Por que o nível da chuva do Ducto do Panamá afeta seus investimentos?

No quadro “Geopolítica, economia e diversificação: o novo manual de sobrevivência” apresentado durante o evento Anbima Global Insights, organizado pela entidade que representa o mercado financeiro e de capitais, Thiago de Aragão, presidente da Arko Advice, relacionou as principais tendências globais que, segundo ele, estão sendo “subestimadas” pelo mercado — e são surpreendentes, ainda que muito pertinentes.

Entre as principais – e que têm sido esfregadas diariamente nas nossas caras – estão as mudanças climáticas. Ele citou o exemplo do Ducto do Panamá, passagem estratégica para o transacção marítimo internacional, e onde o nível da chuva tem sido monitorado.

Isso porque, maior ou menor nível de chuva influencia a navegabilidade e o fluxo de travessia dos milhares de navios de trouxa que atravessam por ali anualmente. Menos fluidez, maior tempo de entrega, maiores custos que impactam toda a calabouço de suprimentos. Essa sequência de efeitos gera inflação global.

“Gargalos logísticos tornam-se fontes estruturais de pressão inflacionária e volatilidade dos preços das commodities”, apontou Aragão.

Outro segmento fortemente afetado pelas mudanças climáticas é o de seguros. Em determinadas regiões, duas situações estão acontecendo: ou a seguradora eleva muito o preço ou, simplesmente, se retira das zonas de risco. Segundo Aragão, essas circunstâncias impactam o mercado de imóveis e de crédito.

O desenvolvimento tecnológico, por sua vez, tem impulsionado principalmente as ações de grandes companhias americanas. Mas há vários riscos subestimados nesse segmento.

Aragão destaca que a adoção em tamanho da perceptibilidade sintético pode desencadear uma crise no setor de vigor — já impactado negativamente pela escassez de chuva, causada justamente pelo tema anterior. “O consumo de vigor por data centers pode flectir até 2030, pressionando redes, infraestrutura elétrica e políticas de uso de chuva”, afirma.

Segundo Aragão, a escassez de chuva já impacta “logística, vigor e semicondutores”. “Seu dispêndio torna-se fator de risco financeiro e estratégico.”

Em sua apresentação, o presidente da Arko comentou ainda porquê episódios aparentemente descorrelacionados com o mercado têm sido observados pela empresa, porquê o tipo de armamento adquirido por grupos terroristas (sim, você não leu falso).

Ele exemplificou o caso do grupo Houthis, do Iêmen, que comprou armas para ataques aéreos em determinado momento — o que não era usual — e atacaram navios petroleiros no Mar Vermelho, um dos principais canais de escoamento de petróleo do mundo.

Resultado: possante volatilidade no preço do petróleo e todos os desdobramentos que isso razão, desde os impactos nas ações da Petrobras ao aumento do dispêndio do frete de caminhões.

Em quadro anterior, Bruno Barino, presidente da BlackRock no Brasil, reforçou que 2025 marca um redesenho das estratégias de investimento, atreladas até cá basicamente às âncoras fiscal, de juros e câmbio. Mas o cenário mudou.

“Houve um redesenho da globalização porquê conhecíamos, um impacto da tecnologia que pode ser maior que o da Revolução Industrial, com a perceptibilidade sintético, e a inovação trazida pelos ativos digitais”, pontuou. “Gestores de portfólios de investimento precisam considerar fatores que até outro dia sequer existiam”.