Rendimento do título de Tesouro de 10 anos dos EUA cai para o menor nível desde dezembro

Os rendimentos do título do Tesouro americano com vencimento em 10 anos, referência do mercado, caíram de 4,50% na última sessão para 4,30% hoje, enquanto o rendimento do título do Tesouro americano com vencimento em 2 anos caiu para 4,09%. Quando os rendimentos caem, os preços dos títulos sobem.

A queda nas taxas é impulsionada por uma queda na crédito do consumidor e redução das expectativas para a taxa final do ciclo de cortes de juros, apontam analistas do banco ING.

Os analistas destacam alguns dos impulsos que têm levado os rendimentos dos títulos do Tesouro dos EUA para grave. Um deles é o Departamento de Eficiência Governamental (Doge), criado por Donald Trump e capitaneado pelo bilionário Elon Musk. O Doge já registrou US$ 55 bilhões em “impostos economizados”, o que representa 2,75% da meta de US$ 2 trilhões.

“Ainda não está simples o quão realista é essa meta de golpe de gastos, mas não pode ser ignorada porquê um fator que pode ajudar a sofrear o déficit fiscal e, por consequência, reduzir a premência de emissão de títulos do Tesouro americano. Em um cenário extremo, isso pode prejudicar o PIB”.

O segundo fator é que o secretário do Tesouro americano não possa controlar diretamente as taxas dos títulos do Tesouro de 10 anos, ele tem uma desejo clara de reduzi-la. Por término, os títulos do Tesouro americano podem ser excluídos da métrica do Supplementary Liquidity Ratio (SLR). Isso liberaria espaço nos balanços dos bancos, aumentando a liquidez nos títulos do Tesouro americano e, consequentemente, ajudando os rendimentos a caírem mais.

“Quando o rendimento dos títulos do Tesouro americano de 10 anos atingiu 4,8% em meados de janeiro, o mercado considerou uma potencial subida vinda da combinação das políticas de Trump. A reversão para inferior de 4,5% e agora para 4,3% reflete uma visão oposta, onde o conjunto de políticas é visto porquê um fator negativo”

Os analistas do ING ainda mantêm uma visão taticamente otimista ou, pelo menos, neutra, oferecido o tamanho do movimento. No entanto, ressaltam que o inesperado pode intercorrer: o mercado pode simplesmente deliberar que o copo está meio pleno novamente, e portanto o rendimento de 5% para os títulos de 10 anos pode lucrar força. Mas esse não é o clima atual do mercado, concluem.

Diante de incertezas sobre as tarifas que devem ser impostas pelo presidente americano Donald Trump a outros países, o presidente do BC dos EUA já apontou que a retomada do ciclo de golpe de juros deve demorar mais para intercorrer no país.

Hoje, o índice de crédito do consumidor medido pelo Conference Board caiu para 98,3 pontos em fevereiro, muito inferior do valor de 102,3 esperado por analistas. É o terceiro mês sucessivo de queda do índice.

Ontem, Trump reforçou que as tarifas amplas ao Canadá e México começam a valer na semana que vem, quando encerra o diferimento de um mês facultado pelo mandatário. “As tarifas estão avançando no prazo, conforme o cronograma”. O presidente reiterou ainda seu projecto de impor tarifas recíprocas a todos os países. Ou seja, cobrar sobre produtos importados aos EUA o que o país serpente por esses mesmos produtos importados.

O sentimento dos investidores começou a piorar na sexta-feira (21), quando uma série de indicadores macroeconômicos nos EUA vieram mais fracos do que o esperado, porquê o índice de atividade econômica (PMI, na {sigla} em inglês), o índice de crédito do consumidor dos Estados Unidos calculado pela Universidade de Michigan e as vendas de moradias usadas no país.