‘Shutdown’ nos EUA: o que é a paralisação e por que o mercado está preocupado?
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Não é tão vasqueiro que o governo dos Estados Unidos passe por um “shutdown”, quando, sem aprovação das leis orçamentárias anuais pelo Congresso, todas as atividades estatais consideradas não essenciais são suspensas por tempo indefinido. O orçamento fica paralisado e os funcionários públicos deixam de receber até que o parlamento e o governo cheguem a um consenso sobre os recursos públicos.
O último ocorreu entre 2018 e 2019, no primeiro governo de Donald Trump, e foi o mais longo da história ao persistir 35 dias. O evento foi um marco da queda da popularidade de Trump, que perdeu as eleições seguintes. Mas, dissemelhante das vezes passadas, a possibilidade de uma paralisação dos órgãos públicos está preocupando, e muito, os investidores.
Por que pode ocorrer um ‘shutdown’?
Se Congresso e Vivenda Branca não chegarem a um consenso até meia noite desta terça-feira (30), o país entrará em “shutdown”. De tratado com o New York Times, democratas exigem a continudiade dos subsídios do Affordable Care Act e a reversão dos cortes que os republicanos fizeram ao Medicaid e outros programas de saúde. Por outro lado, há sinais de que Trump deseja aproveitar a paralisação para desobrigar funcionários públicos e trinchar gastos. Uma nota publicada pela Vivenda Branca na última quinta-feira (25) diz que o que ocorre é uma “chantagem” com o orçamento público para obter ganhos políticos.
O site de apostas Polymarket, que ficou notório nas últimas eleições americanas quando “previu” a eleição de Trump, registra 71% de chances que ocorra um shutdown nascente ano.
Por que isso preocupa o mercado?
Os efeitos da paralisação em si na economia não são tão expressivos diante do volume de valores que circulam diariamente em Novidade York. O que preocupa o mercado é que ela ocorra em um cenário macroeconômico frágil, no qual o Federalista Reserve (Fed, o banco medial dos Estados Unidos) faz um “gerenciamento de riscos” – e qualquer novo oferecido da economia pode mudar a direção da política monetária e frustrar as expectativas de dois novos cortes na taxa de juros ainda nascente ano.
O Departamento do Trabalho afirmou nesta segunda-feira (31) que nenhum oferecido estatístico será divulgado enquanto vigorar uma eventual paralisação. O relatório de tarefa de setembro estava previsto para esta sexta (3) e pode ser a primeira vítima do cabo de guerra entre Trump e Congresso.
Em nota, o órgão afirmou que “suspenderá todas as operações. Os dados econômicos programados para serem divulgados durante o período de paralisação não serão divulgados. Todas as atividades ativas de coleta de dados para as pesquisas do BLS serão encerradas. O site do BLS não será atualizado com novos conteúdos nem restaurado em caso de omissão técnica durante o período de paralisação.”
“Por si só, uma paralisação curta teria somente um impacto modesto sobre o prolongamento econômico (uma semana pode reduzir em muro de 0,1 ponto percentual o PIB a uma taxa anualizada). No entanto, pode ter um efeito importante ao atrasar a divulgação de dados econômicos”, disse ao Valor o economista Atakan Bakiskan, do banco boche Berenberg.
É nesse sentido que Bakiskan avalia que há um potencial proeminente de instabilidade nos mercados, diante da postura muito “dependente de dados” que o Federalista Reserve (Fed) tem adotado. “Num momento em que a incerteza sobre a economia já é elevada e o Fed pretende consistir sua próxima decisão de juros (29 de outubro) em grande secção nesses dados, atrasos nas publicações provavelmente aumentariam a volatilidade dos mercados.”
Por sua vez, o economista Michael Pugliese, do Wells Fargo, afirmou ao Valor que o verosímil “shutdown” atual não tem relação com o teto da dívida, já que o limite do endividamento americano foi proeminente em US$ 5 trilhões pelo projeto de lei de cortes de impostos de Trump confirmado em julho. “Portanto, o governo não ficará sem capacidade de se financiar e a emissão de Treasuries não será impactada”.
(Com Victor Rezende, do Valor Pro)
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