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Expectativa de juros no Brasil destoa de emergentes por estar acima do nível pré-covid, diz diretor do BC

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Expectativa de juros no Brasil destoa de emergentes por estar acima do nível pré-covid, diz diretor do BC

080721diogo5 Expectativa de juros no Brasil destoa de emergentes por estar acima do nível pré-covid, diz diretor do BC
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O diretor de política econômica do Banco Central, Diogo Guillen, participou de evento promovido pelo Bradesco Asset Management na manhã desta segunda-feira (13) O Brasil mostra uma dinâmica diferente da de outros mercados emergentes, ao ter expectativas de juros acima dos níveis vistos antes da pandemia. O apontamento foi feito pelo diretor de política econômica do Banco Central, Diogo Guillen, que também lembrou da prescrição futura (“guidance”) contratada pela autoridade monetária, com mais duas elevações de 1 ponto na Selic contratadas para este ano.

“Como migramos de um cenário mais incerto para um mais adverso, com materialização dos riscos, isso nos permitiu dar mais previsibilidade e indicar as próximas decisões e um ciclo maior. Por isso, indicamos duas reuniões à frente, com barra alta para alterar”, afirmou o dirigente, ao participar de “live” organizada pela Bradesco Asset Management.

Em sua apresentação, inclusive, Guillen deu ênfase à desancoragem das expectativas inflacionárias, ao afirmar que ter expectativas ancoradas é algo que “reduz o custo da desinflação”.

Guillen também observou que a atividade econômica segue em nível bastante forte e que, ao longo do ano passado, o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) surpreendeu os analistas de mercado, em um ambiente de consumo das famílias forte e de maior investimento. O dirigente, porém, notou que, mais recentemente, dados do comércio e da indústria referentes a novembro vieram mais fracos que o esperado e afirmou que “é melhor não sobreponderar os dados da margem porque, às vezes, trata-se somente de uma oscilação”.

Ele, contudo, ressaltou que, diante da política monetária mais apertada, uma abertura do hiato do produto (medida de ociosidade da economia) seria “parte do processo de política monetária para desinflacionar a economia”. “A surpresa tem sido muito mais a resiliência da atividade do que uma eventual abertura do hiato à frente”, ressaltou o dirigente ao fazer referência aos efeitos esperados do aperto da política monetária.

Ainda em sua apresentação, Guillen lembrou que, sobre a questão fiscal, cerca de 80% dos analistas de mercado que participaram do questionário pré-Copom disseram que a situação das contas públicas havia piorado antes da reunião de dezembro. “O debate da nossa interação com o mercado tem sido mais sobre a sustentabilidade da dívida do que sobre o atingimento das metas do arcabouço anuais”, disse o dirigente.

Conteúdo originalmente publicado pelo Valor PRO; serviço de notícias em tempo real do Valor Econômico
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Diogo Guillen
Silvia Zamboni/Valor

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