Ibovespa dá cavalo de pau no Copom e sobe 2,8%, maior subida diária em quase dois anos
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Não necessariamente o fará.
- Mas o trajo de já não ter descartado essa possibilidade poderia ser um mau sinal para a bolsa brasileira. Significaria que o ciclo de apertos na taxa básica de juros, em 13,25% ao ano depois da decisão de ontem, pode estar longe do término.
Só que, no término, zero disso importou no mercado de ações do Brasil nesta quinta-feira (30).
Porque o Ibovespa deu um cavalo de pau no cenário para os juros apontados pelos bancos centrais na última superquarta.
- O principal índice de ações do Brasil registrou a maior subida diária desde 5 de maio de 2023, salvando 2,82% de ganhos hoje.
- Com o lucro de hoje, o Ibovespa atingiu o maior nível desde 11 de dezembro, agora nos 126.913 pontos. No ano, já valorizou 5,5% até nascente dia 30 de janeiro.
- O giro na carteira de ações do índice foi de quase R$ 18 bilhões hoje, quase 10% supra da média diária dos últimos 12 meses, de R$ 16,4 bilhões.
Por trás dessa disparada, a viradela de cenário que esta “superquinta” guardou para o Brasil e os Estados Unidos
Durante a manhã, o Resultado Interno Bruto (PIB) americano do quarto trimestre mostrou uma economia mais fraca que o esperado. Má notícia para alguns, boa para outros.
A desaceleração da atividade sustenta uma visão mais otimista para a política monetária. O esfriamento da economia dos EUA – embora ainda bastante possante – pode perfurar espaço para novos cortes de juros. Uma vácuo que o Federalista Reserve (Fed, banco meão americano) deixou entender ontem que estaria se fechando.
No Brasil, a geração de vagas com carteira assinada ficou inferior do esperado em 2024. De novo, se um tanto bom ou ruim, é uma questão de perspectiva.
Do lado dos que sorriram com essa notícia, a visão é que, com um mercado de trabalho mais fraco, o risco de repique inflacionário arrefeceu.
Assim, à revelia das sinalizações dos bancos centrais, as apostas para os juros no porvir caíram. Nos dois países. E o refrigério na renda fixa americano deu espaço suficiente para as taxas brasileiras descerem inferior dos 15% em quase todos os vencimentos.
- Cá, a taxa de Repositório Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2026 saiu de 15,20% para 14,85% ao ano. Prêmios em contratos de limitado prazo estão mais ligados às expectativas dos investidores para a Selic.
- No médio prazo, os retornos da taxa para janeiro de 2029 oscilaram de 15,15% para 14,77% ao ano.
- Já para janeiro de 2036, a taxa foi de 14,87% para 14,65%. Vencimentos com prazos mais longos refletem uma maior preocupação com calote do governo.
Acompanhando a queda dos juros nos títulos públicos americanos (Treasuries), o dólar enfraqueceu global e localmente.
- Entre idas e vindas, o dólar mercantil garantiu sua nona queda seguida nos 45 do segundo tempo, na maior sequência de baixa em sete anos e meio. A moeda americana encerrou o pregão 0,24% mais barato, a R$ 5,85. No ano, já se desvalorizou 5,3% contra o real.
A César o que é de César
Não seria justo atribuir o otimismo generalizado na bolsa brasileira hoje somente aos dados. Uma secção do impulso veio de falas do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, que conversou com jornalistas no término da manhã.
Além de prometer (mais uma vez) a independência do presidente do BC, Gabriel Galípolo, para a transporte dos juros, Lula adotou um tom mais compreensivo sobre os apertos na Selic.
- “Não tem uma vez que o presidente do BC dar cavalo de pau em mar revolto”, disse Lula, sinalizando ao mercado que não pressionará o indicado do governo para a presidência do BC por quedas nos juros diante das condições adversas.
O dirigente do Planalto também reforçou seu compromisso com a meta fiscal, mostrando preocupação com a contenção das despesas federais.
Embora investidores ainda estejam céticos diante das retóricas do governo petista, os rumores sobre uma reforma ministerial com nomes do “centrão” mais do alegria da Faria Lima e do Leblon têm distorcido alguns narizes.
Até porque outro sinal veio dos (praticamente) inquestionáveis números: o governo meão cumpriu a meta fiscal em 2024.
Os resultados, que levam em conta os balanços do Tesouro Pátrio, Previdência Social e BC – mas excluem despesas com a dívida pública – vieram inclusive melhores que estimado: um déficit de R$ 11 bilhões, equivalente a 0,09% do PIB.
A meta de resultado primordial para 2024 era de déficit zero, com pausa de tolerância de 0,25 ponto do PIB, para cima ou para grave. Conforme previsto, a conta não considera as despesas do governo federalista com a calamidade do Rio Grande do Sul.
Com mais essa, não teve pessimismo com as sinalizações para os juros que resistisse ao ímpeto de guinada na bolsa.
- Das 87 ações atualmente listadas na carteira do Ibovespa, 83 avançaram hoje.
Um dos sustentáculos para o movimento do Ibovespa foram as ações da Vale, que subiram 4,22% nesta sessão. O papel acelerou os ganhos em seguida Lula expressar que pretende fazer uma reunião para discutir os obstáculos da mineração.
Assim, siderúrgicas e mineradoras dispararam em conjunto hoje.
Não fez mal também saber, uma vez que soprado pelo noticiário internacional, que a equipe de Donald Trump não está nem perto de tomar uma decisão sobre as tarifas universais e as previstas para a China.
Sinal de que os tempos de sossego mercantil podem porfiar um pouco mais nesta novidade era Trump.
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