Hapvida (HAPV3) sofre incisão de preços-alvos: hora de comprar ou vender? Veja o que dizem analistas
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O balanço do quarto trimestre da Hapvida (HAPV3) desencadeou um movimento de revisão de avaliação dos analistas de bancos, com ao menos quatro reduções de preços alvos para as ações da companhia só nesta semana.
Entre outubro e dezembro de 2024, a operadora de planos de saúde reportou um lucro de R$ 167,8 milhões revertendo o prejuízo de R$ 82 milhões apresentado um ano antes. No mesmo pausa, a receita cresceu 7,8%, para R$ 7,47 bilhões.
Apesar da melhora, o resultado foi impactado pelo efeito não recorrente de um pacto de liquidação parcial de valores relacionados ao ressarcimento ao Sistema Único de Saúde e de multas devidas à Sucursal Vernáculo de Saúde Suplementar (ANS). Esse pacto, conforme a Hapvida, gerou um impacto líquido de R$ 470 milhões no seu resultado do quarto trimestre, desdobrado em R$ 145 milhões no Ebitda (lucro antes de juros, impostos, menoscabo e amortização) e R$ 325 milhões no resultado financeiro.
Desde portanto, analistas incorporaram os dados divulgados e alguns apresentaram revisões para a avaliação das ações. Na segunda-feira, o Goldman Sachs cortou o preço-alvo para a ação da Hapvida de R$ 4,30 para R$ 4, mas reiterando recomendação de compra. No mesmo dia, o BTG Pactual cortou o preço-alvo de R$ 4,50 para R$ 4, também mantendo indicação de compra.
Para o Goldman Sachs, os resultados do quarto trimestre mostraram que a Hapvida ainda não afastou os riscos envolvendo as provisões de processos judiciais. Os analistas Gustavo Miele e Emerson Vieira calculam que essa provisões, feitas para tapar casos onde beneficiários dos planos questionam procedimentos que não foram autorizados pela companhia, devem simbolizar 3,3% das receitas neste ano.
Já em termos operacional, o Goldman Sachs explica que a Hapvida continua com boas tendências de preços e soma de beneficiários, com as ações se mantendo atrativas já que precificam o cenário negativo envolvendo processos judiciais.
No BTG Pactual, os analistas reduziram as suas previsões de lucro líquido da Hapvida para 2025 e 2026 em 23% e 18%, respectivamente, porquê revérbero de um balanço do quarto trimestre que ficou “inferior do esperado”. O banco também destacou negativamente as maiores provisões de contingência para processos e o aumento das despesas financeiras líquidas.
Durante a teleconferência de resultados da Hapvida, a gestão da companhia tentou traçar um cenário otimista, destacando a desaceleração no ritmo de aumento de depósitos legais nos primeiros meses de 2025, mas o BTG acredita que a situação ainda parece incerta.
Ainda durante a teleconferência, o vice-presidente de finanças da Hapvida, Luccas Adib, afirmou que a companhia continua discutindo o ressarcimento ao SUS e que pretende remunerar de “forma mais célere” as multas à ANS.
No Bradesco BBI, os analistas Marcio Osako e Valeria Parini comentaram sobre a baixa visibilidade dos resultados do quarto trimestre, devido aos efeitos pontuais, e que as ações só deverão voltar a lucrar a crédito do mercado quando a empresa virar algumas tendências relacionadas a procedimentos legais e voltar a ter uma sequência positiva de sinistralidade e soma de beneficiários. O banco cortou o preço-alvo para Hapvida de R$ 3,80 para R$ 3,50, com recomendação de compra.
O Itaú BBA, por sua vez, afirmou ter sido surpreendido pelo aumento no número de provisões para processos judiciais no trimestre. O banco decidiu atualizar os seus cálculos para essas provisões, passando a dividir o acúmulo de depósitos judiciais em novos depósitos, reversões devido a acordos com o responsável do processo e baixas em seguida os fundos depositados serem liberados para o beneficiário.
Ainda assim, considerando a tendência de queda em novas ações judiciais contra planos de saúde e os esforços da Hapvida em evitar novos bloqueios, o Itaú BBA acredita que haverá uma desaceleração no provisionamento de fundos nesse sentido. Ainda assim, os analistas do banco reduziram o preço-alvo para Hapvida de R$ 4,80 para R$ 4,20, reiterando indicação de compra.
Também no início desta semana, a gestora de investimentos Squadra aumentou sua participação da Hapvida para 5,15% do totalidade de ações ordinárias da companhia, o que também pode ter feito preço nos papéis.
Em transmitido à Hapvida, a gestora afirmou que as aquisições realizadas não objetivam mudar a elaboração do controle ou a estrutura administrativa da companhia.
Teor publicado originalmente no Valor PRO, serviço de informação em tempo real do Valor Econômico.
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