Para onde a Selic vai caminhar? Projeção aponta taxa ainda mais subida

O Copom inicia sua reunião na próxima terça-feira (06), com a decisão sendo divulgada no término da quarta-feira (07). Na última decisão, em março, a poder monetária já havia sinalizado a ininterrupção do ciclo de subida de juros, mas com menor intensidade em verificação aos aumentos de 1,0 p.p. anteriormente.

A utensílio do Termômetro do Copom, do Valor Investe, com base em contratos de opções negociados na B3 até 30 de abril, aponta que a maioria (62,5%) aguarda uma subida de 0,5 p.p, enquanto unicamente 0,6% esperam subida similar à projetada pela Suno.

Na avaliação de Gustavo Sung, economista-chefe da Suno Research, o Comitê deve seguir o caminho já sinalizado e, apesar da projeção de 0,75 p.p. da Suno, a morada de estudo não descarta a possibilidade de uma subida menor, de 0,50 p.p. Em 2025, na visão deles, a taxa Selic deve fechar o ciclo em 15,25% ao ano.

“Em relação ao transmitido, acreditamos que o Comitê manterá uma postura firme e cautelosa, adotando um tom duro ao ressaltar as incertezas no cenário internacional e, principalmente, as preocupações com as medidas de inflação subjacente, que permanecem supra do limite superior da meta, somadas à desancoragem das expectativas inflacionária”, diz o exegeta. Já para a reunião de junho, o cenário segue em crédulo por “prudência”

A projeção é resultado de um cenário economico misto, com real valorizado, sinais iniciais de desaceleração da economia brasileira e segurança das expectativas de inflação, que trazem consolação. Por outro lado, o risco fiscal, medidas de incitação e, principalmente, a desancoragem das expectativas de inflação em relação a meta mantém o cenário reptador para o Banco Meão (BC).

Aliás, também pesa sobre a estimativa a inflação, já que ela segue pressionada e supra do limite superior da meta, “tanto nos itens mais voláteis quanto nos menos voláteis”.

“Por exemplo, no caso dos preços de serviços subjacentes — item importante para a poder monetária — não projetamos desaceleração no pequeno prazo, sustentados por um mercado de trabalho ainda resiliente. Outra preocupação é a média dos núcleos de inflação, que permanece supra de 5,0% e, na média traste de três meses com ajuste sazonal anualizado, supera 6,0%”, diz a estudo de Sung.

Na avaliação da Suno, o ciclo de aperto deve continuar até a reunião de junho, uma vez que os sinais de desaceleração da economia ainda são incipientes e, somados à desancoragem das expectativas, “dificilmente” a Selic ficará aquém de 15,0% a.a.