Planejando reforma? Saiba como não transformar seu sonho em pesadelo
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Se a reforma é o desejo de muitos que querem renovar o imóvel, é fundamental ter uma boa organização para garantir que o sonho não se transforme em pesadelo. Segundo especialistas, um planejamento financeiro adequado é crucial para otimizar o andamento da obra e evitar que o orçamento seja ultrapassado logo no início do ano.
Para Guilherme Baía, planejador financeiro, inicialmente é importante compreender a motivação da reforma: valorizar o imóvel, criar um quarto para locação, ou maximizar o bem estar? Depois disso, “questionar se a obra é algo que deve ser feito, naquele momento e àquele custo”, levando em consideração o cenário de custos dos insumos que serão usados na obra, por exemplo.
Para o planejamento da obra, é preciso organizar a previsão de gastos na execução de reforma, seja com planilhas, aplicativos de controle financeiro ou cadernos. “A ferramenta ideal — que envolve família, arquitetura e engenharia — é o Cronograma Físico-Financeiro (CFF) que basicamente diz quanto tempo e dinheiro levam cada etapa da obra”, explica Baía.
Além de ajudar no acompanhamento da obra, Baía explica que a ferramenta facilita para saber o que cobrar e o que terá de pagar a cada etapa. Também é possível avaliar em quais etapas pode haver mais atraso, erros de execução e desperdícios, que causam diferença no gasto final. Outras dicas, segundo os especialistas:
- Elenque a lista de prioridades ou as áreas que serão reformadas, como alterações estruturais, instalações elétricas e hidráulicas, entre outras;
- Anote os custos associados, abrangendo tanto os serviços quanto os materiais necessários, como pedreiros, eletricistas, pintores, arquitetos, cimento, areia, tijolos, e até despesas com autorizações ou alvarás junto à prefeitura.
Para listar os custos, é importante contar com o auxílio de um especialista ou do prestador de serviço que irá executar a obra, destaca Cássio Besarria, professor de economia da Universidade Federal da Paraíba (UFPB). E mesmo com todos os itens bem definidos e os seus respectivos valores estimados, é importante separar uma margem extra entre 10% e 20% do orçamento inicial para despesas inesperadas ou eventuais mudanças nos preços dos produtos e serviços, diz o professor.
Defina de onde virá o recurso
A definição da fonte de recursos a ser utilizada na reforma — se recursos próprios, financiamento ou uma combinação — é parte do planejamento para economizar. Isso porque o uso de recursos próprios oferece vantagens como a redução da burocracia necessária para formalizar financiamentos, maior agilidade nos pagamentos e a ausência de custos com juros, explica Besarria.
No entanto, é importante avaliar o custo de oportunidade, comparando os juros do financiamento com os possíveis rendimentos de investimentos, como títulos ou ações. “Em algumas situações, pode ser mais vantajoso manter o capital investido e optar pelo financiamento”, aponta Besarria.
Estabeleça um ‘teto de gastos’
Antes da obra, é preciso definir o limite para os gastos. É com esse ‘teto’ que a família passa a ter uma noção ampla para, então, definir as formas de pagamento. O teto de gastos pode evitar endividamento, gastos em excesso e interrupção da obra, diz Besarria. Também é preciso ter no planejamento a definição das etapas que são indispensáveis e aquelas que podem ser adiadas ou ajustadas, o que pode auxiliar no cumprimento dos limites financeiros estabelecidos.
“Alternativamente, acompanhar a execução da obra, evitar desperdícios e elencar produtos de marcas alternativas também pode ser adotado como uma boa prática de otimização de recursos”, explica o professor.
O barato pode sair caro: de materiais a profissionais
O projeto arquitetônico da reforma pode trazer segurança, além de reduzir gastos, já que diminui as chances de insatisfação, segundo os especialistas. “Embora seja um custo, o projeto minimiza os arrependimentos e prevê erros que podem vir a acontecer”, diz Baía. Além disso, os profissionais envolvidos podem sugerir adaptações mais baratas.
Além disso, a escolha de materiais e de profissionais deve passar por critérios técnicos mínimos por parte da família, bem como da indicação de alguém de confiança. Isso inclui verificar antecedentes, processos no Conselho Regional dos Profissionais e reclamações em sites especializados. O planejador financeiro da família também pode ajudar, analisando produtos e avaliando a proteção dos contratos a serem assinados para evitar prejuízos posteriores.
Obras longas podem sair mais caras
O preço dos insumos a serem utilizados varia, por isso o uso do cronograma de execução da obra é um instrumento importante para evitar custos extras, desperdício e, até mesmo, verificar se os valores orçados inicialmente são compatíveis com aqueles estimados no momento do planejamento.
“Quanto maior o prazo de realização da obra, maior é a probabilidade de os preços dos materiais e serviços sofrerem alterações. Por isso, é preciso manter o hábito de realizar cotações regulares com diferentes fornecedores e profissionais, garantindo o melhor custo-benefício ao longo do projeto”, pontua Besarria.
Economizando durante a obra
Para reduzir gastos durante a reforma, é preciso conhecer as alternativas de pagamentos oferecidas pelos fornecedores. Há casos, por exemplo, que pagar à vista com desconto pode ser mais vantajoso do que parcelar no cartão. Dicas:
- Avaliar qual meio de pagamento é mais vantajoso;
- Quando usar cartão de crédito ou qualquer outra modalidade que possa ter juros atrelados, buscar opções com menor taxa de juros e maior prazo para pagamento;
- Priorizar o parcelamento apenas de itens essenciais;
- Dividir em poucas parcelas sempre que possível.
Além disso, segundo os especialistas, algumas estratégias para economizar são fazer pesquisas de preço, solicitar descontos ou buscar compras coletivas — com preços no atacado —, além de aproveitar promoções e realizar compras com antecedência, o que evita a inflação.
Quando a obra se estende além do previsto ou surgem custos extras, é preciso reavaliar o planejamento inicial. Por exemplo, se os custos adicionais superam a margem extra entre 10% e 20%, definida no orçamento inicial, segundo especialistas, pode ser o momento de avaliar algumas alternativas, como:
- Adiar a obra ou algumas etapas dessa, priorizando o que é mais urgente;
- Intensificar as pesquisas de preços com o intuito de garantir melhores cotações;
- Avaliar a possibilidade de recorrer a financiamentos, desde que seja planejado e compatível com a capacidade financeira.
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