Proposta de isentar IR 'não tem um centavo de aumento de imposto', diz Haddad
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O ministro da Quinta, Fernando Haddad, afirmou que a proposta de isentar o Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 milénio “não tem um centavo de aumento de imposto”. Haddad participou do programa “Bom dia, ministro”.
“Agora que se atualiza a tábua cai o mundo, ‘o que está acontecendo, populismo…’ Atualizar a tábua de Imposto de Renda é populismo? Cobrar de quem não paga é populismo? Aí ficam querendo expor que governo está aumentando imposto. Essa proposta não tem um centavo de aumento de imposto. Não se aumenta imposto de ninguém, você simplesmente troca de mão, você serpente de quem não paga e isenta quem hoje está pagando para além da conta”, disse.
O governo apresentou nesta semana o projeto de lei que isenta de Imposto de Renda quem ganha mensalmente até R$ 5 milénio e dá descontos parciais para a fita entre esse valor e R$ 7 milénio.
A proposta do governo prevê a indemnização dessa isenção pela tributação mínima da subida renda, com rendimentos supra de R$ 600 milénio por ano.
No início da entrevista, Haddad foi questionado se a tramitação da proposta no Congresso Pátrio vai ser tranquila. Haddad afirmou que a proposta foi muito bem-recebida.
“A proposta foi, na minha opinião, muito bem-recebida porque quem vai remunerar essa conta é quem hoje não paga o Imposto de Renda”, disse o ministro.
Haddad deu um exemplo de que quem ganha mais de R$ 1 milhão. Segundo ele, quem ganha supra desse valor e conseguir fundamentar que pagou mais de 10% da sua renda em Imposto de Renda “vai continuar pagando o que sempre pagou, não vai remunerar mais. Ela só vai complementar aquilo que faltar para os 10%”. “Logo, na verdade, estamos falando de justiça tributária cá”.
Segundo Haddad, isso é uma das “coisas mais tranquilas e justas que poderia imaginar que alguém pudesse fazer”.
O ministro disse que fica se perguntando por que não se fez essa medida antes e criticou o ex-presidente Jair Bolsonaro.
“Até o Bolsonaro prometeu isentar o trabalhador até R$ 5 milénio e depois desconversou, depois que ganhou a eleição desconversou e não fez zero”, disse.
Aprovação da extrema-direita
O ministro da Quinta, Fernando Haddad, afirmou que a extrema-direita não vai ter argumento para não concordar a proposta que isenta de Imposto de Renda quem ganha até R$ 5 milénio por mês.
“Com toda tranquilidade vamos concordar porque tenho certeza que mesmo a extrema-direita não vai ter argumento para não concordar essa medida. Não consigo enxergar alguém da extrema-direita subir na tribuna e justificar cobrança de imposto de renda de quem ganha até R$ 5 milénio”, disse o ministro.
Questionado sobre um verosímil efeito negativo da medida para a arrecadação dos Estados e Municípios, Haddad afirmou que “se tiver indemnização, não tem perda nenhuma para Estados e Municípios. Quando você faz o cômputo, é porquê se estivesse abrindo mão da receita, mas não estamos abrindo mão da receita”.
Haddad explicou que haverá a cobrança do público de subida renda que não paga a alíquota mínima de 10%.
O ministro afirmou que não há prejuízo nenhum para Estados e Munícipios. “Já vi situações em que Estados e Municípios estão ganhando, mas porquê no governo do presidente Lula eu não conheço”, afirmou citando exemplos porquê renegociação de dívida com os Estados e Fundeb.
“Se todo o projeto é de R$ 27 bilhões, porquê é que Estados e municípios estão perdendo R$ 22 bilhões? Não faz sentido a conta que estão apresentando. Qual o prejuízo? Se houver indemnização, não há problema”, disse.
Haddad afirmou que tem “super-ricos no Congresso Pátrio” e apontou que não é a maioria da população que está representada no Congresso Pátrio.
“Se você for pegar a quantidade de pessoas que ganha até 5 salários mínimos no Brasil e verificar quantas pessoas que têm uma renda baixa estão representadas no Congresso, você vai ver que há uma enorme desproporção”.
O ministro afirmou que existe muita gente que tem renda que concorda com a justiça social.
“Não é porque a pessoa tem renda que ela vai deixar de votar em um projeto justo, pode ter certeza do que estou falando. Muita gente ali [no Congresso], empresário, quinteiro, vai votar em prol desse projeto porque sabe que ele é justo”.
Segundo o ministro, esse projeto é o prelúdios de uma discussão que o país vai ter que fazer “por muitos anos, de buscar justiça tributária”. Para Haddad, o grande valor dessa proposta é que “abre uma avenida para discutir justiça tributária”.
Teor originalmente publicado pelo Valor PRO; serviço de notícias em tempo real do Valor Econômico
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