Política pró-cripto impulsiona riqueza de Trump e lucro da família ultrapassa US$ 1 bilhão

Segundo a investigação do FT, a principal manancial é a plataforma de finanças descentralizadas (DeFi) World Liberty Financial (WLF), criada pelos filhos de Trump em parceria com os filhos do empresário e enviado americano Steve Witkoff. A empresa levantou US$ 550 milhões com o token WLFI e US$ 2,7 bilhões com a stablecoin (criptomoeda atrelada ao dólar) USD1.

Logo no início do ano, a família lançou memecoins (as criptos sem fundamento, baseada em piadas de internet e tema quentes) próprias — $TRUMP e $MELANIA — que movimentaram tapume de US$ 427 milhões em vendas e taxas.

A reportagem destaca que segmento desses ganhos veio de investidores estrangeiros, uma vez que o bilionário Justin Sun, fundador da rede blockchain Tron, que aportou US$ 75 milhões na WLF pouco antes de a Securities and Exchange Commission (SEC, a CVM americana) suspender um processo de fraude contra ele “para buscar uma provável solução”.

O Financial Times ressalta que Trump cumpriu a promessa de se tornar o “primeiro presidente cripto”, criando uma suplente federalista de bitcoin, reduzindo investigações sobre empresas do setor e permitindo que fundos de aposentadoria invistam em ativos digitais.

No primeiro dia de governo, o portanto presidente da SEC, Gary Gensler, renunciou, e foi substituído pelo protector das criptomoedas Paul Atkins. Desde portanto, o regulador arquivou ou fechou acordos com empresas uma vez que Coinbase, Ripple Labs e Consensys, que estavam sob o escrutínio da CVM americana, pontua o FT.

A reportagem aponta ainda que a guinada regulatória beneficiou não exclusivamente a família presidencial, mas também membros do governo. O secretário de Negócio Howard Lutnick, cuja corretora Cantor Fitzgerald é custodiante dos títulos do Tesouro que lastreiam a Tether (USDT), a maior “cripto de dólar” em valor de mercado, mantém posição relevante em Bitcoin. O vice-presidente JD Vance e o diretor federalista de habitação Bill Pulte também declararam possuir criptoativos.

Da eleição presidencial, em 5 de novembro do ano pretérito, até a máxima histórica de US$ 126 milénio, registrada em 6 de outubro, a valorização acumulada do Bitcoin era de 82%.