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Onde investir no Tesouro Direto em 2025?

Onde investir no Tesouro Direto em 2025?

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gettyimages-72542220 Onde investir no Tesouro Direto em 2025?
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Clima de tensão, mirando politicas fiscal e monetária, deve se manter neste ano De alta da Selic à pressão inflacionária, os títulos do Tesouro Direto ganharam ainda mais popularidade em 2024, na esteira das discussões sobre as políticas fiscal e monetária do Brasil. O clima deve se estender em 2025.
Com algumas incertezas pela frente, onde investir para aproveitar as oportunidades do Tesouro Direto?
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Para começar, fica valendo a recomendação clássica, e certeira, de investir no Tesouro Selic em substituição à poupança.
Quem orienta é a estrategista de renda fixa da Órama, Sandra Blanco. “Como o papel tem liquidez diária, essa é uma ótima opção para a reserva de emergência também, rendendo mais do que a poupança porque é atrelada à taxa básica de juros, hoje em patamar altíssimo [em 12,25%]”. Além disso, o mercado já projeta Selic em 15% no final de 2025. Ou seja, o retorno do título pode ser ainda maior.
Entre as opções disponíveis na prateleira do Tesouro Direto, os vencimentos em 2027 e 2029 são considerados de curto e médio prazo, respectivamente, portanto, a decisão de qual dos dois escolher deve ser conforme as necessidades do investidor. Os papéis começaram o ano pagando a Selic mais juros em torno de 0,05% (2027) e 0,12% (2029).
Se o juro básico da economia vai subir, como projetam os analistas, e o investidor tem ele na carteira, quer dizer que o título vai acompanhar essa alta. Além disso, o Tesouro Selic é um título considerado seguro. Tem baixo risco de oscilação e pode ser resgatado a qualquer momento, o que dá flexibilidade para o investidor.
Quanto à modalidade atrelada ao Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o indicador oficial da inflação brasileira, a projeção é de oportunidades à frente.
Atualmente, o vencimento mais curto do Tesouro IPCA+ é em 2029, e o mais longo em 2055. O papel paga a inflação do período mais uma taxa prefixada. Esta última é inversamente proporcional ao preço do papel, o que significa que taxas altas são boas para novos investidores, mas quem já tem o título na carteira deve evitar o resgate antecipado.
No acumulado de 2024, até novembro, o IPCA teve alta de 4,87%. Pietro Oberson, professor de finanças na Fundação Getúlio Vargas (FGV), destaca que os papéis ligados à inflação apresentam mais lucratividade no médio prazo, uma vez que a alta da Selic aponta para IPCA resistente por alguns meses.
“Não é possível cravar como a inflação estará durante 2025. A alta da Selic dá sinais porque é uma política monetária para controle inflacionário, então, a intenção é colocá-la sob controle”, pontua.
Entre as opções disponíveis no Tesouro Direto, os títulos públicos Tesouro IPCA+ com vencimentos entre 2029 e 2035 são boas oportunidades para 2025, de acordo com Lucas Queiroz, estrategista do Itaú BBA.
Isto porque os papéis oferecem proteção contra a inflação e retornos reais (a taxa descontando a inflação) considerados elevados, com taxas que permitem travar uma boa rentabilidade. “Vale considerar a exposição a esses papéis com uma parte do portfólio. Especialmente para quem busca objetivos de longo prazo, como aposentadoria ou construção de patrimônio”, destaca Queiroz.
Entre os prefixados, a orientação é evitar o papel em 2025.
Mesmo pagando mais de 15% ao ano, os títulos do Tesouro Prefixado pedem cautela em 2025. A explicação mais simples é que, na hora da contratação, o papel fixa previamente a rentabilidade do ativo de acordo com o que o mercado está negociando hoje.
Trocando em miúdos, o investidor pode investir em um título prefixado, por exemplo, a 14%, e, passados alguns meses, a Selic vai a 15%. Ou seja, o investimento estará rendendo abaixo da Selic, o que seria considerado um mau negócio.
Como a tendência desses juros é subir, pode ser que o investidor ganhe menos do que se estivesse num título pagando pós, acompanhando a tendência de alta da Selic (Tesouro Selic) e da inflação (Tesouro IPCA+).
Além disso, os analistas do Itaú e da Órama entram no consenso de que os títulos prefixados de prazos superiores a cinco anos podem não ser tão atrativos devido à maior incerteza fiscal e econômica no longo prazo, o que aumenta o risco de volatilidade em suas taxas.
Para quem, mesmo assim, quer arriscar o investimento nos títulos Prefixados, a recomendação majoritária de relatórios de instituições financeiras é de não alongar muito os prazos, comprando papéis mais curtos, como o 2027; além de não se empolgar no volume, ou seja, não pesar a mão no valor investido.
E se o único jeito for fazer resgate antecipado em um cenário que aponta para mais volatilidades neste ano, talvez a rentabilidade do investimento não será a mesma se o investidor esperasse até o final do prazo.
Nesses casos, as condições de mercado do momento do resgate serão utilizadas como indicadores para o retorno financeiro do título.
Por isso, antes de resgatar um título, é importante ter um bom panorama do cenário econômico. O resgate antecipado implica que o investidor vai receber pelas condições do dia, não pelas condições do dia em que ele comprou ou referente ao dia do vencimento.
O maior medo de todo investidor é que seu investimento acabe fazendo ele perder o dinheiro aplicado. No caso de títulos federais, os riscos de crédito ou de liquidez são muito baixos.
No geral, o Brasil tem um risco soberano baixo, com pouquíssimas chances de não honrar um empréstimo ou outros compromissos afins na data devida. A agência de classificação de risco S&P Global Ratings elevou a nota de crédito de longo prazo do país de “BB-” para “BB”, com trajetória estável para investimentos em dezembro do ano passado.
Isso torna os títulos de renda fixa do Tesouro interessantes para investidores, pois o risco de crédito — quando o emissor do título não te paga — é pequeno.
“A gente viu recentemente, por exemplo, o Tesouro IPCA+ pagando a inflação mais quase 8% ao ano e o Tesouro Prefixado chegando a 15% ao ano. São taxas que a gente poucas vezes viu nos últimos anos. O que se espera é que isso aconteça mais vezes ao longo dos meses que virão”, destaca o Blanco.
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