Negociação com EUA vai aumentar e há agenda, diz Alckmin

O vice-presidente afirmou que tem com os EUA uma “agenda positiva”. Brasil e EUA, disse, têm 200 anos de amizade e parceria, mencionando empresas americanas que tradicionalmente investem cá, uma vez que General Motors e Caterpillar. “Os Estados Unidos têm superávit mercantil conosco. Dos países do G20, eles só tem superávit com três países: Reino Uno, Austrália e Brasil. Oriente ano nós exportamos [para lá] 4,5% a mais. Eles exportaram para nós 12,5% a mais. O Brasil não é problema, o Brasil é solução.”

Do ponto de vista tarifário, lembrou, oito dos dez produtos americanos mais exportados para o Brasil têm tarifa zero, e a tarifa média é 2,7%. Do ponto de vista não tarifário, há também uma agenda, afirmou. O Brasil, disse, tem virilidade limpa, verdejante, renovável, rico. Segundo ele, há também espaço para progredir em minerais estratégicos. Alckmin destacou que a atuação da iniciativa privada nos EUA é necessário para a negociação da política tarifária americana. O trabalho, afirmou, é para reduzir alíquotas e excluir do tarifaço os 35% de itens que ainda restam.

Ele negou que o Brasil usará a lei de reciprocidade agora e defendeu que o país continue com cautela, defendendo o livre transacção e multilateralismo. “Vamos lembrar que na semana passada a celulose foi retirada do tarifaço. A tarifa não é nem 10%, foi para zero.”

Alckmin disse que há uma série de boas notícias no país e mencionou que o preço da comida está melhor, o dólar chegou a R$ 5,32 e a bolsa subiu. O que preocupa muito, elencou , é que é preciso ter políticas fiscal e monetária muito duras. “Só que não há zero pior para a política fiscal do que uma Selic a 15%. Um por cento de Selic aumenta R$ 48 bilhões só para rolar a dívida”, disse. “Você corta R$ 200 milhões da saúde, R$ 300 milhões da instrução, R$ 400 milhões de logística e infraestrutura, e cada 1% gasta R$ 48 bilhões para rolar a dívida.” Ele ainda disse que há justificativa para o Brasil ter a segunda maior taxa de juros do mundo.

Questionado sobre a sucessão presidencial, Alckmin afirmou que as eleições deixam “ansiosos” os jornalistas e os políticos. Disse que toda eleição é disputada — “é muito bom que seja disputada” — e que o que pesa no pleito é a economia. “Nós estamos em ano incomparável e eleição é em ano par”, continuou.

Segundo o vice-presidente, em eleições municipais, são importantes o território e as condições das ruas, iluminação, creche, posto médico. Na eleição pátrio, por outro lado, pesam economia, inflação e trabalho. “E a satisfação das pessoas nos últimos seis meses que antecedem a eleição. Isso é do mundo inteiro. O que pesa é economia. Portanto é importante controle da inflação e trabalho.” O lado positivo que temos que comemorar, disse, é que o Brasil saiu do planta da míngua e há dados favoráveis, citando desemprego em 5,8%.

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