Em superquarta zero super, sinais nas entrelinhas podem ser o ponto de viradela da bolsa

• O Ibovespa lateralizou de novo, com baixa de 0,09%, fechou nos 133.398 pontos. Com isso, soma perda de 1,28% nesta semana. No mês de maio, o índice acumula queda de 1,24%, mas, neste ano, está com valorização de 10,9%.

• A carteira do Ibovespa movimentou R$ 15,2 bilhões hoje, inferior da média diária dos últimos 12 meses, de R$ 16,4 bilhões.

• Lá fora, o Federalista Reserve (Fed, o banco mediano americano) confirmou durante a tarde a amplamente esperada decisão de manter as taxas de juros de referência para os mercados no pausa entre 4,25% a 4,5% ao ano.

Na coletiva com a prensa, Jerome Powell, presidente da domínio monetária dos EUA não trouxe rigorosamente zero de novo. Não, pelo menos, para quem se ateve unicamente ao oração técnico.

Para além das pressões inflacionárias, o presidente do Fed enfatizou a preocupação dos diretores executivos da domínio monetária com os impactos do tarifaço de Donald Trump na economia americana.

Powell falou uma, duas, três…volta e meia trazia a política tarifária da Moradia Branca ao núcleo da discussão. Porque é mesmo. A agenda econômica de Trump abalou os mercados e deve ter consequências severas para todos, mas principalmente para a atividade americana, além do seu impacto no sentimento dos consumidores e produtores.

Mas o que o Fed faz, nas entrelinhas, é indicar um culpado por colocá-lo na berlinda a ponto de não conseguir prever seu próximo golpe nos juros. Mostrar e dar o nome: Trump.

Powell, por sua vez, mostra que não pretende minguar a cabeça para o presidente dos EUA, dando de ombros às suas ameaças.

Com o banco mediano americano entre a cruz e a punhal, os juros seguem altos por lá por mais tempo que o esperado.

• A taxa de Repositório Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2026 saiu de 14,70% para 14,74% ao ano. Prêmios em contratos de pequeno prazo estão mais ligados às expectativas dos investidores para a Selic.
• No médio prazo, os retornos da taxa para janeiro de 2029 seguiram em 13,54% ao ano.
• Já para janeiro de 2036, a taxa foi de 13,72% para 13,71%. Vencimentos com prazos mais longos refletem uma maior preocupação com calote do governo.

Esse movimento pode impactar os rumos da Selic e também o fluxo de dólares, que tende a transmigrar para a renda fixa dos EUA.

• O dólar mercantil avançou 0,62% contra o real hoje, fechando em R$ 5,75. Na semana, já subiu 1,6% e, no reunido de maio, valorizou quase 1,2%. Neste ano, o saldo da moeda americana ainda é de uma queda de 7%.

Para a bolsa brasileira, a má notícia é que o cenário indigitado pelo Fed pode dar menos brecha para o Banco Mediano (BC) reduzir a Selic.

Mas, assim uma vez que a posição em que o Fed se encontra é dúbia, também é a posição do BC do Brasil.

Se os juros americanos mais altos pressionam os juros brasileiros também a seguirem altos, a desaceleração das economias deve atenuar o cenário inflacionário, o que permitiria uma inversão do ciclo da política monetária por cá.

E com isso, pelo menos, que muitas ações domésticas contam para conseguir subir.

• Das 87 ações que fazem secção do Ibovespa atualmente, 52 recuaram neste pregão.

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