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Maioria dos ETFs mais populares da bolsa teve alta em 2024. Em quais apostar em 2025?

Maioria dos ETFs mais populares da bolsa teve alta em 2024. Em quais apostar em 2025?

Maioria dos ETFs mais populares da bolsa teve alta em 2024. Em quais apostar em 2025?

etf1 Maioria dos ETFs mais populares da bolsa teve alta em 2024. Em quais apostar em 2025?
etf1 Maioria dos ETFs mais populares da bolsa teve alta em 2024. Em quais apostar em 2025?
Dos dez fundos de índices com o maior número de cotistas, sete tiveram alta em 2024. Os que estão no vermelho, no entanto, são os que seguem o mercado local Dos dez fundos de índices (também chamados de ETFs, sigla de ” Exchange-traded Funds”) mais populares da bolsa brasileira, sete tiveram alta ao longo de 2024. Nenhum deles, no entanto, segue ações locais. E, segundo especialistas, a melhor aposta para 2025 pode continuar sendo nos ETFs que permitem a diversificação não só geográfica como também de classes de ativos.
Isso porque o cenário local tende a continuar mais nebuloso, com juros altos penalizando a bolsa. Com isso, ETFs de renda fixa podem ser uma alternativa. Por outro lado, com a queda dos juros americanos, a bolsa dos Estados Unidos deve continuar entregando bons resultados, assim como as criptomoedas, que se beneficiam no governo de Donald Trump, um entusiasta dos ativos digitais. Assim, os fundos de índices que replicam esses ativos e mercados também aparecem como uma oportunidade.
Para quem não sabe, os ETFs são um dos instrumentos mais baratos e fáceis para diversificar a carteira de investimentos, inclusive em outros países. Eles são fundos de gestão passiva que replicam índices da bolsa, sejam eles de ações brasileiras, estrangeiras, renda fixa, criptomoedas e até ouro. Ou seja, o investidor pode investir neles por meio do home broker das corretoras como se estivesse comprando uma ação. Como eles acompanham índices já prontos, os gestores têm menos trabalho e, assim, esses fundos costumam ter baixa taxa de administração.
O que aconteceu em 2024?
Segundo dados disponíveis pela B3, a bolsa de valores brasileiras, a lista dos ETFs com o maior número de cotistas inclui fundos que acompanham o índice S&P 500 da bolsa americana; índices de criptomoedas; índices de ações chinesas e até mesmo índices de ouro. Além, é claro, de ETFs que replicam índices da bolsa brasileira, como o Ibovespa (das ações negociadas na B3), e o índice de Small Caps (que reúne as empresas com menor valor de mercado). E em 2024, a maioria deles registrava alta. As quedas, no entanto, vinham justamente dos índices que replicam o mercado local.
O ETF BOVA11, que acompanha o Ibovespa (que reúne os papéis mais negociados da bolsa) acumulava perda de 3,11% até o dia 11 de dezembro de 2024. E poderia ser pior. O ETF SMAL11, que replica o índice de “small caps” (nome dado às empresas com menor valor de mercado) registrava queda de 14,75%. Por fim, o XFIX11, que acompanha o índice de fundos de investimentos imobiliários (FIIs), perdia 10,87% no ano.
Por outro lado, ETFs que acompanham índices de criptomoedas, como o BITH11, o QBTC11 e o HASH11, por exemplo, superam os 150% de valorização no ano. Esses ativos já vinham registrando altas importantes desde que as chances de vitória de Donald Trump aumentaram. Com a concretização da eleição, eles seguiram subindo. É importante lembrar que ao longo de toda a sua campanha, o ex-presidente fez sinalizações de apoio às criptomoedas e chegou a defender a criação de uma reserva de bitcoin pelo governo americano.
ETFs com mais cotistas
Outros ETFs que acompanham bolsas estrangeiras e outros ativos (como é o caso do ouro) também registraram alta neste ano. No caso dos fundos que acompanham índices da bolsa americana, como o IVVB11 e o NASD11, a alta foi justificada pelo bom desempenho deste mercado ao longo de 2024, especialmente devido à tese da inteligência artificial que puxou as ações de tecnologia para cima e ajudou a sustentar as bolsas no azul. O XINA11, que acompanha empresas chinesas, também teve um resultado positivo sustentado pelos estímulos econômicos do governo chinês que animaram o mercado. Já o GOLD11, que acompanha o desempenho do ouro, subiu devido à busca de investidores por esse metal, que serve como uma reserva de valor importante em momentos mais nebulosos.
Não à toa, um levantamento feito pela Quantum mostra que a lista dos ETFs que mais renderam em 2024 até novembro é composta, majoritariamente, por fundos que acompanham índices de criptomoedas e teses tecnológicas, como de empresas que atuam na Web3 (nova “fase” da internet caracterizada pelo controle dos usuários) e do blockchain (redes criptografadas onde são registradas, por exemplo, as transações de criptomoedas).
ETFs mais rentáveis no ano até novembro
Mas e para 2025, o que virá?
Tendo em vista o cenário atual no mercado brasileiro (com Selic em alta e bolsa ainda patinando), é possível que os investidores continuem apostando nos ETFs que permitam a diversificação geográfica e de ativos. Além disso, os fundos que acompanham índices de renda fixa (como o IMA-B, que representa os títulos indexados ao IPCA) também podem se apresentar como uma boa opção.
“Permanecendo o cenário do jeito que está, com o governo e a questão fiscal do jeito que estão, o investidor continua olhando lá fora. E cada vez mais vemos fluxo de recursos indo pra fora”, afirma Débora Cazotti, diretora da gestora Global X Brasil.
Segundo a especialista, as teses que ganham força no próximo ano são as das empresas de infraestrutura e defesa norte-americanas, além da inteligência artificial e das criptomoedas, que devem continuar em alta.
“Quando fazemos reuniões com investidores estrangeiros vemos que a demanda por inteligência artificial ainda é grande, então a tese de investir nessas companhias deve continuar forte. Além disso, temos a estratégia de investimento em infraestrutura norte-americana, porque o governo Trump reforça isso, assim como a estratégia de defesa nos Estados Unidos, uma vez que ele investe em empresas desse setor”, afirma a especialista. “E as teses de blockchain e bitcoin não tem o que falar. O Trump é um grande entusiasta das criptomoedas”, completa.
Mas Débora destaca que existem, ainda, alguns mercados “escondidos” que podem trazer bons retornos aos investidores, tais como o argentino e o indiano.
“Temos um ETF que acompanha o mercado argentino que está muito bem, mas precisamos ver até quando isso vai acontecer, porque é uma estratégia de curto prazo. Precisamos ver se o país continua fazendo o dever de casa, que é parecido com o do Brasil: equilibrar contas públicas, rever a parte fiscal, analisar a relação de gasto e investimentos e etc”, afirma Débora. Na Índia, por outro lado, há mais segurança. “A Índia tem feito seu dever de casa, está investindo em educação, em infraestrutura, em consumo interno e vemos que hoje ela é o que a China era no passado, o grande mercado emergente da Ásia”, diz.
Sobre a China, Débora pede cautela. Ela reconhece que os estímulos recentes dados pelo governo animaram o mercado no curto prazo. Mas, segundo a especialista, ainda não há dados que comprovem que o país é uma boa opção para um período mais longo. “China ainda temos que ficar observando, por enquanto, não acreditamos em um crescimento como vinha tendo antes”, diz.
O problema, contudo, é que a quantidade de ETFs que replicam esse tipo de mercado ainda é limitada. Atualmente, algumas das possibilidades que existem são investir em ETFs Globais (ou seja, BDRs, títulos que “espelham” ativos estrangeiros na bolsa brasileira de ETFs internacionais). Na bolsa brasileira há, por exemplo, o BNDA39, que é baseado no índice MSCI India. Existe, ainda, o BILF39, que é baseado no S&P Latin América 40.
Geraldo Búrigo, analista de research da gestora Investo, também vê boas oportunidades em ETFs para este ano, especialmente por conta dessa função de diversificação geográfica que eles oferecem. Ele destaca, ainda, um ponto importante: a “dolarização” por meio deles.
“Essa possibilidade de dolarizar o patrimônio ocorre por meio de ETFs negociados na B3 que replicam cotas de fundos internacionais. Dessa forma, o valor da cota negociada no Brasil acompanha tanto a variação do ativo no exterior quanto a oscilação cambial entre o dólar e o real”, afirma. “Em 2024, os ETFs internacionais foram os grandes destaques, impulsionados pela valorização do dólar, o que reforça o papel dos ETFs como uma excelente ferramenta de proteção em tempos de crise”, diz.
Eduardo Otero, líder do time de Investimentos da Warren, afirma que este pode ser um bom momento para olhar para ETFs de renda fixa. Ele destaca, no entanto, que é importante que o investidor que queira aplicar nesses fundos olhe sempre para a composição da sua carteira e entenda o seu perfil. Assim, ele consegue fazer as melhores escolhas inclusive para um prazo maior de tempo.
Questionado sobre a vantagem de se investir em um ETF de renda fixa ao invés de comprar diretamente um título público, por exemplo, ele responde que trata-se de uma “delegação de estratégia”. Afinal, quando o título vencer, o investidor precisa pensar onde vai alocar novamente o seu dinheiro. Em um fundo, o gestor faz isso por ele.
“A vantagem do título é: se o investidor aplica no título, no dia do vencimento ele recebe o dinheiro. E na hora de reinvestir, ele precisa analisar de novo as condições do mercado. No ETF, ele investe na carteira e fica o tempo todo lá, o gestor vai fazendo o rebalanceamento do que tem naquela cesta ao longo do tempo”, afirma.
Para ele, independentemente do tipo de ETF que o investidor optar por aplicar, ele precisa avaliar como aquele produto entra na sua carteira e da estratégia dela. Assim, ao escolher os produtos certos para ele, aquele investidor não precisa “seguir a manada” nem se apavorar em momentos de crise.
“O investidor precisa ter muita clareza de qual é o seu perfil de risco. E evitar ficar pulando de galho em galho. Se ele olha como foi uma classe no ano passado e tenta correr para ela na expectativa de que ela continue se valorizando, pode se dar mal. Em momentos em que o risco aumenta e o pessimismo impera, geralmente é quando os investidores se desfazem da carteira para mirar em outras coisas e aí acabam perdendo oportunidades”, conclui.
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