Passagens aéreas ficam mais baratas: está mais fácil viajar?
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_f035dd6fd91c438fa04ab718d608bbaa/internal_photos/bs/2024/o/B/xjJGU1S3qJ6AWtrSJFAQ/105391525-sp-20-20brasil-20-20s-c3-83o-20paulo-20sp-20-2028-12-2023-20-20aeroporto-20de-20congonhas-20volta-20-c3-80-20normalidade-20ap-c3-93s.jpg?ssl=1)
A razão para o Índice Pátrio de Preços ao Consumidor Extenso (IPCA), classificado uma vez que a “inflação solene”, não subir mais em abril atende por “passagens aéreas”, que recuaram 14,15%. A elaboração dos preços das passagens aéreas leva em conta diversos fatores uma vez que combustível, demanda, dólar, entrou outros, segundo o IBGE. E, uma vez que mostram os dados, na última mensuração, todos os fatores se alinharam para dar um refrigério ao bolso do viajante. Mas quem quer viajar pelo Brasil, encontra voos facilmente? O Valor Investe responde.
Por que as passagens aéreas ficaram mais baratas?
O IBGE explica que a coleta dos preços das passagens aéreas é realizada com dois meses de antecedência em relação à data da viagem. Ou seja, o índice do mês de abril irá incorporar os preços coletados em fevereiro (a coleta é feita muro de uma vez por semana).
O período da pesquisa do IBGE coincide com o aumento de 8% na antecipação média de procura, ou seja, o pausa entre a procura pela passagem aérea e a data da viagem, no buscador de voos Viajalá.
Em fevereiro, os viajantes estavam buscando passagens para voar dentro de 80 dias (e não mais em 74) e a duração média de viagens nacionais caiu em torno de 13,5%, de 15 para 13 dias. Felipe Alarcón, diretor mercantil do Viajalá, explica que o aumento no tempo de antecipação de procura e a subtracção na duração das viagens demonstram que, apesar dessa queda no preço das passagens demonstrada, os custos gerais das férias seguem aumentando.
“Esses sinais de queda de preço são uma boa notícia para o setor, mas ainda estamos longe de ver um impacto real dessa melhora no bolso do consumidor. Vale lembrar que vivemos três anos de altas constantes, desde 2021, principalmente nos voos nacionais, que se acumularam e pressionam até hoje o orçamento do viajante brasílico”.
As principais despesas de viagem são afetadas pela inflação: passagens aéreas, combustível, diárias em hotéis, aluguel de carros, alimento. Quando olhamos só para o cenário das passagens aéreas nos últimos 12 meses, os preços registram variação positiva de 3,71% e a gasolina 8,86% (mesmo com o recuo de 0,45% em abril) .
Inflação e passagens aéreas nos últimos 12 meses
| Mês | % |
| janeiro 2024 | 25,48 |
| fevereiro 2024 | 23,64 |
| março 2024 | 18,65 |
| abril 2024 | -6,84 |
| maio 2024 | 19,93 |
| junho 2024 | -2,59 |
| julho 2024 | 10,79 |
| agosto 2024 | 19,26 |
| setembro 2024 | 9,99 |
| outubro 2024 | -21,3 |
| novembro 2024 | -18,97 |
| dezembro 2024 | -22,2 |
| janeiro 2025 | 1,33 |
| fevereiro 2025 | -9,74 |
| março 2025 | 6,21 |
| abril 2025 | 3,71 |
Lucas Dezordi, economista-chefe da Rubik Capital, observa que o IPCA de abril permite considerar que o pior da inflação de combustível já passou e, com isso, a rentabilidade das empresas aéreas tende a melhorar.
Um componente importante para o preço das passagens, uma vez que o IBGE sinaliza, é o dólar.
O dólar cumeeira pressiona as empresas, cujos custos, principalmente combustíveis, estão atrelados ao dólar, assim uma vez que as dívidas. E essas pressões se traduzem no preço da passagem mostrado na procura do viajante. No ano, até cá, o saldo da moeda americana é de uma queda de 9,24% (depois de valorizar 21,82% em 2024).
E por falar em companhias, uma vez que está a oferta de voos em 2025 até cá?
A Gol diz que está investindo na expansão da oferta de voos nacionais. “No Brasil, lançamos voos para São José dos Campos (SJK) e retomamos a operação em Fernando de Noronha (FEN)”.
Além destes, afirma que as cidades de Ribeirão Preto (RAO), São José do Rio Preto (SJP), Joinville (JOI) e Juiz de Fora (IZA), que se comunicam com o aeroporto de São Paulo/Congonhas (CGH), tiveram seus voos duplicados pela companhia nos últimos meses.
Além de ampliar o número de cidades e aeroportos em que opera, a Gol também cita o foco na sua expansão internacional. Em maio, a companhia operava voos regulares em 81 aeroportos, seis a mais que em fevereiro de 2024.
“De congraçamento com os resultados do quatro trimestre de 2024, e em verificação com o início do ano (1T24), a oferta de voos da GOL cresceu em 6,3%”. A companhia divulga novos dados amanhã, referentes ao primeiro trimestre de 2025.
A Latam afirma que em abril iniciou a ampliação em 11% a oferta de voos domésticos no Brasil. O incremento em relação ao mês anterior reflete o totalidade de dois milénio novos voos mensais criados pela empresa, que opera atualmente a “maior malha aérea da sua história”, com voos para 54 aeroportos em território pátrio.
“Na prática, são 398 milénio novos assentos mensais injetados no mercado leviano brasílico”, diz a empresa.
Antes disso, no primeiro trimestre, a Latam iniciou a operação das rotas Rio Branco–São Paulo/Guarulhos, Ribeirão Preto-São Paulo/Guarulhos, Joinville-São Paulo/Congonhas, Pelotas-São Paulo/Guarulhos e a rota temporária Recife–Fernando de Noronha.
As novidades sobre a operação de voos domésticos também incluem o início de voos regulares partindo de Guarulhos para Fernando de Noronha (PE) (quatro voos semanais desde abril), para ” melhor atender à demanda dos viajantes nessas regiões em seguida a suspensão das operações da Voepass”, explica a companhia.
A empresa projeta para esse ano um incremento de até 8% na sua oferta doméstica de assentos (ASK³) no Brasil.
Já na operação internacional, a companhia diz ter voos próprios do país para 90 aeroportos no exterior.
Procurada, a Azul disse que não ia se manifestar.
Vale lembrar, no entanto, que em março a companhia promoveu uma série de mudanças em 13 rotas, entre suspensões de voos e redução da frequência, baseada, entre outros fatores, pelo aumento nos custos operacionais da aviação, a subida do dólar e o ajuste de oferta e demanda.
Passagens poderiam ser mais baratas…
Alarcón, do Viajalá, cita que a possibilidade de quedas mais fortes de preço das passagens esbarra numa propriedade do mercado. “O Brasil tem poucas companhias aéreas nacionais, o que prejudica a possibilidade de preços mais baixos”.
Vale lembrar que Gol e Azul avaliam uma verosímil união dos negócios. O congraçamento foi anunciado pelas aéreas em janeiro e pode gerar uma gigante com 60% de “market share” doméstico no Brasil.
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_f035dd6fd91c438fa04ab718d608bbaa/internal_photos/bs/2024/o/B/xjJGU1S3qJ6AWtrSJFAQ/105391525-sp-20-20brasil-20-20s-c3-83o-20paulo-20sp-20-2028-12-2023-20-20aeroporto-20de-20congonhas-20volta-20-c3-80-20normalidade-20ap-c3-93s.jpg)
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_f035dd6fd91c438fa04ab718d608bbaa/internal_photos/bs/2020/o/O/Lc1zuZT6Sve4JBFrJ9RA/gettyimages-200147694-003.jpg?ssl=1)
Publicar comentário