Investir em XP ou BTG? O que dizem analistas e onde cada papel leva vantagem
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Finalizada a temporada de divulgação de resultados do terceiro trimestre, a decisão de investir nos papéis da XP ou do BTG – as duas maiores plataformas de investimento do país, além de bancos – ganha novos elementos. Segundo analistas, ambas surfaram o boom do mercado de capitais nos últimos anos, mas agora enfrentam um envolvente de juros altos, que reduz o gosto por renda variável e muda a dinâmica de suas receitas.
Segundo Gustavo Cruz, estrategista-chefe da RB Investimentos, o comportamento das empresas tende a ser próximo. “XP e BTG andam parecidas porque dependem do mesmo movimento: mais brasileiros investindo e juros mais baixos. Com o lucro elevado, a segmento de renda variável caiu muito nas duas plataformas”, afirma.
O Santander tem recomendação de outperform (desempenho supra da média do mercado, que corresponde à recomendação de compra) para o BTG e vê o banco prestes para passar um cenário macroeconômico mais duro, bem em crédito corporativo, gestão de patrimônio e receitas ligadas a juros.
Já o Itaú BBA tem recomendação equivalente a neutra (market perform, em traço com o mercado), mas destaca desempenho robusto no terceiro trimestre, com retorno sobre patrimônio (ROE) proeminente e prolongamento em áreas porquê Sales & Trading (operações próprias de mercado) e subida renda.
“O BTG sempre teve mais rostro de banco”, avalia Cruz. “Com cenário de lucro elevado, isso ajuda a rentabilizar melhor a operação e perder menos espaço para corretoras.”
Para a XP, o tom é mais equilibrado. O Itaú BBA vê um terceiro trimestre firme, com potente ingresso de recursos, mas pressão no varejo e custos maiores. Também aponta um take rate menor (isto é, a fatia que a XP ganha nos produtos), revérbero de um cliente mais conservador.
Já os analistas do BTG (que cobrem os papéis da XP) têm recomendação de compra, destacando o Net New Money (NNM, uma métrica para medir o prolongamento real da base de clientes e a crédito dos investidores) supra do previsto e agenda de investimentos. Aliás, os “múltiplos estão muito descontados”, ou seja, o mercado está pagando pouco pelo lucro e as ações estão baratas.
Para Cruz, o envolvente de lucro elevado pesa mais sobre a XP. “A XP nasceu porquê plataforma de investimentos e acabou se tornando um banco ao longo do tempo. Mas em cenário de juros altos, ela ainda sente mais do que o BTG.”
Ambas as empresas lideram (e disputam entre si) áreas porquê assessoria, gestão de patrimônio e operações estruturadas. “Quando a Anbima mostra recordes de emissão de dívida, XP e BTG capturam muito, porque têm canais de distribuição fortes dentro da própria base”, aponta Cruz.
Ele destaca ainda que, pela natureza da concorrência, os movimentos tendem a ser correlacionados. “Assim porquê Itaú e Bradesco andam juntos por competirem no mesmo segmento, XP e BTG também seguem uma lógica parecida.”
A unit do BTG Pactual (BPAC11), negociada na B3, a bolsa brasileira, acumula subida de 96% em 2025, e encerrou o pregão de ontem (18) cotada a R$ 52,39.
As ações da XP são negociadas na Nasdaq e podem ser acessadas por meio dos BDRs (recibos de ações de empresas listadas fora do país) também na B3, com código XPBR31. De janeiro até o pregão de ontem, a ação tem rentabilidade acumulada de 56%, valendo US$ 18,45.
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