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Saiba uma vez que investir no Brasil posteriormente a tarifa de 50% dos EUA sobre o país

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Saiba uma vez que investir no Brasil posteriormente a tarifa de 50% dos EUA sobre o país

Saiba uma vez que investir no Brasil posteriormente a tarifa de 50% dos EUA sobre o país

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, retaliou o Brasil pelos temas levantados no encontro da cúpula dos BRICs cá no país com uma tarifa de 50% sobre os produtos brasileiros. A medida anunciada pelo líder americano só entra em vigor em 1º de agosto, mas os laços comerciais entre os dois países se afrouxam desde já.

De convénio com especialistas consultados pelo Valor Investe, para os investimentos no Brasil, nascente pode ser um ponto de viradela negativo, mormente para os ativos da renda variável.

“Essa novidade estratégia tem tudo para solevantar a incerteza sobre o cenário econômico com o consequente aumento de volatilidade nos mercados. Oferecido o histórico, no entanto, analistas e agentes econômicos deverão especular sobre a credibilidade dessas novas medidas. Será que dessa vez será pra valer ou é mais uma cartada para incentivar negociações que até o momento ficaram restritas a poucos países”, questiona Danilo Igliori, economista-chefe da Nomad.

  • Na renda fixa, o investidor deve seguir cauteloso ao horizonte do mercado financeiro para os juros. Com as expectativas para a inflação ainda desancoradas, caso as tarifas vigorem (com a dificuldade do governo brasiliano de contornar a situação), o dólar pode escalar. E o meato de câmbio tem sido um importante ponto de consolação inflacionário por cá.

Se a tendência para o câmbio realmente mudar, pode ser que um cenário de novas altas na Selic, a taxa básica de juros, volte à mesa do comitê de política monetária do Banco Médio.

Porém nascente segundo caso, o do mercado da renda fixa, fica no campo das conjecturas. De concreto, neste primeiro momento, o envolvente para investimentos no Brasil inspira ainda mais cautela com a bolsa porque pode afetar as expectativas de investidores para as exportadoras que, neste primeiro momento, tendem a desvalorizar.

Outras ações também podem colher fortemente, uma vez que as dos bancos, que representam uma fatia generosa do fundo de índice (ETF) EWZ, que acompanha o MSCI Brazil, a cesta de referência de ativos brasileiros no exterior.

Isso acontece com a elevação do risco-Brasil, que espanta estrangeiros do nosso mercado. Eles foram os agentes que realmente movimentaram a bolsa neste primórdio de ano e os responsáveis por levar o Ibovespa ao recorde com os R$ 27,8 bilhões líquidos injetados em ações brasileiras.

Agora, passam a buscar mercados menos ameaçados de prostração mercantil que o Brasil.

“De prontidão, o principal impacto deve ser sobre o setor siderúrgico e a indústria automotiva e aviação. Mas é preciso averiguar caso a caso. Muitas empresas brasileiras têm fábricas em outros países. Logo, muitas vezes, a situação é contornável. Também ainda não está simples se derivados de petróleo, o gás e o petróleo estarão isentos. Acredito que sim”, resume Malek Zein, exegeta de ações da Eleven Financial.

Entre as empresas com maior exposição à economia americana aparecem em primeiro lugar a Embraer, com 26% da sua receita vindos de bens produzidos no Brasil e exportados aos Estados Unidos, com base em estimativas do balanço da companhia em 2024.

Na sequência, vem a empresa do setor de metalurgia Tupy, com 20% dos bens fabricados no país e exportados para o mercado americano; seguida pela Suzano, com 15% desse tipo de exposição. A WEG seria a quarta companhia mais exposta, mas com uma fatia de 7% da receita do ano pretérito vinda de bens fabricados cá e enviados aos EUA.

O Brasil pode contornar a situação

Stefânia Ladeira, profissional em negócio exterior e gerente de produtos da Saygo Comex, explica que, mensalmente, o Brasil exporta em média US$ 3,3 bilhões de produtos diversos para os EUA. Mas isso porque o país vem perdendo relevância uma vez que parceiro mercantil brasiliano há mais de uma dez.

Nos cinco últimos anos, o Brasil exportou, em média, US$ 75 bilhões de dólares para os EUA. Isso os coloca em segundo lugar entre os parceiros comerciais do país, detrás da China. No entanto, as exportações brasileiras para o mercado chinês são pelo menos o duplo do valor movimentado em compras americanas, diz Vladimir Feijó, professor de Relações Internacionais do UniArnaldo Núcleo Universitário, de Belo Horizonte. Na sequência aparece a União Europeia, que está em terceiro lugar, mas chega ainda está muito adiante do negócio com o Mercosul.

Feijó explica que a imposição da novidade tarifa deve afetar os 10 principais produtos que o Brasil vende para os EUA, que estavam todos com alíquota de 10% até logo, exceto pela músculos bovina, que ainda tinha mais sobretaxa de 36%

“Mas o Brasil consegue compradores alternativos para quase todos esses produtos, seja no mercado interno ou no mercado internacional. Por exemplo: o primeiro resultado que mais vendemos para os EUA é petróleo bruto, e os europeus estão ansiosos por comprar petróleo de qualidade e num bom preço. O segundo setor é o minério de ferro e, em terceiro lugar, a soja, ambos com demanda no mercado chinês. O quarto resultado é o açúcar, que, com a elevação de preço para o consumidor, seria vantajoso vender no mercado interno, até mesmo para metamorfosear em biocombustível“, avalia.

Daniel Toledo, legista especializado em Recta Internacional, reforça a avaliação de Feijó. Ele aponta que a estratégia de imposição de tarifas altas para que os países busquem os EUA para uma negociação funcionava muito na dez de 1970, mas, hoje, num contexto de economia globalizada, a tendência é de o Brasil se aproximar da China e se alongar do mercado americano.

Mas com a resposta de Lula sobre a sua intenção de o Brasil de retaliar a tarifação americana, o professor de Relações Internacionais avalia que surgem problemas para os importadores brasileiros, especificamente para os muito dependentes de produtos dos EUA.

“Isso afeta a agroindústria, insumos de biotecnologia, máquinas de precisão. Também a indústria de transporte, que tem um gargalo de peças exclusivamente fornecidas pelos EUA, assim uma vez que maquinários. Mas os setores mais dependentes do mercado americano são a indústria farmacêutica, que compra ingredientes e teria um pouco de dificuldade de encontrar substitutos, ainda mais dependendo das regras sanitárias; e o de tecnologia, que depende de chips, servidores, softwares dos EUA”, pondera Feijó.

Para todos, o professor cita países alternativas uma vez que compradores, embora a viabilidade dessa troca também deva ser analisada caso a caso. No entanto, um segundo efeito da retaliação tarifária do Brasil sobre produtos americanos seria as empresas multinacionais dos EUA repensarem os investimentos que já têm ou planejavam fazer no país.

“Pela simples questão de competição global, a alocação de recursos por essas empresas pode ser repensada. Veja o caso do setor automotivo, em que os veículos elétricos da China estão ocupando o espaço que a indústria americana não dá conta de competir cá. Há também empresas americanas fornecedoras de serviço de telefonia e de tecnologia 5G que já não tinham se saído muito muito em licitações cá”, conclui.

Em última instância, a guerra tarifária poderia açodar a decisão de redução das operações das companhias multinacionais americanas do país ou até mesmo sua saída do Brasil.

Mas isso unicamente se os países não sentarem para fazer um convénio até o início de agosto. Até lá, com Trump no poder e os ânimos exaltados por cá, muita chuva ainda deve rolar.

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Trump — Foto: Divulgação/Mansão Branca

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