Falta de tecnologia no mercado offshore é principal queixa entre investidores
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Em um momento em que o mercado offshore vive transformações estruturais profundas, impulsionadas pela novidade legislação tributária brasileira e por uma maior conscientização sobre sucessão patrimonial, a privação de tecnologia adequada tem se tornado um gargalo cada vez maior.
Isso é o que concordam o director global de fortunas do Itaú Unibanco, William Heuseler, e o diretor de serviços corporativos da Catalyst, Daniel Amorim. Os dois participaram do Avenue Connection, que acontece nesta quarta-feira (16) em São Paulo.
Os investimentos offshore são, basicamente, aplicações de recursos financeiros em ativos localizados fora do país de residência do investidor. Essas operações podem envolver a início de contas bancárias, a geração de empresas ou a compra de outros ativos em países estrangeiros.
O ano pretérito marcou uma viradela significativa nas estruturas de investimento no exterior. Com a aprovação da reforma tributária para ativos offshore, os investidores se depararam com novas regras para pessoas físicas e para empresas controladas lá fora.
A mudança mais importante foi na forma de tributar. Agora, estruturas chamadas de transparentes mantêm o mesmo tratamento tributário da pessoa física, e são indicadas principalmente para fins sucessórios. Já as chamadas opacas passaram a ser tributadas com base na variação anual do patrimônio líquido (PL), com alíquota de 15% sobre elas.
O executivo do Itaú explica que a introdução de estruturas opacas e transparentes trouxe uma novidade classe de complicação, principalmente na segmento contábil dos fundos. “O que era simples virou alguma coisa técnico. Agora você precisa segregar o principal do que é a valorização e isso eu acho muito difícil”.
A novidade legislação exige organização, precisão e entrada rápido a informações fiscais, contábeis e societárias. No entanto, o que se vê, principalmente em family offices e entre investidores de subida renda, segundo os dois especialistas, é uma falta de tecnologia que dê suporte à novidade verdade.
“O maior problema é não ter prontidão nem um único lugar para encontrar todas informações porquê uma ata de aumento de capital. Ter uma plataforma que permita controle totalidade virou precípuo”, diz Heuseler. “Tecnologia é o novo nome do jogo”, completa.
Daniel, sócio da Catalyst, reforça que “fazer fundo offshore era dispendioso e multíplice, exigia jurisperito, hoje já há soluções tecnológicas emergindo, mas o setor fiduciário ainda precisa atingir o mesmo nível de eficiência. O cliente quer um aplicativo no celular para ver os documentos, não quer mais esperar dias por uma resposta.”
Ele aponta que, apesar dos avanços, o mercado ainda sofre com a morosidade dos provedores e a falta de padronização. “O cliente chega no assessor querendo montar uma estrutura porquê a Pic (Private Investment Company), e o processo de remessa, câmbio, capitalização é lento e pouco transparente”.
A barreira tecnológica não só gera ineficiência para quem já investe no exterior, mas também limita o entrada de novos investidores ao mercado global.
“Hoje uma pessoa com século moedas, metade no Brasil, metade offshore, pode se ver em um nó societário se não tiver desvelo. Sócios podem não ser os herdeiros legais. Instrumentos porquê joint ownership (propriedade conjunta, quando duas ou mais pessoas possuem um muito ou propriedade em conjunto, cada uma com direitos e responsabilidades sobre essa propriedade) não são ruins, mas precisam ser muito compreendidos”, alerta Willian.
Para os executivos, o cenário atual exige uma união entre o setor bancário e o fiduciário, com foco em inovação, a falta disso pode simbolizar perda de competitividade para gestoras, escritórios e plataformas que não se adaptarem.
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