Ibovespa fecha agosto com novo recorde e lucro de 6%, a maior subida mensal em 1 ano

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• No seu novo recorde de fechamento, em 141.422 pontos, o Ibovespa encerra o mês com ganhos de 6,28%, o maior impulso mensal que o índice toma desde agosto de 2024. Hoje mesmo, o índice avançou 0,26% e, na semana, acumulou ganhos de 2,5%. Do primórdio do ano até cá, valorizou 17,57%.

Superado o imbróglio com Donald Trump, ainda no primórdio do mês de agosto os investidores do mercado brasiliano puderam se voltar para o próximo marco na narrativa da bolsa: a queda dos juros.

Dados da economia americana e sinalizações de diretores do banco medial dos Estados Unidos (Federalista Reserve, o Fed), inclusive de seu preside, Jerome Powell, validaram as apostas na retomada da flexibilização monetária por lá.

A queda das taxas nos EUA amplia o espaço para o Banco Meão (BC) brasiliano flexibilizar sua política monetária.

• A taxa de Repositório Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2027 saiu de 13,94% para 13,97% ao ano. Prêmios em contratos de limitado prazo estão mais ligados às expectativas dos investidores para a Selic.
• No médio prazo, os retornos da taxa para janeiro de 2029 foram de 13,14% para 13,20% ao ano.
• Já para janeiro de 2036, a taxa subiu de 13,64% para 13,68% ao ano. Vencimentos com prazos mais longos refletem uma maior preocupação com calote do governo.

Exclusivamente boas notícias…ou seriam, se o mês se resumisse somente aos números dessa reta final.

O que o novo recorde e outros superlativos do Ibovespa não contam é que, apesar das máximas, o gosto ao risco anda grave.

• O giro financeiro do Ibovespa ficou em R$ 17 bilhões hoje, pouco supra da média diária dos últimos 12 meses, de R$ 16,4 bilhões.

A narrativa que garantiu um desfecho favorável ao investidor comprado na bolsa brasileira em agosto também trouxe fortes emoções ao longo do mês. Tem sido assim há qualquer tempo, aliás.

A volatilidade do Ibovespa vem crescendo desde janeiro, principalmente porque a nossa bolsa anda levinhaaa levinhaaa, o que faz com que alguns sopros a joguem para lá e para cá.

A volatilidade anualizada do Ibovespa bateu níveis máximos em agosto desde o primórdio do ano.

Isso acontece porque os investidores locais estão com as posições na bolsa perto das mínimas históricas. E, lá fora, o nível de incertezas com Trump no poder – e no modo ofensivo contra outros parceiros comerciais e o Fed – acionou o modo cautela nos grandes fundos de investimentos.

Ao menos as intempéries causadas pela Vivenda Branca têm servido ao Brasil ao enfraquecerem o dólar e sustentarem o fluxo de rotação de segmento do capital para fora das bolsas de Novidade York.

• O dólar mercantil cedeu 3,2% contra o real em agosto e encerra o mês cotado a R$ 5,42. Nesta sessão, subiu 0,29%, mas, na semana, ficou praticamente inabalável, com perda de 0,07%. Do início do ano até cá, a moeda norte-americana ficou 12,26% mais barata para o brasiliano.

O que esperar em setembro?

Volatilidade. A única garantia é que, mesmo que a amplitude do sobe e desce possa tombar (ou não), o período de turbulências na bolsa está muito longe do termo.

• Das 84 ações que compõem o Ibovespa atualmente, 51 valorizaram nesta sessão, e 74 avançaram durante a semana. Em agosto, 65 papéis enceram o mês em subida.

Depois de um fecho desastroso para 2024, que elevou o risco fiscal às alturas, o investidor estrangeiro é o que tem sustentado as movimentações do nosso mercado de ações.

Trata-se de um grupo consideravelmente mais sensível ao envolvente macroeconômico extrínseco, uma vez que os preços das commodities, dólar e as perspectivas para as taxas de juros nos EUA, que guiam a política monetária no resto do mundo.

A ver pela volatilidade da última semana de agosto, marcada pela divulgação de inflação no Brasil e nos EUA, pelas ofensivas de Trump contra diretores do Fed e pelos números do PIB americano no segundo trimestres.

Dia a dia, cada um desses dados engatilhou otimismo ou fuga do risco dos estrangeiros, o que impulsionou a volatilidade do Ibovespa.

O grupo de estrangeiros que tem investido em ações cá ainda é majoritariamente ligado a movimentos de fundos quantitativos ou indexados, já que o cenário ainda está nebuloso para a tomada de risco mais invasivo.

Embora alguns investidores que fazem alocações mais estratégicas e estruturadas estejam voltando a olhar para o Brasil, a maioria ainda espera mais respostas do cenário eleitoral para 2026. O fluxo de recursos desses fundos, portanto, só deve ser mais vultoso conforme os nomes que disputarão a corrida presidencial estiverem à mesa, junto com suas agendas políticas – e principalmente a fiscal.

Enquanto isso, quem sacode a corda na bolsa brasileira atualmente é o investidor estrangeiro que mira ganhos de limitado prazo.

E setembro girará, no mercado financeiro extrínseco, em torno do golpe de juros que será anunciado pelo Fed no dia 17 e o tom que acompanhará a decisão.

Antes disso, podem crescer ou reduzir as expectativas pelos cortes, mas principalmente haverá questões sobre a sua magnitude. Atualmente, investidores acreditam numa queda de 0,25 ponto percentual nas taxas americanas.

Mas novos números do mercado de trabalho e da inflação podem tanto engatilhar apostas em uma flexibilização de 0,5 ponto percentual ou nutrir crenças nos próximos cortes nas duas reuniões seguintes até o termo deste ano.

Também podem ser um balde de chuva fria no horizonte do mercado financeiro, que pode completar tendo que se contentar com um golpe de 0,25 ponto em setembro e termo.

Tudo ainda pode. E de tudo lá fora e cá dentro dependem os próximos meses para o mercado de ações do Brasil.

Por isso, se topar entrar nessa nave chamada bolsa de valores nos próximos meses, fica a dica: aperte os cintos!

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