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Sem bússola macro, bolsas de Novidade York fecham novembro no vermelho

Sem bússola macro, bolsas de Novidade York fecham novembro no vermelho

Sem bússola macro, bolsas de Novidade York fecham novembro no vermelho

Sem bússola macro, bolsas de Novidade York fecham novembro no vermelho

Os principais índices das bolsas de Novidade York fecharam novembro no campo negativo, em um mês marcado por escassez inédita de indicadores macroeconômicos e incerteza sobre a trajetória dos juros nos Estados Unidos.

O Dow Jones caiu 0,32% e o S&P 500 recuou 0,13%, enquanto o Nasdaq teve desempenho mais fraco, com baixa de 1,51%, pressionado pela realização no setor de tecnologia e pela menor tolerância do mercado a preços das ações muito elevados diante da falta de transparência macro.

Segundo Nickolas Lobo, perito em investimentos da Nomad, o desempenho foi “praticamente flat”, com o S&P 500 rondando os 6.830 pontos e os investidores operando às cegas depois o vácuo de informações causado pelo shutdown do governo no mês anterior.

O mês foi marcado por uma escassez de dados considerada atípica. Lobo lembra que outubro não teve divulgação de inflação, tarefa nem revisão do PIB. O único oferecido disponível, o relatório de setembro mostrando desemprego em 4,4%, sugeriu perda de tração da economia.

Sem essas referências, ele afirma que ganhou força a expectativa de um namoro preventivo de juros em dezembro, mesmo sem consenso dentro do Federalista Reserve (Fed, o banco mediano americano). A falta de transparência monetária também pesou sobre o setor de tecnologia, que registrou realização de lucros e ajustes de posição.

No envolvente corporativo, a temporada de balanços trouxe sinais mistos. Lobo destaca que o varejo decepcionou, exceto o Walmart, que se beneficiou do progressão do e-commerce. No setor de tecnologia, mesmo resultados fortes não garantiram firmeza. A Nvidia, por exemplo, entregou receitas recordes e superou estimativas, mas viu suas ações alternarem subida e queda diante do receio de correções e falas mais cautelosas de analistas sobre a velocidade do prolongamento do setor.

Para Gabriel Redivo, sócio da Aware Investments, a leitura do mês também foi influenciada pelo rali global recente e pela menor liquidez em razão do feriado de Ação de Graças. Ele lembra que o S&P 500 acumulou mais de 4% de subida em dez dias, bem na “crescente aposta em cortes de juros ainda em 2025”, e destaca que o silêncio do Fed diante dessa precificação reforçou a percepção de que a domínio monetária não buscou frear as expectativas.

Redivo aponta que novembro trouxe vetores positivos, uma vez que resultados supra do esperado, economia resiliente e gosto por risco mais diversificado, o que ajudou a sustentar o mercado apesar das incertezas.

Entre os destaques corporativos, Redivo também ressalta a força da Nvidia uma vez que um dos principais motores do mercado e segue sendo “o principal vetor estrutural do bull market americano”, o que ajuda a explicar a sustentação do S&P 500 mesmo em um mês de menor transparência macro.

Para dezembro, o cenário segue dependente da leitura dos dados atrasados e da reunião do Fed. Lobo avalia que, se os indicadores vierem mais fortes ou mostrarem pressão inflacionária, a volatilidade tende a aumentar.

Já Redivo observa que, embora o debate sobre cortes de juros tenha ganhado tração, a combinação entre economia ainda resistente, mercado de trabalho apertado e inflação não totalmente acomodada exige cautela e pode manter os mercados sensíveis a qualquer mudança de sinal na política monetária.

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— Foto: Getty Images

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