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Por que Trump declarou 'guerra' ao uso do cheque nos EUA?

Por que Trump declarou 'guerra' ao uso do cheque nos EUA?

Por que Trump declarou 'guerra' ao uso do cheque nos EUA?

Por que Trump declarou 'guerra' ao uso do cheque nos EUA?

Há exato um mês, o presidente Donald Trump assinava uma ordem executiva, semelhante ao decreto no Brasil, para que o governo federalista dos Estados Unidos deixe de enunciar ou concordar cheque. A mandamento foi feita poucos dias depois de Trump posar ao lado de Elon Musk, dizendo que compraria um veículo elétrico Tesla pelo preço referto, com um… cheque. A tentativa do país, que é líder global no uso da modalidade de pagamento, de tratado com estimativas da McKinsey, de depender menos da “folinha” de papel não começou com Trump, mas será que agora vai?

Por que Trump declarou “guerra” ao uso do cheque nos EUA?

O decreto da Vivenda Branca prevê que os cheques deixem de ser usados onde for legalmente provável a partir de 30 de setembro por duas razões: reduzir um dispêndio basicamente 10 vezes maior que um pagamento eletrônico, segundo a consultoria de Bain & Co, e reduzir a dor de cabeça. “As queixas de roubo de correspondência aumentaram substancialmente desde a pandemia. Historicamente, os cheques do Departamento do Tesouro têm 16 vezes mais chances de serem reportados uma vez que perdidos”, diz a justificativa.

No entanto, especialistas mantêm reservas sobre o quão efetiva vai ser a “canetada” do presidente. Além da possibilidade de Trump recuar na decisão, a exemplo do que tem feito com as tarifas para produtos importados, o remédio para o que o governo americano considera um problema tem uma fórmula complexa.

Por lá, são mais de 4 milénio bancos e um número similar de cooperativas de crédito (ao contrário do Brasil, onde o setor é divulgado pela concentração em cinco grandes instituições). Também não há uma infraestrutura unificada, uma vez que o Sistema de Pagamentos Brasílio (SPB, responsável por intermediar as operações de transferência de ativos financeiros).

“O sistema bancário americano é robusto, mas a falta de integração contribui para a manutenção do cheque funcionando, de certa forma, uma vez que uma “ponte” tradicional entre instituições financeiras”, observa Daniel Rocha, gerente executivo de produtos e inovação da Entrepay, empresa especializada em soluções de pagamento.

Formar um consenso em torno de qual será o sistema substituto aos cheques também é difícil num país onde a atuação no regulador, ou seja, Banco Meão, não é possante uma vez que no Brasil, Índia ou Reino Unido. E esse é um ponto chave para que o uso de cheques diminua nos EUA, mas em um ritmo muito mais lento do que em outros países, pontua Roberto Uebel, economista e professor de Relações Internacionais da ESPM.

A digitalização dos meios de pagamento dos Estados Unidos é um tanto pensado há, pelo menos, 25 anos, mas há grande resistência na adoção de qualquer novo sistema unificado por conta da regulação. Qual, entre os bancos centrais autônomos, seria a instituição responsável por levante processo? Há uma grande suspicácia”.

Dados da filial de Atlanta do Federalista Reserve (Fed, o Banco Meão) divulgados pelo jornal Financial Times indicam que 23% dos pagamentos a pequenas empresas de serviços (uma vez que construtores e encanadores) foram feitos por meio de cheque. Segundo a reportagem, os pequenos negócios são os mais interessados na manutenção das coisas uma vez que estão para evitar as taxas de cartãode crédito.

Ana Zucato, CEO e cofundadora da fintech Noh, aponta outra razão para que meios uma vez que Wire, serviço equivalente a DOC, e wallets (carteiras digitais) que permitem pagamento no protótipo de pessoa para pessoa (peer-to-peer), uma vez que o Venmo e o Zelle, controlada por sete bancos, entre eles J.P. Morgan Chase, o Bank of America (BofA) e o Wells Fargo, não caiam no paladar do americano.

A grande questão é que nenhuma garante uma experiência tão fácil quanto o pix. Também não é todo mundo que usa e todo banco que oferta. E isso é revérbero dessa falta de digitalização por não ser concentrado e não ser regulado”.

Na avaliação de Walter Pereira, economista e fundador da consultoria W Fintechs, a “canetada” é mais um movimento de Trump para testar narrativas.

“Ao mesmo tempo que Trump acha que o estado não deve intervir sobre as criptomoedas [Trump fez campanha prometendo reverter a repressão da Securities and Exchange Commission (SEC, a CVM americana)], ele usa um decreto para frear o uso do cheque”, observa. “É uma decisão que não mede as consequências de uma inovação implementada de forma brusca. Por outro lado, não vejo que um tanto sucoso possa ocorrer os próximos três anos”.

E o FedNow, o pix dos EUA?

Em 2023, posteriormente quase três anos do lançamento do pix, pelo Banco Meão do Brasil, o Federalista Reserve (o BC dos Estados Unidos) anunciou o FedNow, o seu sistema de pagamentos instantâneos entrou no ar, com 35 instituições financeiras participantes (de um universo de 4 milénio).

Uebel lembra que para lançar o projeto, grupos técnicos do Fed visitaram o Brasil para saber o protótipo do pix e, também, a Índia, famosa pelo UPI, sistema de pagamento momentâneo e um dos mais usados no mundo. Ainda assim, o pix dos EUA não decolou.

Para Pereira, da W Fintechs, falta ao BC americano a experiência de implementar projetos de inovação “O Fed ainda discute formas para manter o diretório meão da base de dados que armazena as informações cadastrais dos usuários. Também é difícil implementar um tanto que compete com o que players já consolidados no mercado oferecem, uma vez que as carteiras digitais”.

Rocha, da Entrepay, vê que uma transformação significativa nesse cenário exigirá uma iniciativa coordenada por secção do governo federalista americano.

“Vai interrogar a definição de regras comuns e a implementação de uma infraestrutura moderna que abranja todo o sistema financeiro. É o que parece que Trump quer fazer. A experiência brasileira mostra que a mudança começa com a tecnologia: primeiro, digitalizam-se os meios de pagamento; em seguida, vem a adoção pela população — e, com ela, a mudança cultural.”

gettyimages-bc8811-001 Por que Trump declarou 'guerra' ao uso do cheque nos EUA?
— Foto: Getty Images

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