Ibovespa pode buscar topo histórico; veja as ações com espaço para subida

• No fechamento, o Ibovespa caiu 0,3%, aos 144.085 pontos. Na semana, sobe 0,5%. No mês, cai 1,5%. E, no ano, ganha 19,8%.

Conforme estudo gráfica do Itaú BBA, posteriormente ultrapassar a marca de 143.400 pontos, o índice agora enfrenta uma barreira relevante em 144.700 pontos, considerada um divisor de águas para o mercado.

Se conseguir fechar supra desse nível nas próximas sessões, o movimento de subida pode lucrar força e levar o Ibovespa até o topo histórico, em 147.600 pontos, o que representa um potencial de valorização de tapume de 2,4% a partir do fechamento atual.

Por outro lado, se a vaga compradora não se sustentar, o índice pode esbarrar em zonas de suporte em 142.600 e 139.300 pontos, e desabar para níveis ainda menores, em 137.000 e 131.500 pontos – oriente último representando uma verosímil correção de quase 9%.

“O início da semana em território positivo melhora a perspectiva, mas não muda o cenário. O risco de quedas ainda existe”, destaca o Itaú BBA. “Neste momento, é esperar o desdobramento do mercado e priorizar ativos em tendência de subida consolidada há pelo menos 12 meses”.

Ações com tendência de subida

Os analistas do Itaú BBA indicam que o momento pede operações com foco no limitado prazo e em papéis que já apresentavam bom desempenho antes da recente melhora do Ibovespa. Basicamente, ações que permanecem supra da média traste de 200 dias (um sinal técnico de força no longo prazo).

Entre os destaques compilados pelos profissionais estão Vibra (VBBR3), BTG Pactual (BPAC11), Alupar (ALUP11), Sanepar (SAPR11) e Orizon (ORVR3).

Essas ações podem ter potenciais de valorização entre 10% e 30%, caso confirmem o rompimento das resistências indicadas na estudo gráfica.

Segundo os analistas Fábio Perina e Lucas Piza, cada operação tem um preço-gatilho, ou seja, o ponto em que o gráfico indica força compradora. A partir desse nível, o investidor passa a mirar dois objetivos de lucro, um mais conservador e outro mais ousado.

No caso de Vibra, por exemplo, o gatilho está em R$ 25,50, com alvos projetados em R$ 28,60 e R$ 35,50, de conformidade com o Itaú BBA.

BTG Pactual tem ingresso sugerida em R$ 49,51, mirando até R$ 69, enquanto Alupar pode buscar R$ 53. Sanepar também aparece com potencial de subida até R$ 44,90.

O Itaú BBA aponta diferentes cenários para Vale (VALE3), Petrobras (PETR4) e Bradesco (BBDC4), ações que estão entre as principais que fazem segmento da carteira teórica do índice.

A Vale (VALE3) segue com viés positivo e encontra resistência em R$ 61,35. Se romper esse nível, o papel pode estender o movimento até R$ 67,35, mantendo tendência de subida enquanto permanecer supra de R$ 58,50.

Já a Petrobras (PETR4) ainda mostra indefinição, com resistência em R$ 32,80. Caso consiga superar esse patamar, pode transfixar caminho para uma tendência de subida de limitado prazo, mirando R$ 34,15 e R$ 35,85, próximo das máximas históricas. Por outro lado, se o movimento se inverter, há suportes entre R$ 29 e R$ 28,10.

• Nesta terça, os papéis da estatal estiveram entre as maiores quedas. Os preferenciais (PN) recuaram 0,8%, a R$ 29,54, com os investidores ainda refletindo o proclamação de redução no preço da gasolina, apesar da licença do Ibama para a Petrobras explorar a Margem Equatorial.

De conformidade com o banco, o gráfico do Bradesco (BBDC4) é um dos mais favoráveis no momento: em tendência de subida, com resistência em R$ 18,30. Supra desse nível, há espaço para o papel seguir até R$ 19,95 e R$ 21,20, com suporte em R$ 16,55.

• Hoje, no entanto, as ações do Bradesco lideraram as perdas vistas no setor bancário. Enquanto os papéis PN cederam 1,3%, BB recuou 1,1%, Itaú caiu 0,9% e Santander perdeu 0,5%.

Das 82 ações da carteira teórica do índice, 38 subiram e 44 caíram hoje.

No mercado de câmbio, o dólar exibiu ligeiro valorização frente ao real, em um movimento de correção técnica posteriormente dias de queda.

Para o planejador financeiro José Áureo Viana Júnior, a expectativa de galanteio nos juros dos Estados Unidos reduz a força global da moeda americana, mas internamente o câmbio ainda oscila conforme a percepção de risco fiscal.

• O dólar encerrou a sessão em subida de 0,36% hoje, a R$ 5,39. Na semana, cai 0,3%. No mês, aprecia 1,3%. No ano, fica 12,8% mais barato em relação ao real.

No mercado de juros futuros, as taxas refletiram a melhora nas expectativas de inflação, diante do proclamação de redução no preço da gasolina pela Petrobras ontem e também pela leitura mais favorável do IPCA no Boletim Focus.

“O mercado ainda vê Selic subida por mais tempo, mas começa a enxergar espaço para queda adiante”, destaca Júnior.

• Os juros futuros de limitado prazo refletem principalmente as expectativas de política monetária do Banco Médio. A taxa do contrato de Repositório Interfinanceiro (DI) com vencimento de janeiro de 2027 recuou de 13,965% para 13,94%; a do DI de janeiro de 2029 cedeu de 13,24% a 13,22%;
• Já os juros de longo prazo são mais influenciados pelas questões fiscais e de risco-país. A taxa do DI de janeiro de 2031 anotou baixa de 13,52% para 13,495%.