Investidores encontram caminho de volta à bolsa com rotas alternativas ao IOF. Mas o que pode vir por aí?

Mas segmento dos agentes sentiu um consolação nesta terça (3), quando alternativas à canetada tributária começaram a parecer mais concretas. E os ativos domésticos refletiram esse desafogo.

• O Ibovespa avançou 0,56%, a 137.546 pontos. Nesta primeira semana de junho, a carteira subiu quase 0,4%. Com isso, a valorização acumulada pelo índice desde o primícias do ano está em 14,35%.

A novidade política tributária do Planalto acionou o alerta vermelho: o governo poderia buscar lastrar as contas públicas via novos impostos regulatórios. Hoje, mais IOF. Amanhã – quem sabe -, ressuscitar a Tributo Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF)?

Tudo ainda estava no campo especulativo, porém a sensação de risco seguiu elevada.

• A taxa de Repositório Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2026 saiu de 14,79% para 14,81% ao ano. Prêmios em contratos de limitado prazo estão mais ligados às expectativas dos investidores para a Selic.
• No médio prazo, os retornos da taxa para janeiro de 2029 oscilaram de 13,68% para 13,65% ao ano.
• Já para janeiro de 2036, a taxa saiu de 13,85% para 13,78% ao ano. Vencimentos com prazos mais longos refletem uma maior preocupação com calote do governo.

Acontece que a reação da opinião pública e do Congresso, sensível aos pleitos dos grandes empresários (controladores do capital) e dos pequenos e médios empreendedores (que formam uma tamanho relevante de eleitores), obrigou o Planalto recuar.

Na manhã de hoje, Lula confirmou que o governo articula alternativas com os presidentes das duas Casas legislativas. Ao não descartar nenhuma possibilidade – nem mesmo as que mais agradariam o mercado financeiro, porquê a desvinculação dos benefícios previdenciários da regra de reajuste real do salário mínimo e dos pisos de saúde e instrução -, o suspiro foi maior.

• A carteira do Ibovespa movimentou R$ 16,9 bilhões hoje, praticamente em risca com a média diária dos últimos 12 meses, de R$ 16,5 bilhões.

A ponto de o cenário mudar no mercado de câmbio lugar, a despeito da valorização do índice DXY, que mede a força do dólar contra uma cesta de moedas fortes no exterior, e do prostração de divisas emergentes diante da debilidade da atividade industrial na China.

• O dólar mercantil desvalorizou 0,70% contra o real, a R$ 5,63, no menor nível desde 14 de maio. Nesta semana, a moeda americana já caiu 1,45% e, no ano, cedeu mais de 8,8% na presença de a brasileira.

Colaborou – e muito – as ações da Petrobras terem reduzido o ritmo de queda, posteriormente Haddad prometer que a elevação de tributos no setor de óleo e gás – um pouco aventado pelo ministro de Minas e Virilidade, Alexandre Silveira – não está contemplada no pacote fiscal mútuo ao IOF.

A garantia reduziu a percepção de risco no setor e o receio de interferência política na companhia estatal. Assim, os papéis preferenciais (PN, com preferência por dividendos) encerraram o dia em queda de 0,17% e os ordinários (ON, com recta a voto em assembleias) avançaram 0,43%.

• Das 85 ações que fazem segmento do Ibovespa atualmente, 66 valorizaram hoje.

O que exatamente vem por aí no novo pacote fiscal que o governo vai apresentar no nosso pacote? Muito…isso nem Haddad soube proferir. Em seguida as lições com os vazamentos de informações, o governo preferiu se resguardar. A si e ao projeto que servirá de opção ao aumento do IOF.

A sinalização positiva durante a tarde foi o gerente da pasta da Quinta ter aparecido ao lado dos deputados David Alcolumbre e Hugo Motta, presidentes da Senado e da Câmara, respectivamente, para informar que as opções serão discutidas com os líderes do Congresso antes de serem anunciadas.

As novas medidas devem reunir esforços arrecadatórios ou de namoro de gastos da ordem entre R$ 20 e R$ 35 bilhões, suficientes para o governo de Lula atingir a meta do tórax fiscal neste ano.

Mas com os parlamentares à mesa com o Planalto, a Faria Lima e o Leblon se sentiram mais representados. O Congresso tem mostrado mais sensibilidade aos pleitos dos grandes gestores e empresários brasileiros, enquanto o Executivo coloca a população de baixa renda no meio da sua agenda.

A questão é que a discussão fiscal não opõe essas camadas da sociedade. Contas públicas desarranjadas podem, indiretamente, percutir até mais nos mais pobres, aqueles que mais sentem a escalada da inflação e perdem o (já pequeno) chegada ao crédito em função dos juros altos.

A julgar pela reação dos investidores no envolvente doméstico, é esperado um pacote mais equilibrado. Talvez o incremento de IOF seja mais restringido que a proposta inicial e uma pequena segmento do orçamento das emendas vá para o sacrifício, também porquê algumas despesas governamentais.

Em termos arrecadatórios, muito do que o governo propôs já foi barrado pelos próprios parlamentares, também sob pressão de grupos de interesse.

Mas é vestuário que o universo de incentivos fiscais dados pelo governo brasílico a empresas é da ordem de R$ 800 bilhões. Quem sabe saia qualquer coelho dessa cartola…