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Ibovespa recua 1,4% na semana, mas dólar rouba a cena com subida de 2%; entenda

Ibovespa recua 1,4% na semana, mas dólar rouba a cena com subida de 2%; entenda

Ibovespa recua 1,4% na semana, mas dólar rouba a cena com subida de 2%; entenda

Ibovespa recua 1,4% na semana, mas dólar rouba a cena com subida de 2%; entenda

Durante o ano, estrangeiros migraram segmento de suas alocações nos Estados Unidos para outros mercados. Simples que Japão, Inglaterra, Alemanha e outros países de economias mais maduras e moedas fortes vieram na preferência. Mas não muito longe nessa fileira estavam os emergentes.

Nesse grupo, o Brasil se destacou com um mercado de ações lotado de pechinchas e empresas de qualidade. Foi mal o dólar chegou a desabar quase 15% contra o real no aglomerado do ano e deu aquela ajudinha para a bolsa.

Mas essa tendência parece ter sido interrompida nas últimas semanas.

  • Nesta sexta (19) dólar à vista foi a R$ 5,53, renovando seu maior nível desde 1º de agosto depois da subida de 0,12% hoje. Na semana, a cotação da moeda subiu 2,2% e, em dezembro, o proveito é de 3,63%. No ano até cá, ainda está com perda de 10,53% contra o real.

Neste ano, o pior mês para o real foi julho, em que o dólar se valorizou 3,08% contra a moeda sítio. Mas dezembro caminha para superar essa marca e estancar os ganhos dos ativos domésticos.

A questão mediano nesse cenário é que o mercado de câmbio brasiliano segue por vezes na contramão, por vezes em ritmo de subida do dólar mais poderoso do que no exterior. E por quê?

Segundo uma material da escritório Bloomberg, desde o pregão da pré-candidatura de Flávio Bolsonaro (PL-RJ) à presidência em 2026, no dia 5 de dezembro, fundos e investidores estão comprando instrumentos financeiros para se protegerem de uma eventual explosão do dólar.

Os investidores estão adquirindo contratos de opções de compra (calls, uma vez que são chamados) de dólar. Se o dólar disparar, essas opções valorizam e compensam as perdas que o investidor teria em outros ativos (uma vez que ações brasileiras) com a desvalorização do real.

O que a material mostra é que a diferença média do preço (prêmio) de uma opção de compra de dólar (aposta na subida) e uma opção de venda de dólar (aposta na baixa) disparou para o nível mais cimeira em quatro anos. É uma vez que se o mercado estivesse bancando um preço altíssimo pela aposta de que o dólar vai subir, sem uma contrapartida de investidores achando que a cotação da moeda americana pode desabar.

Trocando em miúdos

O que são contratos de opções? Trocando em miúdos, as opções são contratos que dão a quem os compra o recta de negociar um ativo por um preço fixo em uma data futura. São bastante usados em estratégias mais especulativas ou para proteção da carteira. Quem adquire um contrato de opção com recta de compra espera que esse ativo se valorize supra do preço fixado em contrato, assim poderá comprá-lo “com desconto”. Já no contrato de venda, a perspectiva desse especulador é que o ativo desvalorize além do esperado, assim ele pode vendê-lo por um preço maior.
É obrigatório treinar a compra ou venda de opção? O titular pode ou não treinar esse recta até a data de vencimento dos contratos. Caso não o faça, por ter “apostado falso”, ele fica unicamente com o ônus de remunerar o prêmio, um valor cobrado para comprar o recta da opção.

Por trás desse movimento está a teoria de que essa jogada do primogênito do ex-presidente Jair Bolsonaro, atualmente recluso e inelegível, inviabilizará o projeto da candidatura de Tarcísio de Freitas (Republicanos), pelo qual torciam os grandes investidores e gestores.

O mercado financeiro desejava que o governador de São Paulo fosse o o único nome da direita, já que, na sua visão, Tarcísio teria mais chances de derrotar Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e, com isso, o Planalto ganharia um candidato desempenado à agenda da Faria Lima.

Pelo que as pesquisas eleitorais têm mostrado, o sobrenome Bolsonaro pesa na candidatura e Flávio, com trajetória política menos expressiva, perde em todos os cenários para o líder petista.

  • Nesse vaivém político, o Ibovespa encerrou a semana com perda de 1 43%, nos 158.473 pontos. O índice ainda conseguiu proceder 0,35% hoje, com o base de Vale e Petrobras, mas acumula queda de 0,38% em dezembro. Neste ano até cá, a valorização da carteira está em 31,75%.

Mas o dia já teria sido difícil de qualquer forma para os investidores de bolsa, com o vencimento mensal de opções de ações de um lado, e elevação dos juros japoneses do outro.

  • Isso fez o giro financeiro do Ibovespa permanecer em R$ 23 bilhões hoje, 41% supra da média diária dos últimos 12 meses, de R$ 16,3 bilhões.

Pois é, o Banco do Japão (BoJ) elevou as taxas de juros hoje para os maiores níveis em 30 anos e sinalizou disposição para novos aumentos, encerrando décadas de custos de empréstimos próximos de zero no país.

A decisão do outro lado do mundo se liga ao Brasil pela lógica do carry trade, um mecanismo usado por investidores para lucrar quantia com a diferença entre as taxas de juros (spread) de dois países. Basicamente, esses agentes emprestam capital em mercados com taxas baixas para investir na renda fixa de países com juros elevados.

O Japão era um mercado “mira” do carry trade há décadas justamente pelo grave dispêndio de capital em seu mercado, onde os investidores emprestavam quantia para alocar em outro. E com um rendimento real supra de 10% ao ano, quem vinha recebendo um belo fluxo desses recursos? O Brasil.

A questão que coloca o porvir dos ativos brasileiros em xeque é que, com pressão cá e lá, o real está perdendo força de forma acelerada. E aí a bolsa daqui perde atratividade.

  • Das 82 ações que compõem a carteira atualmente, 43 valorizaram hoje. Na semana, 67 ficaram no vermelho.

Por fim, pouco importam 50% de ganhos numa ação no ano se boa segmento dessa margem for “consumida” pela desvalorização da moeda sítio.

É essa lógica que pode ser carregada para 2026 e que já marca dezembro: a incerteza política aumenta a procura dos investidores por proteção. O carry trade também pode perder força globalmente com eventuais novas altas dos juros nos Japão.

Assim, o mercado de câmbio pode inverter a mão no ano que vem e possivelmente o fluxo de capital estrangeiro vá buscar destinos menos instáveis entre os emergentes. E os ativos do tal kit Brasil (ações, juros e moeda sítio) acabariam escanteados – ou, pior, ganhariam alguma “torcida” contra em 2026.

  • A taxa de Repositório Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2027 saiu de 13,83% para 13,77% ao ano. Prêmios em contratos de pequeno prazo estão mais ligados às expectativas dos investidores para a Selic.
  • No médio prazo, os retornos da taxa para janeiro de 2029 saíram de 13,34% para 13,24% ao ano.
  • Já para janeiro de 2036, a taxa oscilou de 13,67% para 13,59%. Vencimentos com prazos mais longos refletem uma maior preocupação com calote do governo.

Comportamento das ações do Ibovespa em 19/12/2025

Código Nome Brecha Mínima Média Máxima Fechamento Var. %
BRKM5 BRASKEM PNA 7,50 7,28 7,56 7,80 7,80 6,56
CVCB3 CVC BRASIL ON 1,95 1,92 2,00 2,05 2,02 4,12
IRBR3 IRBBRASIL RE ON 52,01 51,80 53,46 54,24 53,27 2,50
HYPE3 HYPERA ON 22,37 22,22 22,94 23,25 22,87 2,19
VAMO3 VAMOS ON 3,23 3,21 3,28 3,38 3,24 1,87
COGN3 COGNA ON 3,59 3,55 3,59 3,63 3,60 1,69
AZZA3 AZZAS 2154 ON 24,50 24,32 24,73 24,92 24,80 1,64
EMBJ3 EMBRAER ON 86,90 86,90 88,13 89,23 88,02 1,41
EGIE3 ENGIE BRASIL ON 30,58 30,53 30,93 31,00 31,00 1,35
SMFT3 SMART FIT ON 22,81 22,78 23,21 23,48 23,19 1,35
VIVA3 VIVARA ON 33,21 33,02 33,79 34,06 33,71 1,35
TAEE11 TAESA UNIT 40,40 40,21 40,81 41,16 40,88 1,34
LREN3 LOJAS RENNER ON 13,40 13,34 13,57 13,72 13,55 1,27
UGPA3 ULTRAPAR ON 20,36 20,32 20,60 20,79 20,59 1,23
RENT3 LOCALIZA ON 43,30 42,79 43,74 44,40 43,78 1,06
CMIG4 CEMIG PN 11,00 11,00 11,05 11,08 11,08 1,00
CPFE3 CPFL ENERGIA ON 50,61 50,49 51,10 51,34 51,11 0,99
CXSE3 CAIXA SEGURI ON 15,80 15,77 15,91 15,97 15,92 0,95
BBDC4 BRADESCO PN 18,30 18,27 18,56 18,70 18,50 0,93
ITUB4 ITAU UNIBANCO PN 39,35 39,19 39,69 40,00 39,53 0,92
CURY3 CURY S/A ON 32,00 31,62 32,14 32,61 32,17 0,91
BBDC3 BRADESCO ON 15,73 15,67 15,88 16,00 15,86 0,89
MOTV3 MOTIVA SA ON NM 14,99 14,86 15,10 15,19 15,13 0,87
ITSA4 ITAUSA PN 11,40 11,39 11,52 11,63 11,47 0,86
VBBR3 VIBRA ON 24,60 24,60 25,02 25,40 24,83 0,85
SANB11 SANTANDER BR UNIT 32,05 31,93 32,35 32,64 32,32 0,84
SBSP3 SABESP ON 133,92 133,92 136,75 138,88 136,34 0,76
AXIA3 AXIA ENERGIA ON 62,00 61,82 62,60 63,09 62,80 0,74
PETR3 PETROBRAS ON 32,50 32,45 32,64 32,77 32,68 0,71
VALE3 VALE ON 70,50 70,38 70,77 70,93 70,85 0,71
B3SA3 B3 ON 13,22 13,21 13,39 13,45 13,39 0,68
MULT3 MULTIPLAN ON 27,29 27,08 27,45 27,66 27,44 0,55
BEEF3 MINERVA ON 5,63 5,61 5,67 5,79 5,67 0,53
POMO4 MARCOPOLO PN 6,07 6,01 6,07 6,18 6,09 0,50
TIMS3 TIM ON 22,71 22,56 22,80 22,87 22,82 0,48
ASAI3 ASSAI ON 7,18 7,13 7,23 7,31 7,23 0,42
EQTL3 EQUATORIAL ON 38,42 38,42 39,00 39,44 38,71 0,42
ABEV3 AMBEV S/A ON 13,18 13,14 13,25 13,32 13,28 0,38
ALOS3 ALLOS ON 27,84 27,76 28,08 28,33 28,00 0,36
PETR4 PETROBRAS PN 31,07 30,97 31,06 31,24 31,01 0,36
HAPV3 HAPVIDA ON 14,25 14,11 14,27 14,53 14,26 0,21
RADL3 RAIA DROGASIL ON 23,07 22,66 22,98 23,20 23,10 0,13
ENGI11 ENERGISA UNT 47,24 47,12 47,56 48,21 47,27 0,06
BRAV3 BRAVA ON 16,11 15,13 15,78 16,36 15,50 0,00
AXIA6 AXIA ENERGIA PNB 66,16 65,75 66,31 66,93 66,32 -0,05
BBSE3 BB SEGURIDADE ON 35,58 35,27 35,43 35,74 35,27 -0,06
MBRF3 MARFRIG ON 19,60 19,32 19,52 19,69 19,54 -0,10
BPAC11 BTGP BANCO UNT 52,24 51,84 52,38 53,22 52,26 -0,15
CSAN3 COSAN ON 5,27 5,25 5,32 5,44 5,27 -0,19
ISAE4 ISA ENERGIA PN 27,00 26,84 27,09 27,39 26,97 -0,22
BRAP4 BRADESPAR PN 20,30 20,22 20,31 20,52 20,22 -0,25
ENEV3 ENEVA ON 19,84 19,81 20,09 20,32 19,92 -0,25
PCAR3 P.ACUCAR – CBD ON 3,79 3,75 3,81 3,90 3,78 -0,26
VIVT3 TELEF BRASIL ON 32,90 32,64 32,86 33,25 32,82 -0,27
DIRR3 DIRECIONAL ON 13,87 13,70 13,90 14,15 13,83 -0,29
GGBR4 GERDAU PN 20,44 20,28 20,40 20,67 20,37 -0,29
GOAU4 GERDAU MET PN 9,03 8,92 8,98 9,15 8,96 -0,36
SUZB3 SUZANO S.A. ON 51,29 51,29 51,64 52,51 51,32 -0,41
SLCE3 SLC AGRICOLA ON 16,07 15,98 16,03 16,15 16,00 -0,44
WEGE3 WEG ON 50,00 49,30 49,79 50,72 49,72 -0,56
YDUQ3 YDUQS PART ON 12,40 12,32 12,42 12,59 12,36 -0,56
RECV3 PETRORECSA ON 11,00 10,72 10,94 11,24 10,72 -0,65
IGTI11 IGUATEMI S.A UNT 24,95 24,84 24,95 25,29 24,84 -0,68
BBAS3 BRASIL ON 21,59 21,41 21,49 21,65 21,44 -0,69
AURE3 AUREN ON 12,05 11,98 12,07 12,18 11,98 -0,83
PRIO3 PETRORIO ON 38,60 38,21 38,45 38,96 38,21 -0,88
USIM5 USIMINAS PNA 5,95 5,78 5,84 5,95 5,86 -1,01
RDOR3 REDE D OR ON 41,70 41,08 41,48 41,99 41,44 -1,02
MGLU3 MAGAZINE LUIZA ON 9,32 9,23 9,34 9,45 9,25 -1,07
CPLE5 COPEL PNA 13,58 13,52 13,59 13,91 13,58 -1,09
RAIL3 RUMO S.A. ON 14,61 14,46 14,55 14,81 14,49 -1,09
MRVE3 MRV ON 7,90 7,77 7,86 7,98 7,81 -1,14
FLRY3 FLEURY ON 14,70 14,53 14,65 14,81 14,53 -1,16
RAIZ4 RAIZEN PN 0,83 0,81 0,84 0,86 0,81 -1,22
CEAB3 CEA MODAS ON 12,97 12,74 12,90 13,12 12,74 -1,39
KLBN11 KLABIN S/A UNT 18,67 18,29 18,39 18,75 18,29 -1,61
TOTS3 TOTVS ON 44,12 43,13 43,51 44,63 43,45 -2,16
PSSA3 PORTO SEGURO ON 47,52 46,48 46,98 47,68 46,48 -2,19
NATU3 NATURA ON 7,53 7,36 7,42 7,53 7,36 -2,26
CYRE3 CYRELA REALT ON 30,50 29,62 29,99 30,57 29,77 -2,39
CSNA3 SID NACIONAL ON 9,56 9,20 9,35 9,59 9,28 -3,23
CMIN3 CSN MINERACAO ON 5,48 5,25 5,30 5,48 5,26 -4,01

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risco segurança dólar — Foto: Getty Images

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