O que o Itaú acha da trajetória do dólar daqui para frente?
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Mesmo posteriormente a queda dos últimos meses, haveria espaço para o dólar ceder mais, mas fatores domésticos uma vez que as contas externas do Brasil e o proeminente prêmio de risco jogam contra a opinião da taxa de câmbio, apontam economistas do Itaú Unibanco.
Desde o termo do ano pretérito, o real tem se fortalecido, em linhas gerais, seguindo outras moedas, porque o que se observa é um incidente de prostração do dólar, disse Mario Mesquita, economista-chefe do Itaú, hoje em encontro com jornalistas em São Paulo.
Acompanhando um dólar multilateral – isto é, o comportamento da moeda americana diante de as moedas de seus principais parceiros –, Mesquita nota que ele ainda está supra da média histórica. “Tem mais espaço para o dólar tombar e, o dólar caindo, traria junto [valorizaria] o real. Não necessariamente trará, porque tem fatores que podem atrapalhar”, disse Mesquita.
Um desses fatores são as contas externas brasileiras. “Na margem, está vindo até pior do que a gente esperava. No último número, foi um déficit [em transações correntes] de 3,5% do PIB e nós temos 3% no termo do ano. Ou seja, tem de melhorar um pouco para escadeirar no nosso número”, afirmou Mesquita.
Secção da piora na conta manante brasileira, segundo ele, é conjuntural, refletindo o proporção de aquecimento da economia doméstica, e, por isso, tende a desacelerar. Outra segmento, no entanto, é estrutural e tem a ver com compras de serviços internacionais, uma vez que os streamings, e de tecnologia, uma vez que as nuvens.
Aliás, o estresse tarifário com os Estados Unidos pode reduzir o fluxo de investimentos para o Brasil, disse Mesquita, o que afetaria o balanço de pagamentos. “Temos de observar esse comportamento para ver o que vai sobrevir. É alguma coisa que pode atrapalhar o fortalecimento do real”, afirmou.
Em um protótipo estimando a taxa de câmbio do Brasil em função do prêmio de risco no país e do cenário global para dólar, a economista Julia Gottlieb observou que, somente pelo cenário extrínseco, haveria espaço para um real mais valorizado – talvez, até inferior de R$ 5 por dólar.
“Mas tem outras coisas que acabam compensando o cenário de dólar mais fraco, uma vez que o prêmio de risco ainda proeminente e as tarifas que, apesar do impacto restringido, acabam gerando alguma subtracção de fluxo mercantil”, afirma. “Só pelo cenário extrínseco, pelo diferencial de juros, daria para ver um câmbio mais considerado.”
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