Quanto rende R$ 1 milénio em Tesouro Direto, poupança e CDB em seguida a Selic subir para 13,25%
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Essa subida afeta mormente os juros dos papéis de renda fixa que acompanham o CDI (uma taxa que anda colada na Selic), uma vez que os Certificados de Repositório Bancário (CDBs) e as Letras de Crédito Agrícola e Imobiliário (LCAs e LCIs), e os indexados à Selic, uma vez que o título do Tesouro Direto chamado de Tesouro Selic. Mal o Copom eleva os juros, eles passam a remunerar mais os investidores.
A Selic nesse nível impacta a caderneta de poupança também, em menor intensidade. A caderneta deixa de ter o rendimento subindo linearmente em seguida a taxa estar supra de 8,5%. Inferior desse nível, o retorno da poupança fica em 70% de quanto for o lucro substancial.
Quando a Selic supera os 8,5% (não importa se 8,75% ou 20%), a remuneração da poupança é limitada a 0,5% ao mês, ou 6,17% ao ano, mais a variação da taxa referencial (TR), regra conhecida uma vez que a da “poupança velha”.
Porém, é importante saber que, com a taxa supra de dois dígitos, a TR deixou de ter retorno zero e deve associar à poupança um rendimento. Apesar disso, os demais investimentos de renda fixa continuam rendendo mais que a caderneta.
Apesar de não acompanharam diretamente a Selic, os títulos de renda fixa atrelados à inflação e os papéis prefixados, nos quais o investidor conhece exatamente qual será a sua remuneração no momento do investimento, passaram a render mais também os últimos meses.
As taxas desses títulos subiram à medida que as expectativas para os juros subiram também e estão em patamares historicamente altos. No Tesouro Direto, os atrelados à inflação estão oferecendo perto de 8% mais a inflação ao ano, enquanto os papéis prefixados estão pagando mais de 15% ao ano.
As expectativas para os juros saltaram principalmente depois do proclamação de cortes de gastos do governo em novembro, com o qual o mercado se frustrou. A avaliação universal é que as medidas não serão suficientes para reduzir os gastos, o que anda ajudando a aumentar as expectativas para a inflação e os preços correntes.
Na sexta-feira passada (24), foi divulgado que o Índice Vernáculo de Preços ao Consumidor Grande 15 (IPCA-15) subiu 0,11% em janeiro diante de dezembro. Apesar de desacelerar em relação ao mês anterior, o indicador de inflação veio maior que o esperado pelos economistas.
Já na segunda-feira desta semana (27), o Boletim Focus do Banco Mediano apontou que as expectativas para a inflação em 2025 saltaram pela 15ª vez seguida, de 5,08% para 5,50% no ano. Assim, foram maiores que a meta de inflação do Banco Mediano de 3% para 2025, com margem de 1,50 ponto percentual para cima ou para reles. Dessa forma, o limite tolerado é de 4,50% ao ano.
Essa expectativa de que os juros poderão chegar sobre 15% ao ano aumentou os juros oferecidos em todos os tipos de títulos, de variados vencimentos. Porém, com base nas expectativas para os juros que o mercado tem neste momento, os mais conservadores, atrelados ao CDI ou à Selic, tendem a render mais dentro de cinco anos.
“Essa lance traz excelentes oportunidades na renda fixa, mormente nos papéis pós-fixados [que acompanham o CDI ou a Selic] de pequeno e médio prazo”, afirma Filipe Feitosa, planejador financeiro do C6 Bank.
“Por outro lado, nos títulos prefixados, o momento exixe mais cautela. Apesar de encontrarmos esses papéis com taxas entre 14% e 16% ao ano, os investidores podem tolerar se a Selic continuar aumentando nos meses seguintes, possibilitando juros mais atrativos ainda no pequeno prazo”, diz.
Ele ainda destaca que uma gama de produtos pós-fixados isentos de Imposto de Renda estão entregando juros líquidos, já descontando o imposto, próximos a 98% do CDI, o que é bastante. Um CDB, por exemplo, que é tributado, teria que render quase 119% do CDI para remunerar essa remuneração.
Considerando a expectativa para os juros que está embutida atualmente nos contratos futuros, de rendimento da Selic amontoado em mais de 15% no próximo ano, ao utilizar R$ 1 milénio no papel Tesouro Selic com data de vencimento em 2027, o saque seria de R$ 1.124 depois de um ano, já descontando o Imposto de Renda.
Em um CDB que oferece remunerar um pouco mais, 102% do CDI, o resgate seria de R$ 1.127 depois de um ano, já descontando o Imposto de Renda. Já em uma LCA ou LCI que remunera 96% do CDI e é isenta de Imposto de Renda, a retirada seria maior ainda, de R$ 1.145.
Já na poupança, o saque seria menor, de R$ 1.072, considerando a TR prevista neste prazo, de muro de 0,99% ao ano. Embora pareça pequena, a diferença é grande no longo prazo. Quanto maior o tempo de emprego, menos vantajosa é a poupança.
Veja as simulações feitas por Filipe Feitosa, planejador financeiro do C6 Bank.
Investimento de R$ 1 milénio em seguida um ano
| Emprego | Resgate líquido (R$) | Rentabilidade líquida (%) |
| Poupança | 1.071,60 | 7,16 |
| Tesouro Selic com vencimento em 2027 | 1.123,93 | 12,39 |
| CDB que paga 102% do CDI | 1.127,40 | 12,74 |
| CDB que paga 105% do CDI | 1.131,15 | 13,12 |
| LCI ou LCA que paga 96% CDI | 1.145,34 | 14,53 |
Investimento de R$ 1 milénio em seguida cinco anos
| Emprego | Resgate líquido (R$) | Rentabilidade líquida (%) |
| Poupança | 1.413,07 | 41,31 |
| Tesouro Selic com vencimento em 2029 | 1.881,25 | 82,12 |
| CDB que paga 102% do CDI | 1.891,67 | 89,17 |
| CDB que paga 106% do CDI | 1.937,79 | 93,78 |
| LCI ou LCA que paga 95% CDI | 1.956,76 | 93,78 |
A maioria dos papéis de renda fixa estão sujeitos à tributação do Imposto de Renda no resgate. A alíquota começa em 17,5%, mas diminui para 15% quando é maior o período do investimento. Já as LCIs e LCAs são isentas imposto e por isso pagam melhor o investidor.
Zelo com o emissor dos papéis
Cabe lembrar que os papéis de renda fixa emitidos pelos bancos, caso de CDBs, LCAs e LCIs, têm seu risco associado ao balanço do banco emissor. O risco é eles não remunerarem o investidor uma vez que combinado por dificuldades financeiras das instituições, que podem ser maiores do que no Tesouro Direto.
Por culpa disso, a remuneração desses produtos é maior em confrontação à oferecida no Tesouro Direto. O Fundo Garantidor de Crédito (FGC) é uma vez que um seguro que cobre até R$ 250 milénio por banco em caso de inadimplência da institituição, mas esse recurso pode demorar para tombar na conta. Também, papéis emitidos por companhias e não por bancos, uma vez que os Certificados de Recebíveis Imobiliários e Agrícolas (CRIs e CRAs) e as debêntures, não são cobertos por esse fundo.
“É forçoso ser cordato na escolha dos papéis emitidos pelas companhias, mormente em um momento de subida nas taxas de juros. As empresas enfrentam custos mais altos para emitirem esses papéis e isso aumenta o risco de inadimplência”, afirma Feitosa.
“A estudo do risco do emissor é indispensável para evitar perdas em um cenário de maior volatilidade. E acredito que é crucial presar pela diversificação de ativos e de emissores. É o principal almoço gratuito do mercado, que ajuda a evitar perdas em meio à volatilidade”, diz.
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