Papéis da Marcopolo (POMO4) sobem apesar de resultado mais fraco; ainda vale investir?

Na avaliação de Enrico Cozzolino sócio e gerente de estudo da levante investimentos, o único ponto positivo do balanço foi o lucro, com destaque na operação do exterior. A companhia registrou um lucro líquido de R$ 241,8 milhões no primeiro trimestre de 2025, representando uma redução de 21,9% na presença de o lucro de R$ 309,7 milhões apresentado um ano antes.

“O oração da diretoria foi bastante otimista, com expectativa de melhora para oriente ano. Um tanto que foi bastante ruim, teve aumentou a despesa para vendas e acho que foi um oração otimista, imaginando que Argentina, Austrália, México deve crescer e isso vai beneficiar a empresa, o que justifica a subida de hoje”, diz Cozzolino.

O resultado final da companhia foi prejudicado por um aumento de 14,7% no dispêndio dos bens e serviços vendidos, que somou R$ 1,29 bilhão, além de uma subida de 45,2% nas despesas operacionais, que atingiram R$ 160,5 milhões. O resultado financeiro da companhia ficou positivo em R$ 109,3 milhões, na presença de um lucro de R$ 42,2 milhões registrado no primeiro trimestre de 2024.

Os números, porém, foram muito recebidos pelo mercado, de convénio com João Daronco, comentador da Suno Research. Na avaliação do comentador, mesmo com os eventos sazonais, a companhia conseguiu se manter competitiva com manutenção de margens, de receitas, vendas e, com isso, conseguiu “apresentar um lucro supra do que esperávamos”.

“É uma empresa sólida, líder do seu mercado e a cada resultado que passa, ela comprova mais disso e acho que é basicamente isso que o mercado tem precificado. Dentro de um cenário de instabilidade do Brasil, principalmente olhando perspectivas mais macroeconômicas, a Marcopolo tem se evidenciado, dada sua resiliência”, aponta Daronco.

Apesar de considerar os resultados ruins no primeiro trimestre, o Citibank, BTG e Bradesco BBI se mantiveram positivos quanto ao porvir.

Para o BTG, os resultados poderiam ter sido piores, com o volume de vendas robusto quase compensando a deterioração nas margens. Por outro lado, o robusto desempenho que a companhia teve nas suas operações internacionais acabou tirando o peso de mudanças no mix de produtos do mercado doméstico.

O banco afirma que dados setoriais recentes mostram uma recuperação nas vendas de ônibus, o que pode impulsionar os números da companhia ao longo desse ano, o que mantém suas ações atrativas. O BTG Pactual tem recomendação de compra para Marcopolo, com preço-alvo em R$ 12.

Já para o Bradesco BBI, mesmo fraco, o resultado veio em risca com as expectativas e apontando para melhor desempenho ao longo dos próximos períodos. O banco destaca que as margens da companhia devem melhorar já a partir do segundo trimestre, com aumento de volumes e mix de produtos voltando a priorizar o mercado doméstico.

O Bradesco BBI tem recomendação de compra para o papel, com preço-alvo em R$ 10.

Já para o Citi, os resultados negativos foram impactados pela já esperada deterioração em suas margens e piora nas tendências operacionais no Brasil. Por outro lado, as operações internacionais da Marcopolo na Argentina e Austrália foram os pontos positivos, apesar de suas margens serem piores do que as da operação doméstica. O Citi também tem recomendação de compra, com preço-alvo em R$ 10.

Com informações do Valor PRO, serviço de notícia em tempo real do Valor Econômico.