Mercado não vê a hora de virar a página sobre China e Estados Unidos

Hoje, no entanto, o craque do jogo foi o secretário do Tesouro Scott Bessent, que fez declarações em tom mais conciliatório e acalmou os ânimos do mercado.

• No término da sessão, o Ibovespa fechou em subida de 0,65%, aos 141.603 pontos. Na semana, sobe 1,37%. No mês, cai 2,48%. No ano, defende ganhos de 18,56%.

Sinais de trégua vindos de Washington ajudaram a reduzir o clima de confronto e impulsionaram as bolsas, em um movimento de recuperação que também beneficiou o Brasil.

O secretário do Tesouro americano, Scott Bessent afirmou à CNBC que os Estados Unidos “não querem escalar o conflito com a China” e que “Trump está disposto a se encontrar com o presidente Xi Jinping”. Segundo ele, Washington procura “ajudar a China, não prejudicá-la”, um oração que trouxe consolação aos mercados globais.

As declarações vieram posteriormente uma sequência de falas duras de autoridades americanas nos últimos dias, que haviam proeminente a aversão ao risco e pressionado as bolsas.

Para Leonardo Santana, perito em investimentos e sócio da Top Gain, o mercado reagiu com mais tranquilidade diante da expectativa de novos acordos entre os países.

“Não é a primeira vez que o Trump faz ameaças, e não será a última. Ele se diz acessível ao diálogo, e acredito que as conversas vão evoluir até um consenso. É fundamental que isso se resolva, já que a China é um grande parceiro do Brasil. Tudo que afeta a China afeta o nosso minério de ferro, que impacta a Vale e toda uma enxovia econômica cá”, explica.

Santana acrescenta que o cenário extrínseco mais otimista, somado à expectativa de cortes de juros nos EUA, tem atraído capital estrangeiro e sustentado o desempenho da bolsa brasileira: “Mesmo com as notícias negativas sobre o fiscal cá no Brasil, o Ibovespa se mantém próximo das máximas históricas.”

O dólar também reagiu aos sinais de silêncio vindos dos Estados Unidos.

• A moeda americana fechou em queda em relação ao real, caindo 0,13%, a R$ 5,4624. Na semana, cai 0,74%. No mês, sobe 2,63%. No ano, fica 11,61% mais barato para o brasílico.

• O dia foi de destaque para varejo e consumo, com Assaí (ASAI3) avançando 6,23% e RD Saúde (RADL3) subindo 4,91%, impulsionadas pelos dados positivos do setor divulgados pelo IBGE.
• No setor financeiro, o Banco do Brasil foi o único grande banco a operar no negativo, refletindo o impacto de um verosímil empréstimo conjunto de bancos à estatal.
• Entre as blue chips, Vale (VALE3) ganhou 1,92%, acompanhando a subida do minério de ferro no exterior, enquanto Eletrobras (ELET3) avançou com o proclamação da venda da Eletronuclear, movimento visto pelos bancos porquê redução de risco nas ações.

Das 82 ações da carteira teórica do Ibovespa, 55 subiram, 25 caíram e duas ficaram estáveis.

O varejo restrito, que abrange oito segmentos do transacção, cresceu 0,2% em agosto frente a julho, encerrando uma sequência de quatro quedas. O resultado veio em risco com a mediana das projeções do Valor Data.

Para o Banco Médio, números mais fortes de vendas indicam que a atividade segue aquecida, o que reduz o espaço para cortes de juros. Em outras palavras: o consumo firme pressiona a inflação e pode levar o Copom a adotar um ritmo mais cauto no ciclo de retardamento monetário.

“Acredito que essa bolha de otimismo deve prosseguir ainda mais com a concretização dos cortes nos juros do Brasil também. O Galípolo já afastou qualquer vestígio de cortes ainda nesse ano. Logo, sem dúvidas, esse golpe deve vir no início de 2026, mas ainda um golpe que deve ser muito gradativo e não deve distanciar investidores do Brasil”, diz Santana.