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Entre ingenuidade e má-fé: Brasil ainda não sabe se proteger de golpes no mundo do dedo

Entre ingenuidade e má-fé: Brasil ainda não sabe se proteger de golpes no mundo do dedo

Entre ingenuidade e má-fé: Brasil ainda não sabe se proteger de golpes no mundo do dedo

Entre ingenuidade e má-fé: Brasil ainda não sabe se proteger de golpes no mundo do dedo

O brasílio abraçou a inovação financeira com excitação — mas ainda não aprendeu a se proteger dela. Esse foi o consenso entre os participantes do tela sobre segurança do dedo do EC Fórum Brasil, organizado pela Proteste Euroconsumers-Brasil e realizado nesta quarta-feira (22), em Brasília.

Apesar da adesão maciça a ferramentas uma vez que contas digitais e Pix, especialistas apontaram que o usuário ainda carece de instrução do dedo e financeira, transitando entre a ingenuidade, a preguiça e até a má-fé no uso de suas contas bancárias, na proteção de dados e na procura por informação sobre prevenção a fraudes.

Segundo Breno Santana Lobo, chefe-adjunto do Departamento de Competição e Estrutura do Mercado Financeiro (Decem) do Banco Meão, “a digitalização do Brasil foi muito rápida e surpreendente, e o BC não esperava que a adoção do Pix fosse tão abrangente”.

Ele destacou que o país ainda “não tem instrução do dedo”, e que muitas vítimas de golpes só aprendem depois tombar em armadilhas — embora haja quem repita os mesmos erros em novas ocasiões. “As pessoas acreditam em links desconhecidos, pedidos de verba por WhatsApp e ofertas incríveis”, afirmou.

Lobo ressaltou que segurança se tornou fator de competição: instituições que oferecem mais proteção nas transações ganham vantagem e atraem novos clientes. Para ele, o tema deve ser tratado uma vez que um ativo público, com construção conjunta entre governo e setor privado, a exemplo do protótipo de governança do Pix.

Ele também defendeu punições a quem aluga ou vende contas bancárias a golpistas, e o uso de dados não sensíveis — uma vez que nome e chave Pix — para substanciar os mecanismos de segurança sem magoar a LGPD.

Na visão de Ana Clara Azevedo, dirigente de Relações Governamentais do Google, “não adianta ter a melhor criptografia do mundo se a pessoa cai em golpe de engenharia social”. Ela alertou que a inovação chega aos fraudadores mais rápido do que aos sistemas de resguardo, e que a regulação é reativa.

Ana Clara lembrou que o Brasil é um dos países mais avançados na digitalização financeira, mas enfrenta desafios únicos, uma vez que o roubo de celulares vinculado a fraudes bancárias — um problema vasqueiro em outros países.

“O brasílio valoriza mais a segurança do que a privacidade, enquanto na Europa ocorre o oposto”, comparou. Para ela, a prevenção precisa ser simples, já que o golpe é sempre sofisticado. “Os recursos de segurança têm de ser fáceis de usar, e o desenvolvimento deles deve ser colaborativo, não uma competição entre empresas”, afirmou.

A instrução do dedo também foi defendida por Rafaela Nogueira, economista-chefe da Zetta. Segundo ela, a maioria dos golpes é resultado de engenharia social, e não de falhas técnicas nos sistemas. “O sucesso dos golpes ocorre pelo escoamento do verba via contas laranja, muitas vezes com o consentimento de quem as cede”, explicou.

Rafaela reforçou que não se pode demonizar a digitalização, o Pix ou as fintechs, sob risco de frear avanços importantes. “É preciso investir na conscientização do usuário e na colaboração entre empresas. Se o golpe não entra por uma porta, entra por outra que estiver oportunidade”, disse.

Ela ainda destacou a urgência de interromper o fluxo financeiro das fraudes e melhorar a rastreabilidade das transações.

Cássia Botelho, diretora da Confederação Vernáculo das Instituições Financeiras (FIN), lembrou que a digitalização trouxe inclusão e aproximação, mas serpente responsabilidade. “As pessoas não podem ter preguiça de se informar sobre golpes e fraudes”, afirmou.

Os participantes concordaram que segurança do dedo é hoje fator de competitividade, mas requer cooperação e autorregulação. O fortalecimento desse ecossistema depende da integração entre poder público, setor privado e sociedade social, para transformar o Brasil — já líder em inovação financeira — também em referência global em proteção e crédito no envolvente do dedo.

gettyimages-489896998 Entre ingenuidade e má-fé: Brasil ainda não sabe se proteger de golpes no mundo do dedo
— Foto: Getty Images

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