Sua necessaire diz muito sobre sua relação com o consumo
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Você já deve ter visto qualquer vídeo nas redes sociais de influenciadoras mostrando o que elas carregam em suas bolsas. Eu, pelo menos, já vi vários. Segundo algumas delas, esse é o tipo de teor que as seguidoras adoram. Tem de tudo: carregadores e baterias extras para os celulares, carteira, snacks, óculos de sol, de intensidade e de sol de novo, bloquinho de anotações e uma infinidade de produtos para pele, lábios, maquiagem, gloss, chuva termal e tudo mais que puder imaginar.
É um verdadeiro kit de sobrevivência para uma temporada em qualquer lugar do mundo. Isso exclusivamente na bolsa de mão. Quando o tour é pela penteadeira ou pela bancada do banheiro tudo da bolsa fica em proporção fracionária, dada a quantidade de produtos de skincare apresentada. Confesso que em vídeos assim fico sabendo mais das novidades do que nas consultas com o meu dermatologista.
Porém, mais recentemente tenho sido impactada com teor, do mesmo seguimento (skincare), mas com o propósito muito dissemelhante do habitual. São meninas e mulheres de todas as idades aderindo ao chamado Project Pan, um movimento que propõe repensar o consumo de cosméticos e usar o que já se tem antes de comprar um tanto novo. Coisa que, diga-se de passagem, eu já sou adepta faz tempo.
A teoria surgiu em grupos de discussão do Reddit em 2017. O Reddit, para quem não conhece, é uma rede social que funciona porquê uma coletânea de fóruns on-line, onde os usuários debatem teor dos mais variados. Em alguns desses fóruns os usuários começaram a estimular a comunidade a usar os produtos cosméticos e de maquiagem até a última pingo. Ou até encontrar o “pan” (aquele metalzinho do fundo das embalagens onde o resultado é prensado). O movimento tomou corpo e visa o consumo consciente, as finanças equilibradas e a sustentabilidade.
Os números do desperdício de produtos de higiene e formosura no Brasil impressionam. Em 2023, o país ocupava o 4º lugar no ranking global de consumo de cosméticos, detrás exclusivamente dos EUA, China e Japão. Um estudo da Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (ABIHPEC) mostra que o brasílico gasta, em média, R$ 200 por mês com essa categoria de produtos. Parece pouco, mas a renda per capta do brasílico é de R$ 1.848, o que representa um comprometimento de mais de 10% no bolso e boa secção disso vai parar no lixo.
Segundo a ONU (Organização das Nações Unidas), um terço dos cosméticos comprados são descartados antes de serem totalmente utilizados, antes de encontrarem o pan. Esse restinho do frasco tem um impacto direto no meio envolvente oferecido que boa secção das embalagens são de plástico e podem levar até 500 anos para se dissociar.
A lógica do trend do Project Pan não é só usar até o término aquilo que se compra, mas dar mais consciência para os hábitos de consumo. Nos milhares de vídeos espalhados pelas redes as dicas são as mais variadas: de listar tudo o que se tem, estabelecer metas de uso e prestar atenção as compras impulsivas até orientações de organizar os produtos por prazo de validade para otimizar o uso e evitar descartes desnecessários.
Pelo jeito, porquê dizem por aí, a voga está pegando. O Project Pan está estimulando não só uma guinada na personalidade de consumo das pessoas, mas provando que seja na penteadeira, na bancada do banheiro ou na necessaire a voga é ter o que realmente for necessário.
E você? O que tem na sua bolsa?
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