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Ibovespa volta aos 119 mil pontos, mas recuperação ainda parece distante

Ibovespa volta aos 119 mil pontos, mas recuperação ainda parece distante

Ibovespa volta aos 119 mil pontos, mas recuperação ainda parece distante

gettyimages-182145805 Ibovespa volta aos 119 mil pontos, mas recuperação ainda parece distante
Saldo do Dia: Sem notícias do front fiscal e com mais juros no horizonte dos EUA, bolsa brasileira parece longe do fundo do poço. A questão é o que a aguarda depois desse mergulho: uma mola ou o alçapão? Há quem diga que no fundo do poço existe uma mola. Se os coaches e otimistas de plantão nas redes sociais estiverem certos, então pode ser que o Ibovespa esteja perto de um impulso.
Nesta segunda-feira (13), o Ibovespa fechou praticamente de lado depois de perder os ganhos defendidos durante o pregão. O índice conseguiu salvar apenas 0,13% da alta, mas ao menos voltou aos 119 mil pontos. No mês, agora acumula queda de 1,06%.
Faz mais de quatro meses que o índice perde altitude de forma consistente.
Uma vez intensas e irrefreáveis, as quedas têm sido ou comedidas e mais intervaladas por sessões de recuperação.
Mas, mesmo que do chão não passe, tem sido difícil medir quanto mais falta o Ibovespa cair até bater no seu chão.
Um sinal de que o fundo do poço para a bolsa brasileira pode não estar tão longe assim está no Boletim Focus de hoje. Embora as projeções de economistas para a inflação tenham subido mais uma vez, as para a Selic em 2025 estacionaram nos 15%.
Um patamar que desafia a tolerância ao risco, é verdade.
A fuga da renda variável derrubou o giro da bolsa ao menor nível desde 2019. E a liquidez reduzida ainda é um obstáculo para a bolsa ganhar tração.
Mas o impulso ou a derrocada para a bolsa brasileira pode vir das agendas econômicas. 2025 está, enfim, começando no mercado financeiro.
Nesta semana, dados de inflação nos Estados Unidos e o IBC-Br, conhecido como “prévia do PIB” do Brasil, prometem trazer algum agito para as bolsas.
Já na última sexta, o relatório com dados do mercado de trabalho americano sugeriu que a economia dos EUA segue bem, obrigado. Boa notícia para o trabalhador médio, péssima para quem apostava na continuidade da queda dos juros por lá.
Com juros mais altos, a renda fixa americana ficou mais atraente. Então investidores do mundo todo arrastaram seus recursos para os títulos públicos dos EUA (Treasuries), o que fortaleceu o dólar – a despeito de quaisquer esforços do Banco Central (BC) do Brasil para conter essa disparada da moeda americana.
Nesse jogo de forças no mercado de câmbio, a moeda americana ficou bem volátil.
O dólar comercial ficou praticamente estável hoje. Com uma queda tímida de 0,07%, fechou a sessão a R$ 6,10. Em janeiro, o recuo é de 1,33%.
Mais cedo, a balança comercial superavitária de US$ 1 trilhão da China animou o mercado sobre a capacidade do gigante asiático de manter aquecida a demanda por commodities. Ainda que, como de praxe, tenha exportado mais, as importações cresceram 1% em 2024.
Foi graças a ela que o Ibovespa se salvou por um fio de mais uma queda. Ou melhor: se segurou graças ao reflexo desse otimismo com a maior compradora de metais e segunda maior consumidora de petróleo do mundo nas ações de siderúrgicas e de Petrobras e suas pares.
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E se no fim do poço houver um alçapão?
O fundo do poço para a bolsa brasileira pareceu mais distante em novembro. Com a eleição de Donald Trump nos Estados Unidos e o anúncio atabalhoado do pacote de cortes de gastos federais, abriu-se um alçapão para o mercado de ações afundar ainda mais.
Ainda que o cenário esteja quase inteiramente refletido nos preços do mercado atualmente, ainda tem espaço para piora.
E a melhor prova disso são as negociações dos futuros de juros.
Desde novembro, investidores do Brasil se jogaram sem paraquedas na espiral de pessimismo. A deterioração das projeções alimentou expectativas ainda piores.
Quando o risco de descontrole fiscal aumentou, investidores começaram a projetar inflação mais alta.
Na visão dos negociadores, se a política monetária não acompanhasse esse novo horizonte – com apertos mais fortes e tom mais duro para os juros – poderia ser tarde demais quando o efeito dos estímulos fiscais começasse a aparecer (isso mesmo, na inflação).
Basicamente, sem garantias de que o governo controlaria – de maneira eficiente – seus gastos, o quadro fiscal virou o epicentro da tempestade no mercado financeiro.
Junto ao risco fiscal, somou-se o risco Trump (com possíveis taxações de importações brasileiras), cuja agenda protecionista pode provocar uma inversão no ciclo monetário americano. Em outras palavras: mais juros por lá.
Por muito tempo, a deterioração desse quadro pareceu longe do fim.
Meses depois, os ânimos aparentemente arrefeceram. O risco doméstico não caiu, mas também já não sobe. Não por ora.
Por ora, só com o que a bolsa brasileira se deparou foi um platô, e não a mola prometida.
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