Ibovespa (enfim) renova máxima histórica. E o firmamento é o limite para a bolsa brasileira agora

• O Ibovespa arrancou 1,76% e fechou nos 138.963 pontos. Na máxima da sessão, bateu os 139.419 pontos. Na semana, a subida do índice é de 1,8%. Até cá no mês de maio, acumula valorização de 2,88% e, neste ano, a subida é de 15,53%.

No dia, os ativos brasileiros pegaram impulso nas promessas do governo federalista de anunciar um novo bloqueio de recursos e contingenciamento na próxima semana.

Por isso, o índice fechou até 1,18% supra do seu recorde anterior, de 137.343 pontos (em 28 de agosto de 2024). Ou seja, teve fôlego para subir para o topo e ainda sobrou.

• A carteira do Ibovespa movimentou R$ 20,6 bilhões hoje, 25% supra da média diária dos últimos 12 meses, de R$ 16,5 bilhões.

Os maiores responsáveis pelo desempenho do índice de referência da bolsa neste ano foram os grandes bancos. A ação do Itaú foi a que mais puxou o Ibovespa para a máxima, seguida pela da B3 e, portanto, a do Bradesco, uma vez que mostra um levantamento do Valor Data.

E qual papel mais atrapalhou? Petrobras. Os ativos da petrolífera estatal, que é a maior da bolsa do Brasil em valor de mercado e tem o segundo maior peso do índice – se somadas suas duas ações – caíram perto de 10% só desde o primícias de 2025.

A má performance da companhia pressionou o Ibovespa para plebeu e foi responsável por tirar 0,84 ponto da subida de 15,5% que a carteira acumula até cá. Sem seu peso, portanto, o índice teria conseguido a novidade máxima antes.

• Das 87 ações que fazem segmento do Ibovespa atualmente, 76 avançaram neste pregão.

Lá fora, a trégua tarifária entre Estados Unidos e China começa a tombar para o segundo projecto. Ou seja: é uma pedra a menos no caminho do Ibovespa até o recorde.

O conformidade americano-chinês anunciado no termo de semana mudava o cenário de que as grandes economias perderiam muita tração oriente ano. E se as economias não desacelerassem tanto quanto se esperava, as pressões inflacionárias poderiam resistir, o que adiava o horizonte de conforto nos juros no Brasil.

Mas o Banco Médio e a inflação americana sopraram em prol da bolsa hoje.

“A subida da bolsa parece ser um revérbero de um alinhamento positivo entre o cenário extrínseco e dados internos. Do lado global, o CPI [inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor] dos Estados Unidos veio inferior do esperado, o que diminui a pressão sobre o Fed [Federal Reserve, banco central americano] e reforça a tese de que, mesmo com riscos inflacionários, os juros devem permanecer estáveis por mais tempo”, diz Lucas Almeida, perito em mercado de capitais e sócio da AVG Capital.

• O dólar mercantil avançou 1,34% contra o real hoje, fechando a R$ 5,61, no menor patamar desde 14 de outubro de 2024. Na semana, cai 0,82% e, no aglomerado de maio, a queda é de 1,2%. Neste ano, o saldo da moeda americana ainda é de uma queda de 9,24%.

Por cá, muitos especialistas leram a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) com um tom mais neutro. Por isso, a maioria aposta numa Selic encerrando o ciclo nos 14,75% ao ano, o patamar atual da taxa, embora deva seguir nesse nível por mais tempo.

Em outras palavras: os juros podem até não descer tão cedo, mas pelo jeito também não vão muito além do nível que já alcançaram.

• A taxa de Repositório Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2026 saiu de 14,80% para 14,79% ao ano. Prêmios em contratos de pequeno prazo estão mais ligados às expectativas dos investidores para a Selic.
• No médio prazo, os retornos da taxa para janeiro de 2029 oscilaram de 13,46% para 13,52% ao ano.
• Já para janeiro de 2036, a taxa foi de 13,63% para 13,76%. Vencimentos com prazos mais longos refletem uma maior preocupação com calote do governo.

A partir de agora, o firmamento é o limite…

O que acontece com um ativo depois de atingir uma máxima histórica? Igor Graminhani, comentador técnico da Genial, explica que, no grafismo, a projeção de Fibonacci serve para medir qual será o novo patamar de preço no caso de depreender um patamar inédito.

E a projeção de Fibonacci é, resumidamente, uma instrumento em estudo técnica que permite mandar que profundeza o preço de um ativo pode atingir em uma tendência.

“A projeção 61,8% de Fibonacci, considerando uma projeção do último pivô de subida do Ibovespa, joga o índice para os 144.350 pontos. Isso significa que esse é o próximo fim da carteira. Ela vai funcionar mais uma vez que um objetivo do que uma vez que resistência no gráfico, é um próximo fim para o ativo, o que significa que o movimento é mais fluido supra da máxima”, diz.

Quem está olhando para o Ibovespa e se perguntando até quanto ele pode subir posteriormente o recorde, pode permanecer tranquilo. Com o primeiro fim a menos de 4% do fechamento de hoje, o segundo fim de Fibonacci está somente nos 149.400 pontos e, portanto, nos 157.600 pontos, conforme a estudo de Graminhani.

O terceiro objetivo do índice representa mais de 13,4% de ganhos supra da máxima do atual nível do índice. Em outras palavras: ainda tem bastante solo para o Ibovespa andejar.

E hoje foi dia de a carteira do Ibovespa azular. Com os gatilhos acionados pelo índice na máxima, é preciso ter em conta que as ações mal começaram a se restaurar.

As exportadoras de commodities somente ontem começaram a reagir, posteriormente a pacificação dos ânimos de envolvidos nos embates tarifários.

Para quase todas as ações gigantes e pequenas da bolsa brasileira, o teto ainda está beeeem longe do seu atual patamar.

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