Pix por aproximação: fintechs se antecipam à obrigatoriedade do BC
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Até agora, somente as grandes instituições financeiras são obrigadas a oferecer a o pix por aproximação. Mas as fintechs estão se movimentando para também dar aproximação a opção de pagamento momentâneo. E estão fazendo isso muito antes da exigência do Banco Meão (BC).
O pix por aproximação foi lançado em fevereiro, prometendo tornar os pagamentos mais rápidos e simples, tanto em compras no mundo físico, uma vez que em compras online. Gratuito, permite vincular uma conta com pix a uma carteira do dedo (wallet) e fazer pagamentos usando a tecnologia de aproximação (NFC) sem precisar acessar o aplicativo do banco.
Pelas regras do BC, as instituições que não se enquadram uma vez que grandes bancos devem ofertar o pix por aproximação em janeiro de 2026.
Mas a Neon anunciou nesta segunda-feira (12) que, a partir deste mês, todos os clientes já podem utilizar o pix por aproximação.
Para isso, conforme as atuais regras do BC, é preciso ter um celular Android com tecnologia NFC (Near Field Communication, que é a que permite pagamentos por aproximação). Depois, o cliente vincula a conta com chave pix da qual os pagamentos serão debitados à wallet (carteira do dedo) do Google.
Para fazer pagamentos em lojas físicas, basta aproximar o celular da maquininha, assim, uma vez que já ocorre com cartões via carteira do dedo. Não é necessário ler QR Code ou fazer login no aplicativo do banco para ativar o pagamento.
Já no e-commerce, o cliente poderá selecionar a chave pix cadastrada junto ao Neon e confirmar a compra com um toque. O verba sai diretamente da conta bancária para a conta do mercador, sem a premência de transferir o verba para a carteira do dedo.
“É a solução ideal para quem não possui cartão de crédito, pois possibilita pagamentos diretos pela carteira do dedo do Google. Já os clientes com cartão também poderão usar o pix por aproximação sempre que houver vantagens na modalidade de pagamento, uma vez que descontos, por exemplo”, pontua Wilton Pinho, diretor de produtos da Neon.
O BC explica que o processo de vinculação da conta e o de pagamento “contam com mecanismos robustos de segurança”.
É necessário o cadastramento de biometria ou senha de desbloqueio do celular, para prometer que somente o aparelho cadastrado seja usado. Os pagamentos só são autorizados utilizando o método de desbloqueio do celular (senha, biometria ou reconhecimento facial). Ou por outra, os pagamentos via pix por aproximação na carteira do dedo estão limitados, inicialmente, a R$500 por operação. Não há limite quotidiano de pagamentos.
A CloudWalk, dona da plataforma de serviços financeiros InfinitePay e Jim.com no Brasil, também já começou a disponibilizar o pix por aproximação para sua base de clientes, formada por quatro milhões de pequenos empreendedores. A novidade funcionalidade permite realizar transações entre smartphones com somente um toque, combinando pagamentos via pix e cartão em um único dispositivo: o celular do empreendedor.
“No Brasil, somos um dos líderes na tecnologia Tap to Pay (tocar para remunerar, em inglês), que transforma smartphones em maquininhas de pagamentos. E, nos últimos anos, quase nenhum empreendedor escapou de ouvir duas frases na hora de realizar uma venda: ‘Vai ser no pix?’ e ‘É por aproximação?’, quando a opção é pelo cartão. Portanto, unimos essas duas experiências”, diz Yuri Gravatá, diretor de Banking da CloudWalk.
Além de Neon e Cloudwalk, a lista de fintechs que disponibilizam o pix por aproximação via Google Pay inclui: Mercado Pago, PagBank, Nubank, Inter e Digio, (estas últimas desde o lançamento em fevereiro) e, antes disso, em novembro de 2024, o PicPay e C6 Bank se juntaram ao Itaú para poder participar da tempo piloto do pix por aproximação usando o Google Pay.
Natacha Litvinov, líder de Parcerias para Google Pay e Shopping na América Latina, avalia que o pix por aproximação na carteira do Google é mormente interessante para as fintechs, que são reconhecidas uma vez que instituições que simplificaram o sistema financeiro brasiliano
“As fintechs são reconhecidas pela geração de soluções focadas em aprimorar a experiência do usuário. De nosso lado, estamos trabalhando incessantemente para promover uma expansão e aprimoramento da modalidade do pix por aproximação na Carteira do Google. Em resumo, estamos facilitando e adicionando conveniência à jornada de pagamentos dos usuários”, comenta.
A executiva ainda cita que o uso da carteira do dedo permite convergir as contas pix em um único sítio, eliminando a premência de intervalar entre diversos aplicativos bancários para realizar pagamentos.
Isso é provável já que, por padrão do BC, é necessário vincular a conta bancária somente uma única vez na carteira do dedo, eliminando a premência de furar o aplicativo do banco, digitar informações ou escanear QR Code. É o que o BC labareda de Jornada sem Redirecionamento (JSR). Para o pagamento ser feito utilizando o saldo de uma conta previamente conectada, sem premência de redirecionamentos para o banco intercorrer, há uma figura importante por trás: as Iniciadoras de Transação de Pagamentos (ITP): instituições reconhecidas pelo BC para iniciar pagamentos em nome do usuário, ou seja, debitando o valor diretamente da conta bancária e fazendo o verba chegar a quem deve recebê-lo.
Gravatá, da CloudWalk vai além. Sustenta que o pix por aproximação dá liberdade para que as pessoas deletem os aplicativos dos bancos.
“Num cenário em que muitas pessoas nos grandes centros urbanos estão preferindo desinstalar os aplicativos de banco por questões de segurança, o pix por aproximação oferece uma opção mais segura para remunerar sem a premência de ter o app instalado no celular, usando somente a carteira do dedo protegida por biometria. Esse tipo de carteira do dedo também é mais familiar ao cotidiano dos clientes”, garante.
Gustavo Lino, diretor-executivo da Associação dos Iniciadores de Transação de Pagamentos (INIT), também vê que há uma tendência em aceleração das fintechs ofertando o pix antes da obrigatoriedade regulatória prevista para o próximo ano, o que influencia as demais pontas do envolvente de serviços financeiros.
“Porquê para ofertar essa jornada integrada de pagamento é preciso que a fintech (ITP ou detentor de conta) esteja autorizada pelo BC, seja reconhecida dentro do ecossistema de open finance e passe pelos testes de conformidade da JSR, notamos que o número de iniciadoras de transação de pagamentos homologados tem desenvolvido desde o lançamento do pix por aproxiamação, e vários já foram aprovados na jornada sem redirecionamento, o que reforça o movimento de ampliação do ecossistema”.
Porquê funciona o pix por aproximação
O pix por aproximação pode ser usado na hora de remunerar as compras tanto no mundo físico quanto no envolvente virtual. Para isso, é necessário:
- Ter um celular com sistema operacional Android e tecnologia NFC;
- Acessar o app da sua carteira do dedo e tocar em “juntar à carteira”;
- Vá até a superfície pix, vincule sua conta para usar o pix e conclua a verificação única;
- Escolha o banco do qual serão debitados os valores e confirme a sua identidade.
Conforme o BC, se o pix por aproximação é ofertado diretamente pelo app de sua instituição de relacionamento, não há a lanço de vinculação de conta. No momento do pagamento é preciso furar o app do banco e passar pela lanço de autenticação, para portanto aproximar o celular, conferir as informações do pagamento e confirmar.
Você pode vincular mais de uma conta à carteira do dedo para utilizar o pix por aproximação, não havendo limite de contas que podem ser vinculadas, explica o BC.
O pix só poderá ser incluído em carteiras digitais da Apple Pay e Samsung Pay futuramente, se realizarem os registros necessários junto ao BC para oferecer essa funcionalidade.
Usuários de iPhone ainda não têm aproximação à funcionalidade de pagamento, já que a Apple não solicitou autorização para operar o serviço.
No entanto, em breve, os usuários do aplicativo InfinitePay que usam o smartphone da Apple para vender poderão receber pagamentos via pix por aproximação. Gravatá diz que a opção será disponibilizada no app para “prometer que os empreendedores nunca percam uma venda, seja qual for a opção de aproximação: pix ou cartão” e qual for o celular habilitado com o Tap to Pay. O recurso, segundo o executivo da CloudWalk, se soma ao conjunto de soluções já existentes, que inclui, entre outros produtos, o pix e boleto sem cobrança de taxa.
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