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Queda do dólar ajuda brasileiros a reunir milhas em cartões

Queda do dólar ajuda brasileiros a reunir milhas em cartões

Queda do dólar ajuda brasileiros a reunir milhas em cartões

Queda do dólar ajuda brasileiros a reunir milhas em cartões

Viajar pelo Brasil requer planejamento de tempo e, sobretudo, financeiro. Para os que acumulam milhas e pontos para trocar por hospedagens ou voos, a desvalorização recente do dólar favorece esse acúmulo e ajuda o viajante a lucrar mais milhas com a mesma fatura em reais. No entanto, porquê em tudo na vida, há pontos positivos e negativos nesse cenário.

O momento funciona porquê um vento em prol: quando o dólar cai, quem acumula pontos “por dólar gasto” — a famosa paridade — tende a lucrar mais com o mesmo dispêndio de consumo, já que a conversão do gasto em R$ para US$ melhora e, portanto, a pontuação sobe. Isso favorece principalmente os cartões atrelados a programas aéreos e bancários que calculam pontos pela moeda norte-americana.

Uma simulação feita por Fabrício Winter, consultor e sócio da Fábrica de Fintechs, empresa especializada no mercado de cartões, mostra que, em relação a cotação do dólar do dia 2 de janeiro deste ano para o dia 19 de setembro, o acúmulo aumentou 16% em relação a uma fatura de R$ 5 milénio. Ou seja: com os mesmos gastos, é verosímil lucrar mais.

Impacto do dólar no acúmulo de milhas

02/jan 19/set
Fatura R$ 5 milénio R$ 5 milénio
Cotação do Dólar 6,21 5,34
Fatura convertida em dólar 805,15 936,33
Pontos / dólar 2,00 2,00
Pontos gerados 1.610 1.873

Ainda assim, é preciso considerar outros custos. Fabrício Winter, consultor e sócio da Fábrica de Fintechs, empresa especializada no mercado de cartões, comenta que, em relação às compras internacionais, o dispêndio totalidade continua influenciado pelo Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) e pelo spread cambial do emissor (a margem que cada instituição financeira aplica).

“O IOF subiu em 2025 (com idas e vindas): a alíquota sobre compras internacionais esteve em 3,38% e foi elevada para 3,5% em maio deste ano, com decisões judiciais e ajustes posteriores, o que reduz segmento do lucro do câmbio”, explica o profissional.

Já o spread cambial do emissor e da bandeira pode chegar a 7% em alguns casos, o que pesa bastante no dispêndio final. Ou por outra, Winter detalha que muitos cartões vêm migrando segmento dos incentivos para o real, em vez do dólar, por meio de cashback, campanhas ou até mesmo pontos. Isso dilui a vantagem da queda da moeda norte-americana e faz com que, para quem possui esse tipo de resultado, o lucro seja menor.

Para os consumidores, entre os pontos positivos, as viagens e compras no exterior também ficam relativamente mais baratas em reais já que, além da pontuação, o dispêndio final da transação na moeda brasileira cai quando o dólar recua (mantidos IOF e spread). A taxa usada é a da data da compra, regra adotada desde 2020, diz o profissional.

Por outro lado, embora as passagens e serviços ligados ao setor airado sejam, em boa segmento, dolarizados, por um lado uma moeda mais fraca ajuda o bolso, as companhias aéreas praticam precificação dinâmica e a relação ‘dólar para milhas’ nem sempre aparece integralmente no preço em milhas.

  1. Verifique porquê seu cartão pontua — se for por dólares, a queda do dólar tende a ajudar mais; se for por reais, foque em promoções e bônus;
  2. Compare spreads e IOF do emissor do cartão — às vezes um cartão com melhor câmbio vale mais que 0,5 ponto a mais por US$, avalia Winter;
  3. Planeje transferências bonificadas e emissões — cá, vale permanecer de olho nas datas de natalício de programas, além de Black Friday, entre outros;
  4. Aproveite janelas de promoção — programas e cartões costumam turbinar o acúmulo, com pontuação aumentando em campanhas específicas. Em um cenário de dólar mais reles, essas campanhas são mais raras, mas quando acontecem, ficam ainda mais eficazes, diz o profissional;
  5. Use o câmbio do dia da compra a seu obséquio: compras em dólar quando a moeda recua já “travam” essa cotação para a fatura, diz Winter;
  6. Nunca financie fatura por motivo de milhas — Segundo Winter, os juros do rotativo eliminam qualquer favor.

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— Foto: GettyImages

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