Marfrig (MRFG3) salta na bolsa: o que aconteceu?

Nesta segunda-feira (3), a China suspendeu compras de mesocarpo bovina de três frigoríficos brasileiros. O embargo temporário atinge uma da maiores unidades da JBS (JBSS3) no Brasil, além de indústrias da Bon-Mart e Frisa. Nesta quarta, os papéis da JBS fecharam com ligeiro subida, de 0,39%, cotados a R$ 31,11.

Com isso, os papéis de Marfrig e BRF (BRFS3) podem ser beneficiados, já que estão fora da lista de suspensão e podem lucrar uma fatia maior do mercado chinês, avalia Rubens Cittadin, operador de renda variável da Manchester Investimentos.

“Essa suspensão também engloba algumas empresas argentinas, portanto corrobora para a menor competição. Abre um pouco mais o mercado para essas empresas que não estão na lista dessa suspensão. Marfrig e BRF sobem justamente porque vão ter uma fatia maior do mercado chinês”, diz Cittadin.

Hayson Silva, exegeta da Novidade Futura Investimentos pontua que a subida do papel também é impulsionada pela perspectiva de maior participação no mercado norte-americano devido às tarifas dos Estados Unidos sobre China, México e Canadá.

Aliás, a Marfrig também colhe ainda a repercussão do bom resultado apresentado no balanço do quarto trimestre, pontua Vitor Agnello Piazzi, exegeta educacional da CM Capital.

“A Marfrig se manteve eufórica muito por conta dos balanços apresentados e com essa situação da China e da JBS, pois isso pode terebrar portas para o ativo lucrar espaço no mercado, assim uma vez que a BRF também” comenta Piazzi.

Por ser um grande exportador, o setor também “surfa” com o movimento do dólar, que, quando sobe, acaba levando o segmento junto e quando cai, acaba indo junto também, explica o exegeta. O dólar fechou fevereiro 1,35% mais custoso, sob impacto de Trump e Zelensky.

No fechamento, os papéis da BRF subiram 4,02%, a R$ 18,65.