Gripe aviária: China bloqueia importações do Brasil. Porquê decisão deve afetar o mercado?
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A barreira às exportações brasileiras também pode se refletir no mercado de câmbio, encarecendo o dólar por cá, enquanto investidores elevam as percepções de risco no país. Com o o conduto fechado com o maior parceiro mercantil do Brasil nesse setor, menos dólares entram tanto via balança mercantil quanto também via mercado de ações, o que tende (nesse quadro) a enfraquecer o real.
O governo brasílico havia solicitado que os parceiros comerciais do Brasil “regionalizassem” a suspensão das compras de frango brasílico, ou seja, restringissem o embargo ao Rio Grande do Sul, ou a um relâmpago de 10 km do foco onde foi detectado o caso de gripe aviária.
Mas, em paralelo a um novo caso transmitido ontem, a China tornou solene o embargo abrangente, o que deve afetar as vendas da proteína bicho para o grande mercado asiático. A notícia foi feita ainda no momento em que os dois países buscavam fortalecer suas relações comerciais em meio à guerra tarifária global imposta pelos Estados Unidos.
Até ontem, 24 parceiros comerciais já haviam suspendido completamente a importação de músculos de aves do Brasil, incluindo China, o conjunto União Europeia, México, Uruguai e Argentina, segundo informações do Ministério da Lavradio e Pecuária (Planta), que se prepara para o lançamento do próximo Projecto Safra no final de junho.
As maiores exportadoras brasileiras da proteína listadas na bolsa são a JBS e a Marfrig/BRF, companhias entre as maiores em frango debilitado do mundo. De contrato com as estimativas do Santander, as restrições às importações devem afetar 44% dos embarques brasileiros de frango, o que representa 15,8% da produção pátrio totalidade.
“Calculamos que as exportações de frango representem aproximadamente 35% do lucro antes de juros, impostos, descrédito e amortização (Ebitda) da Marfrig (incluindo a BRF) e 12% da JBS”, escrevem os analistas do banco Guilherme Palhares e Laura Hirata.
O Santander tem recomendação neutra para ações da Marfrig e vê potencial de valorização supra da média (outperform) para a ação da JBS.
Desde os primeiros casos que levaram à enunciação de estado de emergência sanitária na região foco da infecção, as ações mais afetadas entre as duas exportadoras foram as da JBS, que recuou 6,5% no mês. Já a BRF (que passa pela fusão com a Marfrig que resultará na geração da MBRF Global Foods Company), inclusive, aparece entre as maiores quedas da carteira do Ibovespa em maio, caiu mais de 10% no mês.
As perspectivas, no entanto, ficam mais sombrias para o setor, que terá os resultados trimestrais (dependendo da extensão da crise, os anuais) impactados pela crise sanitária.
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