascente ano e entramos no radar dos estrangeiros. Isso ficou simples para o resto do mundo quando a tese de extenuação do dólar ganhou corpo. Mas ainda não somos a principal escolha entre os emergentes hoje.”
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